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Liderança feminina avança no Brasil e redefine sucesso de empresas

Redação Informe ES

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Os números ainda estão abaixo da paridade, mas a presença feminina em cargos de liderança está crescendo no Brasil. Mulheres seguem conquistando assentos nas diretorias das empresas, sendo promovidas a CEO e ocupando também os conselhos de administração, em um movimento que, além de ampliar a diversidade no ambiente corporativo, estimula a criatividade e a inovação, impactando positivamente os resultados. “Os benefícios de um ambiente de trabalho mais diverso e inclusivo são enormes, tanto para os colaboradores quanto para o negócio como um todo, porque a diversidade traz melhores resultados”, afirma a advogada Liliana Caldeira, presidente da Sou Segura, entidade que promove a equidade de gênero no mundo dos negócios.

Liliana avalia que a oferta de posições de liderança para mulheres tem mostrado alguns avanços, mas ainda enfrenta desafios relevantes, tanto no Brasil quanto no mundo. “Quando se trata de ascender a posições de liderança, é possível observar que persistem as barreiras invisíveis na trajetória das mulheres no mercado de trabalho, provocando uma assimetria entre os gêneros que se acentua ao longo da trajetória de vida da mulher, impactando sua remuneração e aposentadoria.”

Mais Preparadas, Mulheres Ocupam 12% das Cadeiras em Conselhos

Essas barreiras invisíveis incluem estereótipos de gênero, discriminação, falta de exemplos de outras mulheres líderes para estimular, pouca flexibilidade no trabalho para conciliá-lo com a vida pessoal, diferenças salariais e questões emocionais – entre elas, a autoconfiança. Para promover a diversidade, cada vez mais empresas desenvolvem programas inclusivos voltados para a equidade entre homens e mulheres, abordando esses pontos.

“Temos a ambição global de que as mulheres ocupem 50% dos cargos de liderança sênior até 2030. Hoje, globalmente, temos 41,5% de mulheres em posições de liderança, com o Brasil avançando fortemente nesta agenda e registrando números ainda mais expressivos”, comenta Luciana Batista, primeira mulher a ocupar o cargo de presidente da Coca-Cola Brasil e Cone Sul.

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Além dos benefícios tradicionais, como licença-maternidade de seis meses e auxílio-creche, a Coca-Cola disponibiliza sala de lactação e licença especial para tratamentos de fertilização. Também está estimulando a diversidade entre os seus parceiros com o programa “Coca-Cola dá um gás no seu negócio”, responsável pela capacitação e pelo apoio ao negócio de milhares de mulheres empreendedoras em todo o Brasil e Cone Sul. “Mulheres enfrentam estereótipos de gênero diariamente, e a pressão é ainda maior em cargos de liderança.

Segundo a ONU Mulheres, as mulheres poderiam aumentar seus rendimentos em até 76% se a disparidade de gênero fosse eliminada”, diz Luciana. “Acredito firmemente que desempenho e resultados financeiros podem caminhar de mãos dadas com impacto positivo – na verdade, um reforça o outro.”

Para Raquel Reis, CEO da SulAmérica, o ponto de partida para seguir aumentando o protagonismo das mulheres é garantir que elas tenham oportunidades reais para estarem onde quiserem e onde se sentirem felizes. “A posição de liderança é importante e desafiadora, mas não é o único sinônimo de sucesso. Muitas mulheres ocupam outras funções por diferentes razões, e o essencial é que essa escolha seja feita com liberdade, sem barreiras visíveis ou invisíveis que limitem o crescimento profissional”, comenta.

Em 2024, 66,9% dos méritos e promoções na seguradora foram destinados a mulheres, refletindo a competência que elas têm em suas funções. “Acreditamos que uma organização mais plural se conecta melhor com seus clientes e parceiros, permitindo um atendimento mais eficiente e empático às diversas necessidades do nosso público. Por isso, investimos constantemente no desenvolvimento de lideranças femininas e na construção de um ambiente inclusivo, onde todos tenham oportunidades reais de crescimento”, declara Raquel, ressaltando que 67% dos funcionários da empresa são mulheres, sendo 53,5% em cargos de média liderança e 39% na alta liderança.

