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Quem É a Brasileira Líder de Inovação Global da 3M
Forbes, a mais conceituada revista de negócios e economia do mundo.
Formada em Química pela Unicamp em 1997, Camila Cruz Durlacher é a “ovelha desgarrada” de sua família “de humanas”. “Minha mãe é socióloga, meu pai é do marketing, inúmeros parentes são advogados e eu fui estudar Química”, conta a líder de inovação global da 3M.
A executiva começou sua carreira na multinacional norte-americana como trainee em 2000, após um mestrado na área de engenharia de materiais na Universidade Federal de São Carlos. “Foi praticamente meu primeiro emprego formal”, diz Durlacher. Duas décadas depois, de degrau em degrau na escada corporativa, com passagens por diferentes setores e países dentro da empresa, a paulistana foi promovida a vice-presidente global de pesquisa e desenvolvimento (P&D) da 3M em janeiro de 2024.
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“Eu gosto de reforçar que durante meu primeiro cargo de liderança na 3M [gerente técnica de P&D no Brasil], eu tive meus dois filhos, que hoje têm 18 e 16 anos. Eu nunca senti que ser mãe afetou negativamente minha trajetória, nunca me senti preterida pelos meus colegas e líderes.”
Apesar da experiência positiva de Durlacher, infelizmente, as mães brasileiras representavam 58,9% dos cidadãos fora da força de trabalho no Brasil em 2023. Por isso, a executiva reforça a preocupação da companhia com programas voltados à maternidade.
Projeto liderado por Camila trouxe produção de máscaras respiratórias para o Brasil
Entre os projetos que desenvolveu ao longo dos anos, a história de Camila com as máscaras respiratórias se destaca. A atuação da executiva foi essencial para que a demanda causada pela pandemia de Covid-19 fosse atendida.
“Quando eu assumi a gerência da área de segurança, uma das minhas responsabilidades era o desenvolvimento de produtos para a proteção individual do trabalhador. O Brasil não tinha autonomia para produção em território nacional há 20 anos. A partir de 2007, depois de muito trabalho, passamos a ter essa independência. Então, criamos uma máquina que permitisse produzir a máscara da 3M no país. Eu tenho muito orgulho dessa história porque eu participei do começo dela.”
Inovação na prática
Atualmente, como líder global de P&D, Camila Durlacher é responsável por todos os laboratórios corporativos e centros tecnológicos e de inovação da 3M. “Cerca de sete mil pessoas trabalham nesses centros ao redor do mundo, onde desenvolvemos novos produtos e tecnologias. Esse trabalho global é dinâmico, porque temos que elaborar projetos para diferentes culturas e necessidades.”
Com o avanço das mudanças climáticas e a necessidade de adaptação, o desenvolvimento de novas tecnologias para o clima é um dos principais investimentos de P&D da empresa. Segundo a executiva, um novo produto para esta finalidade está em processo de produção no Brasil: “É um filme de múltiplas camadas para controle de temperaturas, feito para sistemas de ar-condicionado e refrigeração. Com ele, é possível reduzir em até 20% o consumo de energia dessas aplicações.”
Pioneirismo e legado
No início dos anos 2000, Camila foi a primeira gerente mulher da companhia no Brasil. Na verdade, durante o percurso, a vice-presidente passou por inúmeras situações em que foi “a primeira mulher”. No entanto, isso nunca foi um problema para ela.
“Nunca deixei o preconceito me parar. Nunca vi uma oportunidade e pensei que não era para mim. Pelo contrário, sempre me capacitei para estar pronta para qualquer desafio e deixei que minha competência falasse por mim”, pontua. O recado de Camila para as mulheres que almejam crescer é: “Esqueça essa história de precisar de um modelo, pense no legado que você deixará para outras mulheres quando você chegar lá.”
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6 Perguntas Reflexivas Para Fazer Sua Revisão de Fim de Ano
Forbes, a mais conceituada revista de negócios e economia do mundo.
O ano vai chegando ao fim e esse é o momento perfeito para fazer uma pausa e refletir sobre o quanto você avançou. A autorreflexão não se resume a celebrar suas conquistas (embora você deva fazer isso). É também sobre aprender com as lições que vieram ao longo do caminho para começar o próximo ano com mais clareza e foco. Pense nisso como um mapa pessoal para entrar nos próximos 12 meses de forma intencional.
