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“Invista no que está fora da sua zona de conforto”, diz VP de tecnologia da Zamp

Redação Informe ES

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Fernanda Toscano, VP da Zamp, máster franqueada do Burger King

Fernanda Toscano, VP da Zamp, máster franqueada do Burger King no Brasil, conta como construiu uma carreira dinâmica, passando por diferentes indústrias

Fernanda Toscano não tem medo de mudanças. Pelo contrário, ela se prepara para agarrar novas oportunidades assim que elas aparecem. Foi assim no início da carreira, quando, aos 22 anos, esteve à frente de um time de 100 pessoas. Quando saiu de uma indústria já conhecida, de telecomunicações, para se aventurar no universo financeiro e de seguros, liderando outros países além do Brasil. E, agora, ao mudar mais uma vez de segmento, assumindo a vice-presidência de tecnologia da Zamp, máster franqueada do Burger King e Popeyes no Brasil. “As transições trazem um olhar 360. Por um lado, você aprende tecnologia de ponta, por outro, resiliência.”

Com 15 dias de empresa, Toscano completa o onboarding da empresa, que vai desde o entendimento das práticas corporativas até fritar hambúrgueres. Ela define a empresa como uma foodtech para explicar que a tecnologia está no centro e ajuda a viabilizar as estratégias de negócio. “Temos um plano estratégico de M&As [fusões e aquisições] forte para trazer mais marcas e escalar de forma rápida”, diz. A Zamp confirmou recentemente que está negociando a aquisição do Starbucks no Brasil, e, segundo a executiva, a tecnologia é a base para atingir esses objetivos.

Mineira de Uberlândia, Toscano seguiria os passos da mãe na carreira de médica, mas a paixão pela matemática falou mais alto. Ainda na faculdade de computação, começou a trabalhar com TI e assumir pequenos times. Iniciou a carreira em telecom, passou pela Claro, SKY, Nextel e circulou por diferentes áreas, assumindo novos desafios. “A maior armadilha é focar no que você já é bom e negligenciar o que você não é.”

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A executiva cresceu numa família e, mais tarde, em um setor dominado por homens, sem se dar conta desse ambiente. “Tenho 1 irmão e 11 primos meninos. Fui para a faculdade, eram 2 mulheres. No meu time de 100 pessoas, 95 eram homens”, lembra. “Quando olho para trás, vejo que não era natural”, diz ela, que dá mentoria para jovens mulheres e participa do MCIO, organização que reúne 360 lideranças femininas em tecnologia no Brasil. “É meu papel ajudar a tornar isso mais igualitário.”

Aqui, a nova VP da Zamp conta como construiu uma carreira dinâmica e como quer ajudar a alavancar os negócios usando tecnologia e inteligência artificial.

Forbes: Você passou por diferentes indústrias. Como isso agregou para a sua carreira?

Fernanda Toscano: Com certeza dá uma visão muito ampla e rica, principalmente porque dentro da tecnologia você tem várias perspectivas. Na indústria de telecom, é velocidade, entregas rápidas, foco e fazer acontecer. Quando você vai para a indústria de seguros, é uma indústria regulada que busca muito mais a qualidade, a profundidade. Essas transições trazem um olhar 360. Por um lado, você aprende tecnologia de ponta, do outro, resiliência. Esse dinamismo fez com que eu tivesse uma variedade muito grande de experiências. Acho que não tem nada em TI que eu não tenha passado. Mas na perspectiva de negócio, por mais que sejam indústrias completamente diferentes, são desafios similares.

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F: Não tem medo de mudar?

FT: Sou muito curiosa e tenho uma energia de realização alta. Eu gosto muito de ouvir e de aprender. Isso guiou a minha carreira desde sempre. Como eu ouço bastante, escuto todos os lados, eu desenvolvi um olhar generalista, nunca fiquei na casinha de tecnologia. Sempre participei do olhar da companhia. Para mim, tecnologia nunca foi fim, sempre foi meio. Eu entendi que o meu papel era viabilizar as coisas para o negócio. Então as transições acabaram sendo muito naturais. Acredito naquela ideia de que a sorte é o encontro do preparo com a oportunidade. Eu trabalhei para estar preparada e quando as oportunidades passaram, eu tive coragem para pular, e por isso tive uma evolução rápida de carreira.