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Empresas com liderança feminina

Há três anos, o Grupo Boticário atingiu o marco de 56% de mulheres ocupando cargos de liderança. Na empresa, as mulheres representam mais de 60% do quadro total de colaboradores e 70% da equipe de Pesquisa, Desenvolvimento e Qualidade, composta por cientistas que lideram avanços importantes no setor de beleza. A atuação do grupo nas questões de gênero foi responsável por um movimento de grande impacto socioeconômico em Camaçari, na Bahia.

Em 2011, o Grupo Boticário instalou na região o Polo da Beleza de Camaçari, cidade até então com grande protagonismo masculino por conta do polo petroquímico. A chegada da fábrica abriu oportunidade de emprego e qualificação para centenas de mulheres, contribuindo para a geração de renda e fomentando a inserção feminina no mercado de trabalho.

Primeira mulher a assumir a posição de CEO da Bayer Consumer Health no Brasil, Cristina Hegg considera que a atitude inclusiva é estratégica para os negócios. “Para inovar, colocar o cliente no centro e encontrar soluções para os desafios do nosso tempo, é imprescindível ter um time diverso, com experiências e visões distintas. Nós, mulheres, somos parte significativa disso.”

Ela ressalta, porém, que a promoção da diversidade e da equidade é um compromisso compartilhado. “Enquanto os colaboradores devem buscar seu desenvolvimento, as empresas – e suas lideranças – têm a responsabilidade de eliminar barreiras, garantir equidade e criar um ambiente onde todos possam prosperar. Como líder, vejo meu papel não apenas como alguém que reforça essa cultura, mas como alguém que atua ativamente para acelerar essa mudança”, diz.

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A jornada de diversidade na Bayer está estruturada em cinco grandes frentes, cada uma representada por um grupo de afinidade. O GROW (Growing Representation & Opportunities for Women) é o que promove e apoia iniciativas nos temas de desenvolvimento e empoderamento da mulher, somando esforços para a evolução da representatividade feminina em todos os níveis da organização. Aproximadamente 50% dos cargos de liderança são ocupados por mulheres no negócio de Consumer Health, do qual Cristina é presidente.

A Natura atingiu a paridade de gênero em cargos de liderança na América Latina em 2023, com 50,5% de mulheres ocupando posições de diretoria e vice-presidência. Além disso, em um setor estratégico para a companhia, o de Pesquisa e Desenvolvimento, o índice de mulheres na liderança chegou a 75%. O caminho para alcançar esses resultados envolveu a implementação de diretrizes claras, como a Política de Valorização da Diversidade, lançada em 2016, e a incorporação da diversidade como pilar estratégico da empresa.

A companhia realiza auditorias internas para monitorar se há disparidades em promoções e progressões de carreira e garante que pelo menos 50% dos finalistas nos processos seletivos sejam mulheres, de forma a manter um equilíbrio sustentável nos diferentes níveis da organização. Para a Natura, a presença de mulheres em cargos estratégicos tem efeito multiplicador: quando elas ocupam posições de liderança, abrem portas para que outras também possam crescer, impactando positivamente a cultura organizacional como um todo.

Mulheres na tecnologia

A presença feminina é destaque até em setores tradicionalmente dominados pelos homens, como o de tecnologia. A Microsoft Brasil, por exemplo, alcançou um marco significativo: mais de 70% do time executivo é composto por mulheres. A empresa oferece programas de desenvolvimento de carreira, workshops e treinamentos que capacitam as mulheres a assumirem posições de liderança e a se destacarem em suas áreas de atuação. Esses programas incluem desde cursos básicos até certificações avançadas, promovendo a inclusão de mulheres em áreas de STEM (Ciências, Tecnologia, Engenharia e Matemática).

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A Microsoft Brasil assinou os “Princípios de Empoderamento das Mulheres” da ONU Mulheres, reforçando seu compromisso com a igualdade de gênero. Desde 2016, a empresa também implementou globalmente a política de equidade salarial, garantindo que mulheres e homens recebam salários iguais para funções equivalentes.

“Eu sou a personificação do contraponto do setor no qual estou inserida: quando pensamos em mercado financeiro, a imagem que naturalmente vem à mente das pessoas é a de um homem, branco e mais velho; eu sou uma mulher, de aparência jovem e pele retinta”, observa Fernanda Ribeiro, CEO e cofundadora da fintech Conta Black. “Isso acaba me trazendo ônus – muito mais, inclusive – e bônus. Eu, como uma boa otimista, gosto de enxergar as coisas a partir da perspectiva do copo meio cheio, como uma personagem que vai levar novas perspectivas ao que já está posto. Mas obviamente não posso ignorar os ônus desse processo, como, por exemplo, ter que ‘provar’ muito mais do que os outros.”