Mas como fazer essa autorreflexão de forma eficaz? Não existe uma fórmula única, mas as seis perguntas a seguir podem ser um ótimo ponto de partida:
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1. Como enfrentei os desafios deste ano?
Quais novos desafios surgiram? Você mudou de carreira, enfrentou situações inéditas ou aprendeu algo novo no trabalho? Reflita sobre como você lidou com essas dificuldades. Como você se sentiu ao encará-las? Foi frustrante ou desafiador de uma forma positiva? Pense no que funcionou bem e no que faria diferente da próxima vez.
Lembre-se: cada obstáculo enfrentado traz novas ferramentas, habilidades e aprendizados.
2. Quais foram as três maiores conquistas?
Olhe para trás e anote pelo menos três realizações importantes para você neste ano. Não precisam ser grandes marcos – desde cumprir uma lista de tarefas até superar um desafio pessoal, cada pequena vitória conta. Esses momentos mostram do que você é capaz, mesmo nas simples ações do dia a dia.
3. Quais hábitos me ajudaram e quais me prejudicaram?
Reflita sobre seus hábitos ao longo do ano. Quais rotinas contribuíram para o seu crescimento e quais foram obstáculos? Identificar esses padrões ajuda a definir quais hábitos você deve reforçar ou substituir no próximo ano.
4. Com que frequência comparei a minha jornada com a dos outros?
É comum sentir desânimo ao comparar suas conquistas às de outras pessoas, mas lembre-se: cada jornada é única. Em vez de focar no sucesso alheio, valorize seu próprio progresso. Use as vitórias dos outros como inspiração, mas mantenha o foco no seu caminho.
5. Como minhas prioridades mudaram ao longo do ano?
Nossas prioridades evoluem com o tempo, e reconhecer essas mudanças pode revelar muito sobre nossos valores. Talvez você tenha começado o ano buscando crescimento profissional, mas percebeu que o equilíbrio entre vida pessoal e trabalho é mais importante. Compreender essas mudanças ajuda a tomar decisões mais alinhadas ao seu verdadeiro eu.
6. Com quem posso compartilhar minhas conquistas?
O sucesso é ainda mais significativo quando compartilhado com as pessoas certas. Reflita sobre quem esteve ao seu lado ao longo do ano – amigos, familiares, colegas de trabalho. Você também retribuiu esse apoio? Criar um ambiente de celebração mútua fortalece relações e promove um crescimento conjunto.
A importância de olhar para trás
É importante planejar o futuro, mas olhar para o passado e fazer uma autorreflexão é essencial para o crescimento. Ao celebrar suas conquistas e aprender com os desafios, você se prepara para enfrentar o próximo ano com mais clareza e confiança.
Abrace as lições de 2024 e entre no novo ano com propósito renovado.
*Sho Dewan é colaborador da Forbes US. Ele é fundador e CEO da Workhap, de consultoria de carreira, além de ser criador de conteúdo e LinkedIn Top Voice.
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CEO da BB Asset: “A Educação Abre Portas, e Eu Sou Um Exemplo Disso”
Forbes, a mais conceituada revista de negócios e economia do mundo.
A BB Asset, empresa de gestão de recursos do Banco do Brasil, é uma gigante. Administra R$ 1,7 trilhão em fundos, ou 18,7% do total da indústria, sendo a maior do mercado. Cuida do dinheiro de cerca de 2 milhões de pessoas. Se essa multidão morasse na mesma cidade, seria o 8º município brasileiro em população, à frente de Curitiba, Recife e Porto Alegre. Denísio Liberato está na lista Forbes Melhores CEOs de 2024.
O tamanho e a liderança não deixam confortável o CEO Denísio Liberato. “Temos quase 20% de participação de mercado e precisamos nos reinventar sempre.” Aos 44 anos, graduado, mestre e doutor em economia, funcionário de carreira do Banco do Brasil, Liberato é o primeiro CEO da BB Asset de origem africana.
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Sua trajetória é prova do poder da educação na mobilidade social. Nascido em Ponte Nova (MG), filho de um pedreiro e de uma dona de casa, conseguiu se inscrever no concurso do Banco do Brasil em 1999 porque sua tia tomou o dinheiro da inscrição emprestado com um vizinho. Aprovado, começou a trabalhar como amarelinho na agência da cidade mineira de Ubá. “Eu vestia um colete amarelo e ajudava os clientes a operar os caixas automáticos”, diz.
