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Insurreição do Queimado estará nos livros de história de escolas em todo o Brasil

Redação Informe ES

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A Insurreição do Queimado, o maior movimento de revolta dos escravizados no Espírito Santo, e que completou 175 anos em 19 de março, ficará mais conhecida em todo o país.

É que Alfredo Boulos Júnior, autor referência nacional em livros didáticos de História, irá incluir o acontecimento ocorrido na Serra, em 1849, em sua coleção “História: Sociedade & Cidadania”, que integra atualmente o Programa Nacional do Livro Didático (PNLD), do Ministério da Educação, e é adotada também na rede da Serra.

“Durante uma formação com professores do Espírito Santo que utilizam o meu material, fui apresentado à história de Queimado e a Chico Prego pela professora Nádia Serafim, que atua na Coordenação de Estudos Étnico-Raciais da Educação da Serra. É uma história fascinante, de luta, de resistência do povo preto e que merece alcançar mais e mais estudantes. Combinei que esta será a última edição da minha coleção de História sem a Insurreição do Queimado”, disse o professor Boulos.

Ele fez movimento semelhante com professores do Piauí ao acrescentar nos seus livros a vida de Esperança Garcia, a escravizada do século XVIII, considerada a primeira advogada brasileira.

“Ela escreveu uma carta ao governador da província na época descrevendo e denunciando os maus-tratos que ela e os filhos sofriam. São fatos e personagens que precisam estar em nossos livros didáticos. Pessoas, como Esperança, e acontecimentos como o de Queimado provam que, na nossa história, o povo negro foi, sim, protagonista e reativo em sua luta por liberdade, pelo fim da escravidão e por direitos. Uma visão muito limitada de nossa História alimenta o senso comum de que tudo se resumiu ao 13 de maio, como se tudo tivesse se resolvido ali”, compara.

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O professor Boulos lembra que a Revolta dos Malês, considerada o maior levante negro urbano contra a escravidão no Brasil e, ocorrida na Bahia em 1835, quando mais de 600 escravizados se levantaram a fim de disputar a cidade de Salvador com a elite local. A Revolta dos Malês também foi ignorada por muito tempo, como acontece com Queimado. Ela só conquistou espaço na educação histórica após ser estudada pela Academia e divulgada nos livros didáticos.

“Ela foi estudada minuciosamente pelo historiador João José Reis e o seu trabalho publicado ‘Rebelião Escrava no Brasil: A história do levante dos Malês em 1835’ se tornou um clássico da historiografia brasileira. A partir daí, o interesse acadêmico cresceu, impulsionando outras pesquisas. A Revolta dos Malês foi ‘redescoberta’, digamos assim. Queimado já conta com uma memória social consolidada e já reúne trabalhos e pesquisas. A maior visibilidade passa por um trabalho conjunto, onde autores e professores também podem contribuir”, argumenta.

Para o autor, as rebeliões de escravizados devem ter destaque maior do que é observado atualmente. “Essas rebeliões, como Queimado em 1849 e a Manuel Congo, no Rio de Janeiro, em 1838, precisam ser muito mais conhecidas porque provam que o povo negro foi protagonista e atuante em suas reivindicações por liberdade e respeito. Quando se apaga isso, se coloca aquela figura equivocada de que o negro foi apenas coadjuvante da luta contra a escravidão no Brasil”, explica.

Quem é Alfredo Boulos Júnior?

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Alfredo Boulos Jr., autor da coleção “História Sociedade & Cidadania”, pela editora FTD Educação, é um dos maiores autores de História do nosso país. Suas obras são adotadas por escolas do Brasil inteiro, e reconhecidas pela atualização historiográfica e a comunicação real com os estudantes e professores.

É doutor em Educação pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) e mestre em História Social pela Universidade de São Paulo (USP-SP). Lecionou nas redes pública e particular de ensino e, também, em cursos pré-vestibulares. Assessorou a Diretoria Técnica da Fundação para o Desenvolvimento da Educação (FDE), do governo do Estado de São Paulo.

O professor Boulos se destaca por ser o primeiro a incluir a história da África nos livros didáticos. A partir de sua tese de doutorado sobre a imagem do continente africano e dos africanos nos livros didáticos adotados pelo Ministério da Educação, ele propôs uma mudança.