Conselheiras em ação

Responsáveis por assegurar que as empresas sejam geridas de acordo com os interesses dos acionistas e outras partes interessadas, os conselhos de administração também estão ampliando a presença feminina em suas reuniões. Na Natura, por exemplo, a equidade de gênero na governança é um tema prioritário, e a empresa atua para garantir que a inclusão feminina aconteça de forma estruturada e sustentável, inclusive com assentos estratégicos no conselho.

Sediado nos Estados Unidos, o conselho de administração da Microsoft, composto por membros independentes que desempenham funções de supervisão e governança, também conta com a participação de mulheres. No Grupo Boticário, o conselho conta atualmente com quatro mulheres entre seus 11 integrantes, reforçando a diversidade em um ambiente de tomada de decisão. O órgão é responsável por avaliar e recomendar ações relacionadas à estratégia da empresa, bem como aos resultados econômicos, reputacionais e de ESG.

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“A inclusão feminina nos conselhos de administração enriquece as discussões com perspectivas diversas e complementares”, avalia Camila Colpo, presidente do conselho de administração da Boa Safra, uma das maiores empresas de sementes do Brasil. “Considero um motor para a inovação e a tomada de decisões mais equilibradas. A presença feminina tende a promover uma abordagem mais colaborativa e uma sensibilidade acentuada para as necessidades de diferentes stakeholders. Essa diversidade de pensamentos e experiências contribui para soluções mais criativas e eficazes, fortalecendo a resiliência e adaptabilidade da organização frente aos desafios do mercado.”

A médica oncologista baiana Clarissa Mathias é a primeira brasileira a integrar o conselho da ASCO (Sociedade Americana de Oncologia Clínica) e acumula ainda um assento no conselho da Oncoclínicas. Ela entende que sua contribuição nesses conselhos vem da visão abrangente da medicina que desenvolveu ao longo de sua carreira. “Uma abordagem holística transforma o ambiente corporativo em um espaço mais colaborativo, inovador e orientado para o paciente. Esse tipo de mudança pode ter efeitos duradouros no desempenho da organização, impactando não apenas os resultados financeiros, mas também a qualidade do atendimento e a experiência do paciente.”

Segundo Jandaraci Araújo, uma das cofundadoras do Conselheira 101 – programa que visa à inclusão de mulheres negras e indígenas em conselhos de administração, consultivos e comitês –, o setor de serviços tem se destacado positivamente nesse aspecto, especialmente quando se observa a presença feminina em bancos, instituições financeiras e empresas de saneamento. “Esse protagonismo pode ser atribuído aos consistentes investimentos em programas de diversidade e inclusão, além da influência significativa das regulamentações estabelecidas pela CVM e pela B3, que têm estimulado ativamente a diversidade em posições de liderança”, afirma. Criado em 2020, o Conselheira 101 já capacitou 150 lideranças, e 42% das participantes ingressaram em conselhos.

Reportagem original publicada na edição 127 da Forbes, lançada em fevereiro de 2025.

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EUA Exigirão Avaliação de Perfis em Rede Social para Concessão de Visto de Estudante

Redação Informe ES

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Forbes, a mais conceituada revista de negócios e economia do mundo.

As entrevistas para visto de estudante para estrangeiros que querem estudar nos Estados Unidos, que haviam sido suspensas no mês passado pelo Departamento de Estado, serão retomadas em breve, segundo diversos veículos de imprensa. No entanto, os solicitantes agora terão seus perfis em redes sociais analisados pelo governo federal como parte do processo de emissão do visto.

Candidatos a vistos de estudante e de intercâmbio terão toda a sua “presença online” examinada, de acordo com o Departamento de Estado. A entidade alerta que “acesso limitado ou ausência de visibilidade da presença online pode ser interpretado como uma tentativa de ocultar ou esconder determinadas atividades”.

Segundo a Associated Press, oficiais consulares — diplomatas que atuam em embaixadas ou consulados dos EUA — ficarão atentos a postagens ou mensagens potencialmente hostis aos Estados Unidos e ao governo norte-americano.