O salto na carreira veio por meio dos estudos. Ao ingressar no banco, já cursava o 3º ano de economia na universidade federal de Viçosa. “Meu orientador não apoiou minha decisão, ele disse que eu iria jogar meu conhecimento fora para ser caixa de banco.” No entanto, a necessidade do salário falou mais alto. Mesmo assim, Liberato não desistiu de uma carreira acadêmica. “Descobri que o BB financiava programas de mestrado e de doutorado desde que os temas de pesquisa fossem úteis à instituição”, diz ele. “A educação abre portas, e eu sou um exemplo disso.”
Com o avanço acadêmico, veio a progressão na carreira. Liberato passou por várias áreas no Banco do Brasil e foi servidor do Ministério da Fazenda entre 2013 e 2016, onde foi secretário-adjunto de Política Econômica. Retornou ao banco, passou pela diretoria de governança e foi diretor da Previ, fundo de pensão do BB. Sua indicação para o cargo atual ocorreu no início de 2023.
À frente da asset, o executivo buscou diversificar o negócio por meio de parcerias. A mais recente foi uma associação com a administradora de shopping centers Iguatemi. “Estruturamos um fundo para adquirir participações em shoppings que nos permitirá atuar como consolidadores do setor”, afirma. Outras iniciativas estão no pipeline “A BB Asset é um ‘hub’ de liquidez para diversos setores, como a economia verde, e vamos crescer nessa área aproveitando o conhecimento do Banco do Brasil, considerado o banco mais verde do mundo.”
Reportagem publicada na edição 123 da Forbes, lançada em setembro de 2024.
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Futuro do Trabalho: 20 tendências que vão mudar nossa realidade em 2025
A sociedade e a tecnologia estão avançando em um ritmo mais acelerado do que os profissionais e as empresas conseguem acompanhar. Com o impulso da inteligência artificial, até 2050 vamos evoluir 100 anos a cada 5, prevê Ian Beacraft, CEO e Chief Futurist da Signal and Cipher. Segundo o futurista, as organizações estão migrando de um modelo tradicional centrado no ser humano para uma orquestração de funções baseadas em três pilares interconectados: capacidades humanas, sistemas de IA e ferramentas de automação. “Essa evolução exige uma reimaginação fundamental de como o trabalho é estruturado, distribuído e avaliado.”
A avalanche de novidades tecnológicas empurra o mercado para um cenário em que todo profissional e qualquer empresa devem aproveitar as novas ferramentas disponíveis – isso se quiserem permanecer relevantes e liderar a mudança. “Se você não sabe o que está em alta e não se educa continuamente, você está ficando para trás”, afirma Gorick Ng, consultor de carreira de Harvard e autor do best-seller “The Unspoken Rules”. O gap entre profissionais que começam a testar as ferramentas agora e os que já são “fluentes” nas novas tecnologias vai ser determinante.
Mas o profissional que se destaca em um futuro ainda incerto não é aquele que segue todas as tendências cegamente. “Não é porque a IA é o tema do momento que você vai se demitir e criar uma startup de IA”, diz Gorick. Mas o letramento tecnológico é, de fato, uma das habilidades mais relevantes para se ter sucesso, segundo um relatório do Fórum Econômico Mundial. “Isso não quer dizer que a gente vai ter que aprender a programar, mas sim ter um repertório para tornar nossas rotinas, times e empresas mais produtivos”, diz Michelle Schneider, professora da Singularity, LInkedIn Top Voice e autora do livro “O Profissional do Futuro”.
Nesse cenário em constante transformação, adaptabilidade é a palavra da vez. Ainda segundo o Fórum Econômico Mundial, com apoio da Fundação Dom Cabral, 23% das profissões devem se modificar até 2027. Graças à inteligência artificial, executivos acreditam que metade das competências da força de trabalho hoje não serão relevantes em 2025, mostra outro estudo do ano passado.