F: Qual foi o principal momento de virada da sua carreira?

FT: Foi quando eu fiz a movimentação para a indústria financeira. Eu estava numa área de telecom em que eu sabia tudo e fui para uma indústria em que eu não sabia absolutamente nada. E também fiz uma transição de papel porque na área de telecom eu nunca tinha tido o papel de CIO,, então ainda não tinha trabalhado com infraestrutura. Precisei gerir sem conhecer o detalhe e também assumi outros países além do Brasil, como Paraguai e Uruguai, com os desafios de cultura e língua. Mudei de indústria e agreguei uma área em que eu não tinha domínio técnico. Foi uma mudança muito grande e eu me desenvolvi muito. A maior armadilha nesses momentos é focar no que você já é bom e negligenciar o que você não é. Eu tive mentores que me deram essa visão lá atrás, que eu tinha que reforçar o que estava fora da minha zona de conforto.

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F: Nesses momentos de mudança, qual a importância da coragem?

FT: Coragem é uma das características que eu mais escuto as pessoas falando de mim. Mas eu sempre me preparei para que quando as oportunidades viessem, eu pudesse embarcar. A coragem fez muita diferença na minha vida, mas também tive bastante apoio. Meu marido sempre me incentivou e me impulsionou. É importante ter uma rede que te sustente porque ninguém tem 100% de coragem. Existe muita insegurança e medo. As palavras certas no momento certo fizeram toda a diferença na minha carreira. Ele sempre me disse que se algo desse errado, eu começaria de novo. Isso me ajudou a embarcar nas oportunidades e viver tudo que eu pude viver.

F: Qual a importância da tecnologia para a o Burger King e Popeyes hoje?

FT: A tecnologia já é uma fortaleza da companhia e fomenta os negócios. O time de tecnologia discute venda, números, então já tem esse mindset. Hoje, 50% das vendas são feitas pelo canal digital e elas são identificadas, ou seja, a gente sabe quem é o cliente, um caminho muito importante para trabalhar a experiência e personalização dos mais de 20 milhões de clientes cadastrados.

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Isso gera uma oportunidade para a gente ser bem assertivo porque uma vez que a gente acerta essa estratégia tecnológica, a gente tem muito ganho de escala. Temos 84 lojas que são 100% digitais, e são as que têm melhor NPS [Net Promoter Score, métrica de fidelidade do cliente]. Usamos tecnologia para gerar uma experiência diferente e conseguimos reduzir custos com isso. Meu maior desafio aqui é transformar a empresa numa plataforma multimarcas. Temos um plano estratégico de M&A forte para buscar mais marcas numa plataforma única e conseguir escalar de forma rápida.

F: Em relação aos M&As, existe a possibilidade de a Zamp comprar o Starbucks. Qual a importância da tecnologia em fusões e aquisições?

FT: A tecnologia é o principal alicerce porque o grande objetivo da empresa é escalar, trazendo marcas para o portfólio com uma velocidade muito grande. Hoje, a tecnologia é viabilizadora para conseguirmos montar essa estratégia e esse é um dos meus principais focos aqui da área.

F: Como vocês têm usado a inteligência artificial nos processos da empresa? E quais são as oportunidades daqui para frente?

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FT: A IA já é usada em larga escala, eu diria que quase todas as áreas da companhia já utilizam de forma consistente, com cases e resultados substanciais. A gente usa machine learning desde a parte de otimização da cadeia de suprimentos, evitando que faltem insumos para os restaurantes e reduzindo desperdício. Fazemos a gestão do estoque combinando projeção de vendas, sazonalidade, feriados para não deixar faltar os insumos e muito menos perder e jogar.

Também usamos machine learning para fazer recomendações personalizadas para os clientes conforme as preferências deles. E para a parte de NPS, fazendo a análise de sentimento dos clientes real time. Eu consigo identificar onde eu tenho um problema, saber quais são as reclamações por dia da semana, por região, por loja. A gente tem também um chatbot que permeia toda a companhia, que se chama King bot. Temos a expectativa de continuar investindo nessa área porque são muitas oportunidades para agir até mesmo antes de acontecer uma reclamação.