Os estudantes terão que tornar seus perfis em redes sociais acessíveis publicamente. Aqueles que não realizarem essa alteração durante o processo de análise do visto poderão ter o pedido negado.

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A mudança ocorre poucas semanas após o Departamento de Estado ter suspendido temporariamente as entrevistas para visto, enquanto avaliava a implementação do processo de verificação de redes sociais, informou o Politico.

O secretário de Estado Marco Rubio anunciou, no mês passado, que o governo passaria a “revogar agressivamente vistos de estudantes chineses, inclusive aqueles com vínculos com o Partido Comunista Chinês ou que estejam estudando em áreas consideradas críticas”. A medida foi anunciada no momento em que EUA e China negociavam os termos de um acordo sobre tarifas e minerais.

Cerca de 401 mi vistos de estudante foram emitidos pelo Departamento de Estado no ano passado, uma queda em relação aos 446 mil concedidos em 2023.

A nova política de concessão de vistos faz parte de uma abordagem cada vez mais rígida que o governo Trump vem adotando em relação à imigração. A administração buscou limitar o número de estudantes internacionais que a Universidade de Harvard pode matricular, mirando a prestigiada instituição após acusações de antissemitismo ligadas a manifestações pró-Palestina ocorridas em seu campus no ano passado.
O governo Trump congelou e cortou verbas de diversas universidades por causa dos protestos, além de ter revogado centenas de vistos de estudantes estrangeiros, alegando motivos de segurança nacional e envolvimento nas manifestações.

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Negócios

Por Que Aprender a Gerenciar o Estresse Desde Cedo É Essencial

Redação Informe ES

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Forbes, a mais conceituada revista de negócios e economia do mundo.

 

O estresse é uma parte inevitável da vida profissional de qualquer pessoa, mas a forma como lidamos com ele no início da carreira impacta significativamente tanto a saúde quanto o sucesso a longo prazo. Embora muitos profissionais tentem evitar o estresse por completo, desenvolver habilidades eficazes de gerenciamento de estresse oferece uma abordagem mais realista e benéfica.

Aprender a gerenciar o estresse vai além do alívio imediato. Trata-se de construir uma base para sua carreira, melhores tomadas de decisão e resultados positivos de saúde a longo prazo. Os profissionais que avançam com mais sucesso não são aqueles que sentem menos estresse, mas sim aqueles que desenvolvem as habilidades para lidar com ele de forma eficaz quando a pressão aumenta.

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O que o estresse significa para sua carreira e saúde

É no início da carreira que é mais provável sentirmos estresse crônico e pressão adicional. De acordo com um estudo da Mental Health Foundation, organização britânica dedicada à pesquisa, prevenção e promoção da saúde mental, quase metade (49%) dos jovens de 18 a 24 anos que experimentaram altos níveis de estresse disseram que a fonte do sentimento estava relacionada à comparação com outras pessoas. Além disso, 60% desses jovens de 18 a 24 anos e 41% dos de 25 a 35 anos afirmaram sentir maior estresse devido à pressão por sucesso.

Se não for controlado, o estresse persistente contribui para distúrbios do sono, enfraquecimento do sistema imunológico, ansiedade e complicações de saúde a longo prazo, que podem prejudicar tanto o avanço na carreira quanto o bem-estar pessoal.

O custo de saúde a longo prazo de uma rotina de trabalho volátil

O National Longitudinal Studies, responsável por pesquisas de longo prazo dos EUA que analisam fatores sociais, econômicos e de saúde, acompanhou mais de 7,3 mil participantes anualmente de 1979 a 1994 e, depois disso, a cada dois anos. Por quase três décadas, esses estudos mostraram que os padrões de trabalho estabelecidos na juventude têm impacto significativo na saúde aos 50 anos. Os pesquisadores analisaram dados desses estudos, examinando como diferentes horários de trabalho afetaram participantes de 22 a 49 anos.

Os resultados foram claros: pessoas que trabalhavam em horários voláteis — como turnos noturnos, horários irregulares ou trabalho em horários alternativos — apresentaram piores resultados de saúde décadas depois. Consequentemente, esses indivíduos relataram menor qualidade do sono, diminuição da função física e mental e taxas mais altas de depressão em comparação com aqueles que mantinham horários padrão de trabalho diurno.