Não sabemos exatamente como será o futuro do trabalho, mas uma coisa é certa: vai exigir educação contínua e o desenvolvimento de novas e multi-habilidades. O profissional do futuro não apenas sabe usar as novas tecnologias, mas equilibra suas habilidades técnicas com as famosas soft skills, as competências emocionais. “Dominar novas tecnologias, como IA generativa, será essencial, mas isso deve vir acompanhado de capacidades críticas como resolução de problemas complexos, criatividade, comunicação e inteligência emocional”, afirma Fernanda Mayol, sócia da consultoria McKinsey.
Empresas que quiserem atrair e reter talentos – especialmente os jovens da Geração Z, que se demitem em ritmo recorde no Brasil e já serão 25% da força de trabalho global em 2025 – devem oferecer oportunidades de (re)capacitação. “As empresas apostam no reskilling de seus profissionais antes de focar em contratações”, afirma Renata Rivetti, CEO da Reconnect Happiness at Work.
E não apenas isso: vão precisar ouvir seus funcionários no que parece ser uma briga sem fim pela definição do modelo de trabalho. No Brasil, mais de 50% dos profissionais que trabalham presencialmente gostariam de migrar para o híbrido ou remoto, segundo pesquisa da Deel. Mas a realidade é outra: 51% das empresas operam em regime totalmente presencial. “Se, no início do ano, o híbrido era visto como o ‘novo normal’, movimentos como o da Amazon [que exigiu o retorno ao presencial cinco dias na semana], mostram que o futuro do trabalho ainda está em debate”, analisa Mayol.
Abaixo, reunimos estudos, análises e previsões de grandes líderes e futuristas e destacamos 20 tendências que vão definir os caminhos de empresas e profissionais em 2025 e nos próximos anos.
1. Não seremos substituídos pela IA, e sim por quem souber usá-la melhor
Essa frase tem ecoado nas principais conferências de tecnologia e inovação, destacando a importância do que Ian Beacraft, CEO e Chief Futurist da Signal and Cipher, chama de “domínio intuitivo da IA”. “O desenvolvimento da ‘intuição para IA’ será fundamental para profissionais de alto desempenho”, afirma. Ele compara esse processo à sensação quase inconsciente de dirigir um carro; à medida que os usuários se tornam mais experientes, desenvolvem um senso intuitivo para as capacidades, limitações e melhores aplicações da ferramenta. “O gap entre os usuários avançados de IA e os adotantes casuais está começando a remodelar trajetórias de carreira e dinâmicas de equipes.”
A ascensão da IA também levanta preocupações sobre a ampliação das desigualdades. “Não podemos romantizar a IA enquanto ela for acessível apenas a um grupo privilegiado de pessoas”, alerta Renata Rivetti, CEO da Reconnect Happiness at Work. “Para outra parte dos profissionais, ela representa um risco de aprofundamento das desigualdades e do desemprego.”
2. O profissional do futuro é multi-habilidades
Adaptabilidade é a palavra da vez. Dada a velocidade das transformações do mercado e a necessidade de aprendizado constante, o profissional que terá sucesso será aquele que souber mesclar habilidades técnicas com as famosas soft skills, competências socioemocionais. “Dominar novas tecnologias, como IA generativa, será essencial, mas isso deve vir acompanhado de capacidades críticas como resolução de problemas complexos, criatividade, comunicação e inteligência emocional”, afirma Fernanda Mayol, sócia da McKinsey.
3. Letramento tecnológico é obrigatório
Ouvimos empresários e futuristas afirmarem que todo profissional vai precisar se tornar um profissional de tecnologia. “Houve um tempo em que todos pensavam que a programação seria a habilidade do futuro, mas não é”, afirma Gorick Ng, consultor de carreira de Harvard e autor best-seller. Mas o letramento tecnológico é, de fato, uma das habilidades mais relevantes para se ter sucesso no futuro do trabalho, segundo relatório do Fórum Econômico Mundial. “Não vamos ter que aprender a programar, mas sim ter um repertório para tornar nossas rotinas, times e empresas mais produtivos”, diz Michelle Schneider, professora da Singularity, LinkedIn Top Voice e autora do livro “O Profissional do Futuro”.
4. Reskilling constante
Segundo uma pesquisa da McKinsey, em até cinco anos, quase 90% das empresas vão enfrentar escassez de habilidades relevantes na sua força de trabalho – especialmente em análise de dados, TI e gerenciamento de pessoas. Executivos afirmam que o reskilling – o processo de treinar ou requalificar um profissional para que ele adquira novas habilidades – é a melhor maneira de fechar essa lacuna. Organizações que oferecem oportunidades robustas de aprendizado atrairão os melhores talentos. “As empresas apostam no reskilling de seus profissionais antes de focar em contratações. Afinal, quase o mercado inteiro enxerga o gap”, observa Renata Rivetti, CEO da Reconnect Happiness at Work.