F: E pessoalmente, você usa IA na sua rotina de trabalho?

FT: É uma das minhas grandes paixões. Eu trabalho com machine learning desde 2016 e dentro dos meus times eu sempre incentivo que eles utilizem e me contem o que tiraram de insights. Por exemplo, sou apaixonada por vinhos, e uso o ChatGPT, para pegar dicas de vinícolas em viagens, pesquisas e fazer correlações. Quando você começa a utilizar na sua vida pessoal, isso te traz muito insight profissional. Porque é só quando você realmente incorpora algo na sua vida que começa a fazer sentido. Recomendo para todo mundo estar o tempo inteiro estudando e aprendendo de uma forma que faça sentido, em algum tema que você gosta e que naturalmente vai fluindo.

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F: Como foi sua primeira experiência de liderança, sendo gerente aos 22 anos?

FT: Comecei a trabalhar com 17 ainda na faculdade na área de tecnologia, e tudo foi acontecendo naturalmente. Com 19 anos, eu já liderava times, foi algo bem natural para mim. Com 20 anos, eu já era gerente, mas com times menores. Quando eu tinha 22, já estava com 100 pessoas.Trabalhava na SysMap, uma fábrica de software, para a Telemig Celular, e era responsável por todo o CRM.

F: Você se sentia preparada, apesar de ser tão jovem?

FT: Eu tinha uma rede grande de pessoas que me ajudava, gestores que acreditavam em mim e me davam liberdade. O que foi mais complexo para mim foi quando eu mudei de coordenadora para gerente na Sky. Essa transição foi muito difícil porque eu sempre fui uma pessoa de participar de tudo com o time e de repente eu tinha que liderar os líderes e não precisava saber de tudo. Parecia que eu tinha perdido meu time.

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F: Como você se adapta em uma indústria em constante transformação?

FT: O dinamismo da área de tecnologia é único. Eu sempre procurei ter profundidade no que eu toco. Fiz pós-graduação, gestão de projetos e gestão empresarial. A gente precisa estar sempre muito antenado. Meu papel não é ser especialista em nada, mas eu preciso ter a profundidade suficiente para discutir com todos os especialistas. O grande desafio do meu cargo, sem dúvida nenhuma, é gestão de prioridade: onde focar, em que ordem, de que forma, o que olhar. Participo de eventos, faço treinamentos. Quanto mais você cresce na carreira, é muito mais sobre as perguntas que você faz do que as respostas que você dá. Quem me conhece sabe que eu sou uma metralhadora de perguntas porque eu gosto de entender todos os ângulos. Então, quando eu me posiciono, tenho muita consistência no que eu vou falar porque eu já ouvi bastante. Com essas características, é mais fácil se adaptar à mudança.

F: Quais são as principais características que te fazem escolher um profissional para trabalhar com você?

FT: A primeira coisa é paixão. A pessoa tem que demonstrar interesse em realizar, em fazer acontecer. Porque hard skill se ensina, soft skills não. Então para trabalhar comigo, eu busco comprometimento, curiosidade, gostar de aprender, vontade de realização, o resto dá para a gente ensinar. Como eu sou uma pessoa mais acelerada, eu busco pessoas que me segurem um pouco no meu time.

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F: O que você desenvolveu ao longo da sua carreira que te destacou para assumir essa posição?

FT: Sou uma pessoa de realização, e tive líderes que foram muito importantes ao longo da minha jornada que me ajudaram a ajustar o ‘como’ fazer, que importa tanto quanto o que fazer. Também aprendi a respirar. Os problemas vêm e eu quero resolver, mas percebi que às vezes a melhor solução é esperar. A tempestividade não ajuda.

Por quais empresas passou

Sysmap, Claro e Nextel, Sky, Solera (Audatex), Hdi Seguros, Alelo e Zamp, controladora do Burger King e Popeyes

Formação

Ciências da Computação pela UFU (Universidade Federal de Uberlândia), MBA em Gestão de Projetos pela FGV, Gestão Empresarial pela FGV e Transformação Digital pelo MIT.