O estudo também revelou disparidades de gênero preocupantes no impacto dos horários de trabalho na saúde. Mulheres que trabalhavam fora do horário convencional apresentaram qualidade de sono significativamente inferior, mesmo dormindo mais horas do que os homens. Essa constatação sugere que padrões irregulares de trabalho podem afetar de forma mais severa os ciclos de sono das mulheres, contribuindo para problemas de saúde a longo prazo.

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Além disso, pessoas negras apresentaram maior probabilidade de ter jornadas associadas a piores desfechos de saúde. Essas disparidades mostram como os padrões de emprego se cruzam com a posição social, criando desigualdades de saúde que vão muito além do ambiente de trabalho.

O melhor investimento para sua carreira é o gerenciamento precoce do estresse

O gerenciamento eficaz do estresse consiste em desenvolver habilidades para lidar com ele antes que prejudique sua performance e bem-estar. Profissionais que aprendem técnicas de gerenciamento de estresse ainda no início da carreira apresentam melhores resultados de saúde a longo prazo, maior capacidade de decisão e crescimento profissional mais sustentável.

Esse gerenciamento depende de assumir o controle dos seus pensamentos, emoções, agenda, ambiente e forma como você lida com desafios. Trata-se de adotar uma abordagem equilibrada que permita performar sob pressão sem sacrificar a saúde física e mental.

Não há uma solução única para todos. Alguns profissionais encontram alívio em exercícios respiratórios e mindfulness; outros, na prática de atividades físicas ou em planejamento estruturado. O essencial é encontrar o que funciona para a sua situação e aplicar essas técnicas de forma consistente.

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Por que isso importa mais do que você imagina

Manter o estresse sob controle não deve ser algo para se preocupar apenas quando o burnout se torna inevitável. Quando feito precocemente, cria vantagens mensuráveis que se acumulam ao longo do tempo, afetando desde a performance diária até o potencial de liderança.

5 benefícios do gerenciamento precoce do estresse

1. Proteção contra consequências de saúde

O estresse não controlado leva à fadiga, sono ruim, imunidade enfraquecida e, segundo a Cleveland Clinic, ao aumento do risco de doenças graves, como doenças cardíacas e depressão. Esses problemas reduzem diretamente sua capacidade de concentração, energia e performance constante no trabalho.

Profissionais que controlam o estresse desde cedo enfrentam menos problemas de saúde e sustentam níveis mais altos de desempenho ao longo da carreira. Também demonstram maior resiliência emocional e se recuperam mais rapidamente de contratempos no trabalho.

2. Melhores relações profissionais

Gerenciar o estresse ajuda a manter o equilíbrio emocional em situações desafiadoras. Com isso, é possível responder de forma ponderada em vez de reagir impulsivamente, manter a presença em conversas importantes e conservar uma postura profissional positiva mesmo sob pressão. Essa estabilidade emocional fortalece os relacionamentos de trabalho e cria mais oportunidades de colaboração e crescimento.

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3. Maior equilíbrio emocional

Equilíbrio emocional não é apenas uma habilidade comportamental — é um ativo essencial que determina como você performa, se comunica e lidera. O estresse não gerenciado leva até profissionais competentes a agir impulsivamente, interpretar mal feedbacks ou se afastar da colaboração, prejudicando sua credibilidade e oportunidades de avanço.

Com o gerenciamento precoce do estresse, desenvolve-se disciplina emocional e autoconhecimento. Aprende-se a reconhecer os sinais internos de estresse e regular as respostas antes que se agravem. Essa inteligência emocional se traduz em melhor comunicação, julgamentos mais sólidos e habilidades de resolução de conflitos — critérios essenciais para cargos de liderança.

4. Melhora da performance e capacidade

O gerenciamento eficaz do estresse transforma a forma como você atua em ambientes de alta pressão. Em vez de ser dominado pelas demandas concorrentes, aprende-se a priorizar, manter a compostura e executar tarefas com precisão.

Isso melhora tanto a clareza mental quanto a energia física, facilitando lidar com projetos complexos, múltiplas responsabilidades e manter a produtividade sem esgotamento. Desenvolvem-se maior foco, habilidades de gestão do tempo e abordagem mais estratégica para resolver problemas, destacando você como um profissional de alta performance.

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5. Preparação para cargos de liderança

Cargos de liderança são inerentemente estressantes, exigindo decisões de alto risco, gestão de equipes e situações de incerteza. Quem aprende a gerenciar o estresse desde cedo adquire vantagem crucial ao ascender na carreira.