“O negro estava sempre associado à escravidão, nunca associado a uma família, a ser protagonista da própria história. E a África, berço de civilizações riquíssimas, era igualmente ignorada ou subestimada. Analisando as obras disponíveis, mensurei o tamanho desse problema para a formação de crianças e jovens e trouxe personagens, episódios e processos ocorridos na África, antes e depois da chegada dos europeus”.

O autor diz ainda: “Precisamos ampliar o número de imagens e textos que mostram a população preta exercendo as mais variadas atividades e ocupações no passado e no presente”. Ele acredita que a Educação histórica é fundamental nesse processo.

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“Precisamos ressaltar o protagonismo do povo preto para encorajar os mais jovens a ocupar e disputar espaços. Pois não basta criticar e chorar por tanto sofrimento. Precisamos ocupar espaço nas universidades, nos tribunais de Justiça, na indústria, na política, na imprensa. Precisamos virar esse jogo”, reforça.

O que foi a Insurreição de Queimado?

Localizado na Serra e a cerca de 25 quilômetros da capital, Vitória, o sítio histórico do Queimado foi palco do principal movimento contra a escravidão no Espírito Santo, a Insurreição de Queimado.

Em 19 de março de 1849, escravizados da localidade de São José do Queimado, na Serra, se revoltaram por causa de uma promessa do frei italiano Gregório José Maria de Bene: se eles construíssem a igreja de São José teriam alforria, porém isso não aconteceu.

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Mais de 300 pessoas, entre homens, mulheres e até crianças participaram da rebelião, comandada por Chico Prego, João da Viúva, Elisiário e muitos outros líderes que articularam sua gente para tomar a liberdade com as próprias mãos.

A insurreição foi um movimento tão forte que, para contê-la, as autoridades recorreram as forças vindas da província do Rio de Janeiro, além das capixabas.

Os rebelados foram presos e julgados, cinco deles condenados à morte. Um dos líderes da Revolta, Elisiário, escapou da cadeia e refugiou-se nas matas do Morro do Mestre Álvaro e nunca mais foi recapturado.

Chico Prego foi capturado e enforcado, em 11 de janeiro de 1850.  Hoje, ele nomeia a Lei de Incentivo Cultural do Município da Serra e é homenageado com uma estátua numa praça no centro do município.

Atualmente, o sítio histórico, composto pelas ruínas da igreja de São José e tombado pelo Conselho Estadual de Cultura do Espírito Santo, passa por revitalização feita pela Secretaria Municipal de Turismo, Cultura, Esporte e Lazer (Setur) da Serra. A área foi doada para a Prefeitura da Serra em 2015 e, de lá para cá, foram feitas intervenções para reforço na estrutura do que restou do templo. Foram incluídos escada e patamar de ferro para que se possa ter uma vista de todo o sítio histórico.

O projeto inclui ainda calçadas ao redor para facilitar a locomoção e um centro de apoio aos visitantes. A previsão é que as reformas sejam entregues em 2024.

Todos os anos, em 19 de março, o local é ocupado por entidades ligadas à causa antirracista e coletivos de movimentos negros, além de bandas de congo da Serra e representantes de religiões de matriz africana.

Eles celebram a memória de quem lutou durante aqueles dias de 1849.   

Fonte: Secom/PMS – Texto: Marcelo Pereira – Foto: Edson Reis

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Cariacica: Agência do Trabalhador abre mais de mil vagas de emprego nesta segunda (09)

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Notícia boa para quem está em busca de emprego! A partir de segunda-feira (9), a Agência do Trabalhador de Cariacica abre vagas para diversas áreas. São 1.088 oportunidades, incluindo 149 destinadas a pessoas com deficiência (PCD), para vários níveis de escolaridade e perfis profissionais.

Há vagas para auxiliar de logística, saladeira, auxiliar de estoque, atendente comercial, padeiro, fiscal de pátio, manobrista, auxiliar administrativo, entre outras. Para PCD, as vagas são de auxiliar de limpeza, controlador de acesso, auxiliar de cozinha, fiscal de pátio e outras. 