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Primeiro emprego

Sysmap Solution em 2002

Primeiro cargo de liderança

Coordenadora Tecnologia de Vendas e atendimento na Sysmap para Telemig Celular em 2004

Tempo de carreira

22 anos

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De Chefe do Dipoa ao Centro do Poder em Washington, Quem É Ana Lucia Viana

Redação Informe ES

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Forbes, a mais conceituada revista de negócios e economia do mundo.

Ana Lúcia Viana
Arq.Pessoal

Ana Lúcia Viana, a médica veterinária que se tornou adida em Washington

“Quem é você? Desde quando uma carioca sabe derrubar boi?’ Eu respondi: ‘Não preciso derrubar boi para fazer meu trabalho, mas se precisar, tem gente que derruba por mim’.” Tombar boi, na linguagem do campo, é preparar um animal para ser vacinado. O tom desafiador saiu da boca de um pecuarista do interior do Paraná à médica veterinária, Ana Lúcia Pereira, hoje com 46 anos, quando era auditora do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), no início de sua carreira. Mulher, negra e carioca, ela era uma presença estranha em um setor ainda masculino, às vezes machista e rude, segundo ela. “Depois de um tempo, essas mesmas pessoas que desconfiavam me buscavam para liderar reuniões. Eram plateias exclusivamente masculinas, e todo mundo parado me ouvindo. Foi ali que comecei a moldar minha liderança.”

Hoje, como adida agrícola do Mapa em Washington, ela representa o Brasil em uma das principais frentes de negociação do agronegócio global. “Tudo é o resultado de uma construção tijolo a tijolo”, diz. Além de ser a primeira nesse posto, Ana Lúcia também foi a primeira, em 105 anos, a assumir a direção do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Dipoa), em 2019. Vale registrar que toda proteína e seus derivados que você, eu, ou lá fora algum estrangeiro coloca na boca, e que tenha saído do Brasil, passa pelo crivo do Serviço de Inspeção Federal (SIF), criado em 1915, e que faz parte do Dipoa.

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Ana Lúcia é médica veterinária desde 2002, pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. O fato acima ocorreu em Santo Antônio do Sudoeste, na sua primeira ida ao campo para acompanhar uma campanha de vacinação, e onde assumiu a chefia de uma unidade veterinária, um dos dois concursos que passou depois de formada. Um deles era do Mapa, seu caminho escolhido. Lidava com defesa sanitária, controle de raiva e rastreabilidade de rebanhos, além de fiscalizar campanhas de vacinação. “Foi uma experiência transformadora. Saí do Rio, uma cidade grande, para um município de 18 mil habitantes”.

Sobre a construção de liderança, os “tijolos” aos quais ela se refere têm dois elementos fundamentais: a dedicação e o saber ouvir e observar. “Se dedicar ao estudo, que é fundamental, e não ter preguiça para escutar o que as pessoas têm para dizer. Sempre escutei muito meus pais, as pessoas mais velhas, meus pares e meu coordenados, porque aquilo que as pessoas estão fazendo é um espelho pra mim.”

Ana Lúcia, Representatividade e Liderança

Em 2013, Ana Lúcia chegou a Brasília para liderar a Divisão de Inspeção de Carnes, Aves e Ovos no Dipoa e dois anos depois se tornou coordenadora geral, supervisionando auditorias nacionais e internacionais, além de coordenar a habilitação de estabelecimentos para exportação. Para ela, a direção geral do Dipoa, posição ocupada durante a pandemia de Covid19, foi um dos períodos mais desafiadores da carreira.

“Enquanto muitos países sacrificavam animais no campo por não conseguirem operar frigoríficos, o Brasil manteve a produção. Nosso papel era garantir a segurança alimentar interna e continuar exportando. Foi uma missão de muita pressão, mas também de muito aprendizado.” O Dipoa tem sob sua guarda 5 mil estabelecimentos e uma equipe de mais de 2 mil servidores diretos. O trabalho envolvia lidar com auditorias internacionais e responder a exigências de mercados como a União Europeia e a China. “A base técnica é fundamental. Não há espaço para erro. E quando o cenário esbarra no político, usamos os argumentos técnicos para rebater. É um equilíbrio constante entre os dois.”