Futuros líderes resilientes desenvolvem a capacidade de responder com ponderação — e não emocionalmente — durante crises. Dominar a inteligência emocional é essencial para gerenciar equipes diversas, resolver conflitos e manter a estabilidade organizacional em momentos desafiadores.

5 formas práticas de gerenciar o estresse no trabalho

1. Reconheça os sinais de alerta cedo

O primeiro passo é perceber quando o estresse começa a ser problemático. Muitas pessoas só agem quando estão sobrecarregadas, mas reconhecer os sinais precoces permite intervir antes que o estresse afete sua saúde e desempenho.

Os sintomas físicos geralmente aparecem primeiro: dores de cabeça, tensão muscular, distúrbios do sono ou fadiga constante. Os sinais mentais incluem dificuldade de concentração, irritabilidade, esquecimentos e sensação constante de estar no limite. Esses sinais costumam se intensificar aos poucos, sendo fáceis de ignorar no início.

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2. Identifique as fontes de estresse

Raramente o estresse tem uma causa única. Na maioria das vezes, resulta do acúmulo de pequenas pressões ao longo do tempo. Estressores comuns no trabalho incluem prazos irreais, expectativas pouco claras, relacionamentos difíceis, excesso de tarefas ou falta de controle sobre decisões.

Ao perceber os sintomas, pergunte-se o que ocorreu logo antes de surgirem. Foi uma conversa, e-mail ou tarefa específica? Monitorar suas respostas ao estresse durante alguns dias ou semanas pode revelar padrões. Nesse sentido, manter um diário breve de estresse por uma ou duas semanas pode ser uma excelente forma de começar a mapear essas causas.

3. Apoie-se na sua rede de suporte

Conexões sociais fortes melhoram significativamente a capacidade de lidar com o estresse no trabalho. Pessoas com boas redes de apoio têm níveis menores de estresse e melhores resultados de saúde mental do que aquelas que enfrentam desafios sozinhas.

Sua rede de suporte pode incluir familiares próximos que oferecem apoio emocional, amigos que trazem novas perspectivas, colegas que compartilham desafios semelhantes e mentores profissionais que orientam em relação ao estresse na carreira.

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4. Cuide da sua saúde física

A saúde física impacta diretamente o gerenciamento do estresse. Exercícios regulares, sono adequado e alimentação equilibrada ajudam o corpo a lidar melhor com a pressão. Mudanças simples, como caminhadas diárias, horários regulares de refeições e redução da cafeína, podem aumentar consideravelmente sua resiliência em períodos difíceis.

5. Abra o diálogo

Criar um ambiente onde a saúde mental possa ser discutida abertamente beneficia a todos. Quando apropriado, compartilhar brevemente sua experiência pode encorajar outros a fazerem o mesmo. Isso abre espaço para conversas significativas e reduz o estigma sobre saúde mental no ambiente de trabalho.

Sua saúde mental e as causas do seu estresse não são sua culpa, mas gerenciá-las é sua responsabilidade. Quanto mais cedo adotar técnicas saudáveis para mitigar o estresse, cuidar da saúde física e mental e reconhecer os sinais de alerta, mais fortalecido você estará — não apenas na vida pessoal, mas na carreira. Aqueles que aprendem a lidar com o estresse desde cedo estão mais preparados para os desafios da vida e da ascensão profissional, e mais aptos a liderar equipes com propósito.

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Como Usar o LinkedIn para se Tornar Referência no Seu Nicho

Redação Informe ES

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Forbes, a mais conceituada revista de negócios e economia do mundo.

Seu perfil no LinkedIn tem o potencial de posicionar você como referência na sua área. Mas, em vez de aproveitar essa oportunidade, você hesita, acreditando que ainda precisa de mais credenciais ou esperando ser descoberto. Enquanto isso, clientes em potencial ignoram seu perfil e seguem profissionais que compartilham conhecimento de forma consistente.

Ao compartilhar o que você já sabe, é possível construir autoridade e atrair oportunidades sem precisar correr atrás delas.