5. Poder nas mãos dos profissionais
As decisões de carreira estão cada vez mais sob o controle dos próprios profissionais, indo além das capacitações oferecidas pelas empresas. “Ser um profissional do futuro só cabe a cada um de nós e às nossas decisões”, diz a professora e autora Michelle Schneider. Adaptabilidade e aprendizado contínuo são essenciais para o sucesso, mas com uma ressalva importante. “Os profissionais mais bem-sucedidos não seguem cegamente as tendências. Eles as acompanham para distinguir entre o que é uma moda passageira e o que veio para ficar”, destaca Gorick Ng, consultor de carreira em Harvard e autor best-seller.
6. A queda de braço entre remoto e presencial continua
Em 2024, grandes empresas como a Amazon exigiram que seus funcionários retornassem ao escritório cinco dias por semana. Segundo a pesquisa OrgBRtrends, da McKinsey, mais de 90% das organizações adotaram modelos híbridos desde a pandemia. “Se, no início do ano, o híbrido era considerado o ‘novo normal’, movimentos como o da Amazon mostram que o futuro do trabalho ainda está em debate e evolução”, afirma Fernanda Mayol, sócia da consultoria.
Um levantamento realizado pela Deel com a Opinion Box, em outubro, mostra que 59% dos líderes de RH acreditam que o modelo híbrido é o mais eficiente, seguido pelo presencial (35%). No entanto, o cenário atual revela uma inversão: 51% das empresas operam totalmente presencialmente, enquanto 45% adotam o formato híbrido. Além disso, mais de 40% dos funcionários relatam que suas empresas ainda não decidiram se haverá mudanças no formato de trabalho em 2025, enquanto 11% preveem alterações. “Há um descasamento de expectativas: enquanto as organizações buscam modelos mais presenciais, os funcionários valorizam o trabalho remoto”, observa Fernanda Mayol, sócia da McKinsey.
Esse descompasso pode custar caro às empresas. Outra pesquisa recente da Deel aponta que 54% dos profissionais que trabalham presencialmente no Brasil gostariam de migrar para o modelo híbrido ou remoto. Para muitos, a flexibilidade é tão – ou até mais – importante quanto a remuneração. “Nos próximos dois a três anos, veremos empresas decididas e consolidadas em modelos totalmente remotos ou totalmente presenciais”, observa Sylvia Hartmann, CEO e fundadora da Remota, startup especializada em trabalho híbrido e remoto.
7. Híbrido em segredo
Com as políticas de retorno ao escritório, o “hushed hybrid”, ou híbrido silencioso, surge como uma tendência em que gestores flexibilizam, de forma informal – ou em segredo –, o trabalho remoto para suas equipes. Esse termo descreve um movimento crescente de líderes que, ao invés de aplicarem rigidamente as políticas corporativas de retorno ao presencial, ajustam as regras para atender às preferências de seus times e reter talentos.
8. Vamos precisar redesenhar o trabalho
Seja qual for o modelo de trabalho adotado ou as tecnologias utilizadas, será essencial reavaliar métricas de produtividade e repensar as formas de trabalhar. Segundo Ian Beacraft, as organizações estão migrando de um modelo tradicional centrado no ser humano para uma orquestração de funções baseadas em três pilares interconectados: capacidades humanas, sistemas de IA e ferramentas de automação. “Essa evolução exige uma reimaginação fundamental de como o trabalho é estruturado, distribuído e avaliado.”
A tecnologia, por si só, não cria valor, destaca Fernanda Mayol, da McKinsey. “As empresas líderes são aquelas que estão focadas em reimaginar fluxos de trabalho inteiros com o uso de IA generativa e IA analítica, em vez de apenas integrar essas ferramentas às práticas atuais de trabalho.”