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Ela diz não ter hobbies, mas sempre foi uma viajante convicta. Conhece 25 países, com visitas recorrentes a vários, dos quais dois com mais intensidade, a França e os Estados Unidos. “Adoro viajar e estudar idiomas. Falo inglês, espanhol e francês, além do português, claro. Viajar me conecta com novas culturas e me dá perspectiva para encarar os desafios da diplomacia.” Antes de desembarcar em Washington como residente, ela já havia estado por lá 16 vezes.

A agenda de um adido agrícola nos Estados Unidos é frenética. “Recebo missões diplomáticas e empresariais constantemente. Os EUA são uma vitrine do agronegócio mundial, e isso demanda atenção redobrada.” Apesar do ritmo intenso, Ana Lúcia acredita que a missão diplomática também exige uma abordagem humana: “Sou apaixonada por construir relações. Entender o interlocutor é tão importante quanto ter domínio técnico. Represento o Brasil, mas também carrego a responsabilidade de ser um ponto de referência para outros adidos agrícolas e para mulheres na carreira pública.”

Ana Lúcia lida com temas como sustentabilidade, inovação, transição energética e, claro, as tradicionais questões de barreiras sanitárias e fitossanitárias, identificando oportunidades de comércio, investimentos e cooperação para o agronegócio brasileiro e mantém a interlocução com representantes dos setores público e privado. O Brasil possui 40 adidos agrícolas em suas representações diplomáticas no exterior, mas até julho deste ano eram apenas 29. Entre eles, apenas 11 são mulheres.

Filha de um militar, hoje na reserva, e de uma dona de casa – Jandira e Sebastião são os nomes deles – Ana Lúcia conta que sua criação moldou seu olhar de mundo. “Você é poderosa, não tem lugar nenhum que não possa ir, não tem lugar nenhum que não possa entrar e não tem nenhum ambiente que você não possa participar dele. Os meus pais sempre me diziam isso”, afirma. “Eles nunca me disseram ‘isso aqui não é pra você’ e dentro dos limites da minha criação sempre soube me portar e nunca deixei ninguém me diminuir em lugar nenhum.”

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Ana Lúcia ainda vê um longo caminho pela frente na carreira pública. “O posto de adida é cíclico. Fico quatro anos fora, depois retorno ao Brasil para novos desafios. Minha visão de mundo se ampliou muito aqui. No futuro, quero continuar contribuindo para que o Brasil fortaleça sua posição no mercado global, seja em outro posto internacional ou em uma nova função no Mapa.” Ana é uma das poucas mulheres negras em cargos de liderança no agronegócio brasileiro. Ela reconhece a importância de sua representatividade e da mensagem que transmite às gerações mais jovens.

“É fundamental que as meninas vejam que podem ocupar qualquer espaço. Durante toda minha carreira, fui pioneira em vários ambientes, o que me ensinou que é preciso construir liderança com firmeza, respeito e competência.” Quando perguntada sobre como lida com o racismo, Ana é enfática: “Nunca fui preterida por ser negra, mas sei que o racismo estrutural ainda é uma barreira real. Nos espaços que ocupo, faço questão de abrir caminho para outros. Somos poucos, mas precisamos ser cada vez mais”, diz ela. “Quero que outras mulheres, especialmente negras, olhem para minha trajetória e vejam que é possível chegar lá. Temos muito a contribuir, e o futuro é nosso para moldar.”

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Os Desafios – e a Beleza – do Empreendedorismo Feminino

Redação Informe ES

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Forbes, a mais conceituada revista de negócios e economia do mundo.

Foto: Divulgação
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Camila Borges Chaves, Tiza Borges, Tarcinha Barbosa, Vera Lúcia Antunes Marcelino e Kárita Luize da Penha Pinto Santos

Mesmo sendo 51,5% da população brasileira, de acordo com dados do IBGE, as mulheres ainda são minoria no universo do empreendedorismo nacional. Estudo recente do Global Entrepreneurship Monitor (GEM), em parceria com o Sebrae, expõe uma realidade de invisibilidade e discriminação: mulheres empreendedoras no Brasil ganham, em média, 20% menos do que homens com negócios de características semelhantes, e cerca de 24% das empreendedoras relatam já ter sofrido preconceito devido ao gênero. 