Os interessados devem comparecer à agência, localizada no Centro Administrativo de Cariacica, Avenida Alice Coutinho, nº 109, bairro Vera Cruz. O atendimento ocorre de segunda a sexta-feira, das 8h às 18h. Outra opção é preencher o formulário disponível abaixo e enviá-lo para o e-mail empregos@cariacica.es.gov.br, com o código e função da vaga no campo de assunto.

Atendimento via WhatsApp

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Por meio do WhatsApp, os candidatos podem acessar a lista de vagas, acompanhar o processo seletivo e tirar dúvidas sobre agendamento e candidatura. O atendimento é feito pelo número (27) 98831-6008, de segunda a sexta-feira, das 8h às 18h. As vagas também podem ser consultadas diretamente na sede da agência.

Fonte: Comunicação -PMC PorThaiz Blunck FotoClaudio Postay

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Rotativo da Serra tem nova opção de pagamento rápido via QR Code

Redação Informe ES

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Os motoristas que estacionam em áreas de rotativo na Serra agora contam com uma nova opção de pagamento mais rápida e prática. A Prefeitura da Serra está instalando placas e adesivos com um QR Code que permite o pagamento da tarifa diretamente pelo celular, via Pix, sem necessidade de baixar aplicativo ou fazer cadastro.

A novidade está sendo implantada na região de Laranjeiras, em Parque Residencial Laranjeiras e em Serra Sede, locais onde o sistema de estacionamento rotativo já está ativo. De acordo com a equipe responsável, cerca de 300 placas e de 170 adesivos já foram instalados até o momento.

Ao apontar a câmera do celular para o QR Code disponível nas placas ou adesivos, o usuário é direcionado para o Parquímetro Virtual da Serra. Basta informar a placa do veículo, selecionar o tempo desejado e fazer o pagamento por Pix. A opção foi pensada principalmente para áreas onde não há ponto de venda físico nem presença frequente de monitores.

O diretor do Departamento de Operações de Trânsito da Serra (DOT), Fábio Alves, avalia que a novidade irá garantir mais agilidade e conforto para quem precisa utilizar as vagas nas áreas de rotativo.

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“Essa novidade foi pensada com foco na praticidade para o cidadão. Agora, o motorista não precisa mais se preocupar em procurar um ponto de venda ou baixar aplicativo. É uma solução simples e eficiente, que facilita a rotina de quem utiliza o estacionamento rotativo no dia a dia”, defende.

A secretária de Obras da Serra, Izabela Roriz, destaca que a iniciativa visa modernizar e facilitar a vida dos motoristas que utilizam o estacionamento rotativo no município. “Estamos tornando o uso do rotativo mais prático e acessível, através de uma medida simples. Com o QR Code, o motorista ganha tempo, não precisa baixar aplicativo nem fazer cadastro, e pode pagar direto pelo celular, de forma rápida e segura”, afirma.

Além do sistema de QR Code, o rotativo da Serra também pode ser pago pelo aplicativo oficial, que continua disponível nas lojas de aplicativos dos celulares. No app, é possível visualizar o saldo e cadastrar cartões, além de consultar pontos de venda e a presença de monitores em tempo real.

Fonte: Secom-PMS

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Piúma: reunião no Ifes reúne poder público, empresários e especialistas para fortalecer setor de estaleiros da cidade

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Uma importante reunião foi realizada no Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes) – Campus Piúma, reunindo empresários do setor de estaleiros, representantes do poder público municipal, engenheiros do setor metal-mecânico e o diretor da unidade. O encontro teve como pauta central o fortalecimento do setor de estaleiros, atividade tradicional e estratégica para a economia piumense.

Durante a reunião, foram discutidos temas relevantes como a qualificação da mão de obra local, o assoreamento do rio Piúma e outros gargalos que limitam o desenvolvimento pleno do setor. As demandas debatidas foram inicialmente identificadas em março, durante visitas técnicas realizadas por engenheiros do projeto “Desafios Setoriais de Inovação em Metal-Mecânica” a estaleiros da cidade.

Como encaminhamento prático, foi criado um Grupo de Trabalho com a missão de buscar soluções para os desafios apontados, promovendo articulação entre o poder público, a iniciativa privada e instituições de ensino e pesquisa.

A Prefeitura de Piúma reforça seu compromisso com o desenvolvimento econômico sustentável do município e segue apoiando iniciativas que promovam a modernização e valorização de setores produtivos tão relevantes quanto o de construção naval.

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