9. Geração Z vai ser ¼ da força de trabalho global
Segundo um relatório da McKinsey, em 2025 a Geração Z vai representar 25% da força de trabalho global. Com base nas tendências atuais, um em cada dez gestores será Gen Z no próximo ano, aponta o Glassdoor com dados dos EUA. No Brasil, essa geração está deixando o mercado de trabalho em nível recorde, para mudar de carreira ou empreender. Um levantamento da FGV mostra que, de cada 100 pedidos de demissão feitos em 2024, 30 foram de jovens entre 18 e 24 anos. “A Geração Z é também a mais propensa a tirar licenças de saúde mental, sinalizando a urgência de políticas de bem-estar nas empresas”, afirma Cristiano Soares, country manager da Deel no Brasil.
Lidar com esses jovens é um desafio para quase 70% dos profissionais hoje. Para Letícia Pavim, fundadora da Rede Pavim, empresa especializada em treinar a Geração Z por meio de palestras e programas de desenvolvimento, construir uma relação harmoniosa no ambiente de trabalho multigeracional exige esforço de todos os lados. “A Geração Z está frustrada com o mercado de trabalho, trazendo questões como a busca por um equilíbrio entre vida pessoal e profissional e o desejo de sentir que suas ações realmente fazem a diferença.”
10. Diploma perde relevância
Nas últimas décadas, ter o diploma de uma universidade de elite no currículo era visto quase como a garantia de uma carreira de sucesso. No entanto, esse cenário já mudou. Pesquisadores da empresa de tecnologia Zoho descobriram que não há correlação entre seus melhores funcionários e as instituições onde estudaram. “As empresas estão cada vez mais priorizando habilidades sobre credenciais tradicionais, o que amplia as oportunidades para grupos historicamente sub-representados”, afirma Cristiano Soares, country manager da Deel. O descompasso entre a escassez de talentos especializados e a crescente demanda por profissionais no setor de tecnologia levou a empresa brasileira Indicium a criar um programa de formação em dados, com o objetivo de capacitar profissionais e prepará-los para ingressar na companhia.
11. Profissionais são contratados “as a service”
Cada vez mais profissionais gabaritados aderem a um modelo de trabalho sob demanda. Esse mercado “open talent” está em crescimento e deve passar de R$ 6 bilhões até 2032, segundo relatório da empresa de pesquisa Future Market Insights, com a alta demanda por profissionais seniores por tempo determinado ou para tocar projetos específicos. “Não trabalharemos de forma tão rígida pela descrição de um cargo”, afirma Renata Rivetti, CEO da Reconnect Happiness at Work. Essa tendência será especialmente relevante em áreas com escassez de habilidades, como saúde, IA e cibersegurança.
A era da gig economy é impulsionada pelo desaparecimento do conceito de “emprego para a vida toda” e pela busca por flexibilidade. Chamada pela Geração Z de polywork, a tendência crescente de gerenciar vários empregos em busca de segurança financeira ou complemento da renda traz sensação de autonomia, mas pode levar ao esgotamento. No Brasil, 60% dos profissionais têm dois ou mais trabalhos, segundo uma pesquisa da Hostinger, empresa de hospedagem de sites, realizada entre agosto e setembro de 2024 nas principais capitais do país.
12. Profissões em alta
Um estudo do PageGroup lista 37 profissões em alta para 2025 e seus respectivos salários. Entre elas, se destacam as áreas de saúde, tecnologia, finanças, agronegócio, marketing e vendas, com salários que chegam a R$ 80 mil. “As empresas tendem a investir na contratação de profissionais que sejam capazes de implementar estratégias para automatizar processos e trazer ganhos de produtividade e redução de despesas”, explica Lucas Toledo, diretor executivo da Michael Page, uma das divisões do PageGroup, no Brasil.
13. Benefícios fora da caixa
O número de pessoas que pediram demissão bateu recorde em 2024, e a maior parte é da Geração Z. Para atrair e reter esses talentos, especialmente os mais jovens, as empresas vão precisar ser criativas. “Só seguro de saúde e Gympass [hoje WellHub] não colam mais. A empresa vai precisar investir em pertencimento”, diz Marina Vaz, CEO e fundadora da Scooto, startup de serviços de experiência com o cliente e atendimento remoto. A trend do CLT Premium bombou em 2024 e deve permanecer em alta, com a valorização de “benefícios fora da caixa”, como massagem no escritório, festas e short friday. Especialistas de RH apontam que a tendência é permitir que os funcionários escolham a cesta de benefícios de acordo com o que cada um entende como prioridade.