Diante desses desafios, iniciativas focadas em apoiar o empreendedorismo feminino buscam abrir novas possibilidades, especialmente em setores onde as mulheres são maioria, como o da beleza. É o caso do Grupo Boticário, que atua com ações voltadas a reduzir essas desigualdades e promover a autonomia financeira de mulheres no Brasil.

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DNA com protagonismo feminino

A história do Grupo Boticário, uma das principais redes de beleza do país, tem suas raízes no protagonismo feminino. A primeira franquia de O Boticário foi fundada por uma mulher, Laura Oliveira, em 1980. Desde então, o número de franqueadas cresceu consideravelmente, e hoje elas representam 63% das franquias e 86% das revendedoras da marca. 

Em 2023, o grupo alcançou a marca de R$ 30,8 bilhões em vendas totais. “Temos muito orgulho de crescermos juntos, sendo uma alavanca para que a mulher brasileira possa empreender, conquistar seu espaço e a sua independência financeira”, afirma Renata Gomide, Vice-Presidente de Consumer do Grupo Boticário. “Nosso propósito é criar oportunidades para transformar vidas e a sociedade por meio da beleza, o que envolve o incentivo ao empreendedorismo feminino no ecossistema de beleza brasileiro como um todo.”

Entre as iniciativas do grupo está o programa “Empreendedoras da Beleza”, lançado em 2021 para oferecer capacitação a mulheres em situação de vulnerabilidade social. Desde sua criação, o programa já teve mais de 400 mil inscritas e formou mais de 70 mil mulheres em cursos que vão de maquiagem e penteados a temas de negócios e marketing. 

Kárita Luize, uma das ex-alunas do programa, comenta a transformação que esse suporte representou. “Abrir o próprio negócio não é nada fácil. Tem um lado B de gestão e de fluxo de caixa que ninguém conta. Mas os cursos que fiz com o Grupo Boticário me deram todo o suporte, e meu faturamento dobrou”, conta a paulistana, que atualmente administra seu próprio salão de beleza.

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Para continuar ampliando o apoio ao empreendedorismo feminino, o Grupo Boticário também investe no “Programa de Aceleração de Startups”, com foco em negócios liderados por mulheres. Desde o início, já foram aceleradas 19 startups lideradas por empreendedoras. 

Em dezembro deste ano, o Instituto Grupo Boticário lançará o “Hub de Aceleração”, voltado exclusivamente para negócios femininos. A iniciativa faz parte das celebrações de 20 anos do Instituto e busca otimizar processos e ampliar as oportunidades para mulheres que já atuam no setor da beleza.

Histórias que inspiram

A trajetória de mulheres empreendedoras no Brasil é marcada por resiliência, como exemplifica a história de Tarcinha Barbosa, ex-professora de história que perdeu o emprego durante a pandemia e encontrou uma nova carreira como revendedora de produtos de beleza no interior do Ceará. “Passei três anos sufocada, com dívidas para pagar e uma criança pequena para cuidar, mas com o Boticário isso mudou”, relembra. Graças ao acompanhamento do Grupo, que oferece monitoria e ferramentas gratuitas para venda, Tarcinha conseguiu aumentar sua renda em mais de dez vezes.

Outro exemplo vem da família de Regina Borges Cordeiro, de Minas Gerais, em que três gerações de mulheres empreendem com O Boticário. A jornada começou nos anos 1980, quando Dona Regina vendia produtos de porta em porta em Uberaba. Depois de passar a administração para sua filha Tiza, hoje as netas também lideram as 16 lojas da família. “O Grupo Boticário nos apoia e nos capacita demais”, conta Tiza, que vê as filhas Camila e Florença trilhando a mesma carreira. “Sempre tivemos muito espaço para as mulheres crescerem com a marca. Eles contribuem para a gestão e para os resultados de uma forma muito natural. Isso nos dá muita segurança para trabalharmos e conquistarmos o nosso espaço”, valoriza Camila, a primogênita, que já concluiu o Programa de Sucessão de Franqueados do grupo.