O LinkedIn não é o lugar onde você se torna um especialista. É onde você mostra que já é um. Veja como se posicionar no centro das conversas da sua área:

Como usar o LinkedIn a seu favor

1. O LinkedIn exige expertise, não apenas presença

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A plataforma já ultrapassa 1 bilhão de usuários, com 310 milhões de pessoas acessando mensalmente. No entanto, apenas 1% cria conteúdo regularmente. Essa enorme diferença entre quem consome e quem produz cria uma oportunidade valiosa — desde que você esteja disposto a compartilhar seu conhecimento. Quando você demonstra expertise de forma consistente, passa a se destacar automaticamente.

2. Transforme as perguntas dos clientes em conteúdo valioso

Cada conversa com um cliente traz potenciais posts para o LinkedIn. Preste atenção às dúvidas que surgem com frequência em reuniões e atendimentos. Essas perguntas revelam exatamente o que sua audiência quer saber. Mantenha um documento simples onde registre essas questões recorrentes e, a cada semana, transforme uma delas em um post com resposta clara e prática.

Posts com conselhos aplicáveis tendem a gerar maior engajamento do que mensagens genéricas de motivação. Quando você aborda os desafios reais do seu público, rapidamente passa a ser visto como alguém que compreende e resolve seus problemas.

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3. Divida seus métodos em frameworks ensináveis

Seus métodos profissionais podem parecer óbvios após anos de prática, mas são extremamente valiosos para quem ainda está aprendendo. Compartilhe sua abordagem transformando processos complexos em passos simples que qualquer pessoa consiga aplicar.

Se você trabalha com estratégias de marketing, por exemplo, descreva as três perguntas que sempre faz antes de criar uma campanha. Se for coach de liderança, apresente o framework de avaliação que usa para identificar os pontos fortes de uma equipe.

Ao estruturar sua presença com frameworks práticos, os potenciais clientes entendem como você pensa e resolve problemas — e visualizam como isso pode funcionar para eles. Essa transparência gera confiança muito mais rápido do que uma longa lista de credenciais.

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4. Compartilhe resultados reais (com permissão)

Histórias geram mais conexão do que simples afirmações. Com a autorização dos seus clientes, compartilhe histórias de transformação que demonstrem seu impacto. Foque nos resultados concretos e no caminho percorrido para alcançá-los.

Posts que apresentam histórias pessoais ou estudos de caso geram de 2 a 3 vezes mais engajamento do que aqueles que apenas trazem dicas genéricas. Para maximizar o impacto, inclua dados mensuráveis e prazos. Um exemplo: relatar como ajudou um cliente a aumentar a receita em 40% em 90 dias conta uma história poderosa e posiciona você como um profissional que entrega resultados concretos.

5. Desafie o senso comum com perspectivas baseadas na sua experiência

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Destaque-se ao oferecer pontos de vista novos, baseados na sua prática e nos resultados que já obteve. Isso posiciona você como um líder de pensamento independente. Você não replica o que já está por aí — você dita o padrão.

Ao questionar o status quo e apresentar alternativas melhores, seu trabalho se torna memorável. Sua visão única passa a ser sua marca registrada, conquistando seguidores com mais força do que simplesmente repetir o que todos já dizem.

6. Crie um sistema para compartilhar conhecimento de forma consistente

Consistência constrói autoridade com mais eficácia do que eventuais momentos de inspiração. Defina em qual área deseja ser reconhecido como especialista e produza conteúdos que comprovem seu conhecimento. Com insights regulares, sua audiência passa a confiar na sua expertise.

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Seu sistema não precisa ser complexo. Uma combinação simples entre histórias de sucesso de clientes, explicação de metodologias e análises de mercado cria um mix equilibrado que o posiciona como referência. Produza conteúdos de alto impacto que falem diretamente aos desafios do seu público.

Seja o perfil do LinkedIn que seus clientes querem seguir

Compartilhar seu conhecimento no LinkedIn beneficia sua audiência e o posiciona como alguém que será lembrado quando surgir a necessidade de contratação. Você constrói confiança ao mostrar como trabalha, como pensa e a quem ajuda.

Comece com o que já sabe. Transforme as perguntas dos clientes em posts úteis. Divida seus métodos em frameworks práticos. Compartilhe histórias de transformação que comprovem seus resultados.

A forma mais rápida de se posicionar como especialista no LinkedIn é demonstrar expertise de forma consistente. Um post forte por semana pode transformar a sua presença na plataforma. Então, comece a compartilhar.

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*Jodie Cook é colaboradora da Forbes EUA. A empreendedora escreve sobre ferramentas de IA para empreendedores e coaches.

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