Geral
Rota turística promete impulsionar ecoturismo em Afonso Cláudio
Cartão-postal do município de Afonso Cláudio, a Pedra dos Três Pontões é oficialmente rota turística do Estado pela Lei 12.160/2024, iniciativa do deputado Dary Pagung (PSB). O monumento natural também é patrimônio histórico do Espírito Santo pela Lei 12.179/2024, de Adilson Espindula (PSD). O entorno do maciço abriga a fauna própria da Mata Atlântica, sendo o local habitado por inúmeras espécies de aves e mamíferos.
A pedra localiza-se a 8 quilômetros do centro de Afonso Cláudio e alcança 1.100 metros acima do nível do mar. Todas essas condições prometem fortalecer ainda mais o ecoturismo no local, onde é possível fazer trilhas, observar pássaros e se deliciar com produtos da agroindústria.
“Criando a rota, a gente acredita que venha fortalecer mais isso, até incentivar outras propriedades a se abrirem para o turismo, porque mesmo a gente tendo um fluxo bom de turismo, a gente vê que poderia ser melhor”, afirma Itamar Tesch, guia local e dono de uma pequena propriedade rural no entorno dos Três Pontões.
“Porque o turismo é assim, você nunca tem um concorrente, quanto mais propriedades, mais atrativo o local, então a gente tem essa expectativa de que mais propriedades se coloquem à disposição. E com isso, com certeza, a gente vai ter um fluxo maior de turismo durante o ano”, complementa Itamar, que tem uma pousada bem perto da rocha.
Ecoturismo
“Eu nasci aqui na propriedade. Vivi a minha vida toda aqui no entorno dos Três Pontões. Mas a gente via a propriedade não por esse lado turístico antes, era uma propriedade produtora de café e mexia com o gado de corte. Esse ano faz 18 anos, no mês de agosto, que a gente trabalha com o ecoturismo na propriedade”, explica o produtor rural.
“Então a gente atende o turista com a trilha, leva o turista até a base dos Três Pontões, até essas grutas, que é um outro passeio que a gente tem, que a gente tem uma parceria com a propriedade, e também temos pousada, o restaurante, aqui próximo à trilha dos Três Pontões. A gente montou uma estrutura para atender o turista que quer conhecer os Três Pontões”, acrescenta.
Fauna
Com 204 espécies de aves catalogadas, o local é muito visitado por turistas interessados no avistamento de aves. “A gente tem um levantamento de várias espécies na propriedade. São espécies às vezes migratórias, tem espécies que um período do ano elas estão, outro período não. E uma das aves mais procuradas pelo turista, que chama a atenção, é a águia-chilena (ou águia-serrana). Ela é uma moradora, é uma habitante dos Três Pontões”, afirma Itamar.
“Os passeios são todos guiados, o turista que vem para cá conhecer os Três Pontões, o tempo todo é acompanhado por um guia, até pela segurança, é importante ter alguém do local”, informa.
Trilha
A trilha de acesso ao local tem seis quilômetros com uma dificuldade moderada de caminhada. “Mas a gente sempre tem uma carta na manga, como se diz. Para a pessoa que quer visitar e tem dificuldade de caminhar, a gente tem uma caminhonete 4×4 que leva a pessoa até um certo ponto, onde a pessoa consegue fazer um passeio, uma pequena caminhada de 200 metros, onde ela consegue ter um visual incrível dos Três Pontões, com o visual mais bonito que tem”, conta.
Grande parte dos moradores da região são descendentes de pomeranos. Na propriedade de Itamar, além de hospedagem, os visitantes podem comprar produtos da agroindústria, como queijos, manteigas e geleias. O local também conta com restaurante com fogão à lenha.
A propriedade recebe cerca de 5 mil visitantes por ano. “Depende muito também da época, por exemplo, agora praticamente a gente ficou quatro meses sem receber, recebendo muito pouca hospedagem. A trilha ela fica impossibilitada de fazer com chuva. Com a criação da rota, “a gente fica naquela expectativa que venha para melhorar, talvez o desenvolvimento local, os acessos, que às vezes a gente tem dificuldade, não é sempre que o acesso está 100%”, afirma.
Segundo o dono da pousada, a alta temporada é de maio a outubro e o público é composto, em sua maioria, por famílias. “A gente recebe várias agências do estado, que pega, faz o bate-e-volta, sai de Vitória de manhã e passa o dia com a gente, volta à tarde, de van, micro-ônibus ou ônibus. E também a gente trabalha com algumas agências interestaduais, tem uma agência de São Paulo, de Minas, até pra questão da observação de aves e mamíferos”, finaliza.
Lei
Autor do projeto que criou a Rota dos Três Pontões, o deputado Dary Pagung acredita que a diversidade é um grande atrativo para o turismo na região. “É uma rota que hoje já tem alguns restaurantes e a cada dia está crescendo mais. A rota fica ali na entrada de Afonso Cláudio, faz um tipo de uma ferradura e tem o parque de exposição, que depois da criação da rota, o parque de exposição hoje já é outro”, observa.
“Eu não tenho dúvida nenhuma que o Estado do Espírito Santo hoje está organizado e tem ajudado a levar a infraestrutura a muitas rotas, não só Três Pontões, mas aquelas rotas que não têm estrutura nenhuma. O poder público pode chegar lá, fazer o Caminhos do Campo, fazer outros projetos importantes, como o calçamento rural”, finaliza o parlamentar.
Fonte: Ales – Por João Caetano Vargas, com edição de Angèle Murad