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Desde o final de 2022, quando o Grupo Boticário anunciou a aquisição de Truss e marcou sua estreia em salões profissionais, as iniciativas também impactam positivamente a vida de mulheres como Vera Marcelino, que viu o faturamento do seu salão de beleza crescer após começar a trabalhar com a marca profissional de produtos capilares. “Com o apoio e os treinamentos do Grupo, vou ainda mais longe”, afirma a empresária, já planejando abrir uma filial.

No setor de beleza, no qual as mulheres têm uma participação expressiva, o incentivo ao empreendedorismo feminino não só contribui para a independência financeira de muitas brasileiras, mas também fomenta o desenvolvimento de lideranças e fortalece o ecossistema de negócios liderados por mulheres.

O Dia Internacional do Empreendedorismo Feminino, celebrado em 19 de novembro, convida a uma reflexão sobre o impacto dessas iniciativas e a importância de novas políticas que reduzam as desigualdades de gênero no mercado brasileiro.

*BrandVoice é de responsabilidade exclusiva dos autores e não reflete, necessariamente, a opinião da FORBES Brasil e de seus editores.

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70% dos Empregadores Preferem Habilidades em IA do Que Experiência

Redação Informe ES

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Forbes, a mais conceituada revista de negócios e economia do mundo.

 

 

Desde seu lançamento na mídia há dois anos, a IA aumentou rapidamente em importância e se tornou uma das competências mais indispensáveis na força de trabalho. Em 2024, as habilidades em inteligência artificial começaram a ser determinantes no momento de avaliar e contratar profissionais.

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Aproximadamente nove em cada dez líderes esperam utilizar plenamente soluções de IA em suas organizações até 2028, de acordo com uma pesquisa da AWS (Amazon Web Services), enquanto o mesmo número pretende usar a ferramenta generativa para promover maior eficiência e produtividade, além de impulsionar aprendizado e inovação.

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IA
Getty Images

Profissionais com habilidades em IA são cada vez mais procurados por empregadores

Para implementar essa mudança, é fundamental contar com uma força de trabalho preparada para lidar com a nova tecnologia. O mesmo estudo também observou que as empresas estão dispostas a pagar salários mais altos para profissionais com habilidades em IA nas áreas de TI, vendas e marketing, finanças, operações, RH e jurídico e compliance, com o maior aumento salarial de 47% destinado a colaboradores do setor de TI.

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Habilidades em IA podem alavancar a carreira

Os especialistas em IA e aprendizado de máquina são as profissões de crescimento mais rápido no mercado, segundo o Índice de Tendências de Trabalho 2024 da Microsoft. Mas o destaque da inteligência artificial vai para além dessas posições.

Segundo o estudo, que entrevistou mais de 30 mil profissionais em 31 países, 71% dos empregadores dariam preferência a um candidato (mesmo fora do setor de tecnologia) com menos experiência, contanto que ele tivesse habilidades em IA.

Para quem busca ingressar em uma nova indústria, seja por uma mudança de setor ou simplesmente porque está no início da trajetória profissional, esse dado pode ser um bom indicador. As competências em inteligência artificial podem abrir portas com uma vantagem competitiva na consideração de um cargo.

A maioria (77%) dos líderes afirmam que profissionais com habilidades em IA, mesmo em nível inicial, terão responsabilidades maiores. Isso mostra que a nova tecnologia pode acelerar seu desenvolvimento profissional e promover um crescimento mais rápido.

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Novo foco no currículo

A IA está ganhando força como o novo nível de alfabetização digital que todos os profissionais devem almejar. Segundo a pesquisa da Microsoft, 66% dos líderes não contratariam um candidato sem habilidades em IA.

Listar Word ou Excel no seu currículo ainda pode ser útil, mas é importante priorizar a inclusão de habilidades básicas em IA para o seu trabalho, como o uso de ferramentas e a experiência em engenharia de prompts.

Enquanto os empregadores buscam ativamente pessoas que possam aplicar sua experiência em IA para aumentar o ROI, otimizar processos e se manter competitivos, esta é uma oportunidade de garantir um futuro profissional e fazer parte da inovação.

*Rachel Wells é fundadora e CEO da Rachel Wells Coaching, uma empresa dedicada a desbloquear o potencial de carreira e liderança para a GenZ e os millenials.

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