14. Demissão por vingança
Especialistas nos EUA afirmam que a tendência do “revenge quitting” (demissão de vingança) deve se intensificar em 2025. Profissionais estão deixando seus empregos abruptamente como resposta a experiências negativas na empresa, como falta de reconhecimento, esgotamento, desengajamento com a cultura organizacional ou mudanças no modelo de trabalho.
15. Escalada da IA
Em 2023, o mundo foi apresentado à inteligência artificial generativa, e em 2024 começou a explorá-la, colhendo ganhos em produtividade e eficiência. Segundo a mais recente pesquisa global da McKinsey sobre IA, 65% dos entrevistados afirmaram que suas organizações já utilizam IA generativa regularmente, quase o dobro do registrado na pesquisa anterior, realizada apenas dez meses antes. “Embora em 2024 apenas 3% das empresas estejam em uma fase madura de adoção da IA, o próximo ano promete uma escalada. Esse movimento vai criar um grande gap entre as organizações que ainda nem começaram a implementar essa tecnologia”, afirma Michelle Schneider.
16. Sua entrevista de emprego vai ser com uma IA
A inteligência artificial já faz parte dos processos de recursos humanos em grandes empresas, entregando resultados expressivos em otimização e eficiência. A tecnologia está revolucionando áreas como recrutamento, gestão de desempenho, engajamento de colaboradores e desenvolvimento de talentos. À medida que a IA assume tarefas repetitivas, os profissionais de RH ganham espaço para focar em atividades estratégicas e criativas. O grande desafio agora é encontrar o equilíbrio entre a eficiência tecnológica e o toque humano na gestão de pessoas. Departamentos de RH bem-sucedidos usarão a IA como uma ferramenta para aprimorar, e não substituir, o julgamento e a empatia humanos. Para os profissionais, é importante considerar que seus currículos, portfólios e até entrevistas podem ser analisados por robôs. Isso exige uma preparação direcionada para se destacar em processos seletivos cada vez mais influenciados pela tecnologia.
17. Decisões ainda estarão nas mãos das pessoas
Além de dominar tanto habilidades técnicas quanto sociais, o profissional do futuro entende o valor das conexões humanas. “Embora a IA seja o assunto do momento, não é ela que decide se você será contratado ou promovido – são as pessoas”, afirma Gorick Ng. Os profissionais mais bem-sucedidos reconhecem essa realidade e investem em networking e na construção de relacionamentos para abrir portas e acessar oportunidades. “Aqueles que dependem exclusivamente da IA para se candidatar a empregos terão uma surpresa ao perceber que todos os outros estão utilizando as mesmas ferramentas – e obtendo os mesmos resultados.”
18. Tecnologia vai além da IA
Não à toa, a IA ganhou os holofotes nos últimos anos. Mas a futurista e CEO do Future Today Institute, Amy Webb, destaca outras duas tecnologias menos conhecidas – sensores avançados e biotecnologia – que também estão mudando o cenário dos negócios. “Líderes que se concentram apenas na IA, sem entender suas interseções com essas outras tecnologias, correm o risco de perder uma onda de disrupção que já está se formando”, escreveu Webb na sua newsletter.
19. Trabalho online imersivo
Em 2025, o conceito de “fora do escritório” será redefinido por meio de plataformas online imersivas. Esses ambientes, que integram realidade virtual e aumentada permitem colaboração contínua, independentemente da localização física. “Não é bem como o metaverso, mas é um ambiente de trabalho virtual. Algumas empresas já estão usando para onboarding à distância, de pessoas que moram em outras cidades”, diz Sylvia Hartmann, CEO e fundadora da Remota, startup especializada em trabalho híbrido e remoto. Um exemplo é o Roam Virtual Office, um software de escritório virtual projetado para melhorar a comunicação entre os funcionários.
20. Funcionários são os novos influencers
Profissionais de diferentes áreas estão assumindo o protagonismo nas redes sociais das suas empresas – participando de vídeos de “look do dia” e conteúdos mostrando um dia de trabalho. A mais nova tendência é conhecida como EGC, sigla em inglês para conteúdo gerado por funcionários. Antes limitado a redes profissionais como o LinkedIn, o EGC agora está no feed do Instagram, TikTok e YouTube e pode ajudar a criar confiança e promover conexão com o público.
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