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6 sinais clássicos de que o motor do carro vai morrer

Redação Informe ES

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Os motores de carro podem apresentar alguns problemas ao longo de sua vida útil e, por mais que sejam feitos reparos e manutenções, é inevitável que, em algum momento, ele deixe de funcionar. Vale lembrar que, neste caso, estamos falando de ele “morrer” por completo, ou seja, ficar completamente inutilizável.

Assim como acontece com diversos componentes, os motores dos automóveis se desgastam e acabam estragando, não existindo uma fórmula ou procedimento que garanta a vida eterna deles. O que pode determinar sua longevidade são inúmeros fatores, que vão desde ao tratamento adequado até a qualidade da peça.

Se você já possui um automóvel há algum tempo e tem percebido alguns comportamentos diferentes na parte do motor, fique atento aos sinais que comentaremos abaixo.

Quanto tempo dura um motor de carro?

A duração do motor de carro pode variar de 100 mil a 400 mil quilômetros, e pode depender de diversas variáveis. Alguns fatores que influenciam a durabilidade do motor são:

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imagem mostra o motor de um carro durante uma manutenção no mecânico
Região interna de um carro e suas peças de funcionamento (Reprodução: Freepik/Aopsan)
  • Manutenção regular;
  • Frequência de troca de óleo;
  • Tipo do combustível;
  • Qualidade do projeto e dos materiais;
  • Tipo de motorista;
  • Tipo de estrada.

Um motor a gasolina, etanol ou flex funciona corretamente, em média, entre 200 mil e 300 mil quilômetros. Depois desse período, ele pode perder a eficácia e começar a apresentar defeitos, sendo necessário uma retífica.

Já no caso de motores a diesel, a duração pode variar entre 300 mil e 800 mil quilômetros, dependendo do uso do motor, sua manutenção, qualidade do combustível e aplicações.

Manter bons hábitos com o veículo também pode influenciar na durabilidade do motor, como não sobrecarregar o veículo com peso excessivo, realizar manutenções periódicas, manter filtros limpos, trocar as marchas no tempo adequado, etc.

Veja como saber que seu motor está perto do fim

Ruídos incomuns e barulhos altos

Ruídos e barulhos altos no motor podem ser indicativos de problemas, causados pela falta de tensão na correia dentada, pouca quantidade de fluido no radiador, suporte quebrado do motor, problemas com o alternador e problemas de lubrificação, como o nível de óleo baixo ou bomba de óleo com defeito.

Motor de um carro clássico sob reparo
Motor de um carro clássico sob reparo (Reprodução: Tim Mossholder/Unsplash)

Para ter certeza, é importante ver se o sistema de escape está em boas condições e sem vazamentos, checar se há peças soltas ou desgastadas, verificar o nível de óleo do motor, entre outros. É importante consultar um profissional qualificada para identificar a origem do problema e realizar a manutenção adequada.

Luz de advertência no painel

Preste atenção se há uma luz de advertência ligada no painel do veículo. Também conhecida como “Check Engine” ou “Service Engine Soon”, ela indica que há um problema no sistema de controle do motor.

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Caso isso aconteça com o motor ligado ou enquanto estiver dirigindo, pare o carro assim que puder, com segurança, e desligue o motor. Em seguida, leve o veículo para uma oficina de confiança.

Ela pode significar: problema na central eletrônica do carro; no catalisador; em algum componente do sistema de injeção; falha no turbocompressor; na válvula de descarga; no eixo do turbocompressor ou falta de lubrificação.

Superaquecimento constante

Isso acontece quando a temperatura do motor do carro ultrapassa o nível ideal de operação, podendo danificar o motor e outras peças do veículo.

Motor de um carro superaquecendo: fumaça saindo pelo capô
Motor de um carro superaquecendo (Reprodução: Petr Smagin/iStock)

Algumas causas do superaquecimento podem ser: baixo nível de líquido de arrefecimento ou falhas nesse sistema; problemas com o termostato; vazamentos no sistema de refrigeração; mau funcionamento do radiador; falha na bomba de água e má qualidade do lubrificante; entre outros.

Os sinais de superaquecimento são fumaça ou vapor subindo do capô, luz do painel acessa no marcador de temperatura, barulho alto da ventoinha e vazamento de água com tom de azul ou vermelho no chão.

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Caso isso aconteça, é preciso parar o veículo em um lugar seguro e em uma área plana, desligar o motor imediatamente e aumentar a ventilação, abrindo as janelas ou ligando o ventilador interno (não o ar-condicionado). Verfifique também o nível do líquido de arrefecimento.

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Perda de potência

A perda de potência do motor do carro acontece quando o veículo não consegue gerar energia mecânica suficiente para se impulsionar. Alguns sintomas são a falta de resposta do motor ao acelerar, velocidade reduzida, dificuldade em manter a velocidade e o aumento do consumo de combustível.

Entre as possíveis causas, estão: combustível de má qualidade ou alterado; vazamento de óleo; velas antigas; transmissão desgastada ou com baixo nível de fluido; filtro de ar sujo; temperatura ambiente elevada; condução agressiva; e manutenção inadequada.

Consumo excessivo de óleo ou combustível

O alto consumo de óleo ou combustível no carro pode ser causado por problemas mecânicos, estilo de condução ou falta de manutenção.

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Bomba de posto de gasolina
Carro sendo abastecido (Imagem: Leonidas Santana/Shutterstock)

O consumo excessivo de óleo, geralmente, é causado por:

  • Desgaste de anéis de pistão, cilindros, juntas, retentores, vedantes, rolamentos, bielas e caixas dos segmentos;
  • Vazamentos de óleo em selos, juntas ou no cárter;
  • Uso de óleo inadequado;
  • Estilo de condução desportivo; entre outros.

Já o consumo de combustível em excesso pode ser causado por:

  • Problemas na bobina de ignição;
  • Problemas nas velas, cabo de vela e bobinas;
  • Peso excessivo no veículo;
  • Pneus com mau estado de conservação e calibragem incorreta;
  • Estilo de condução enérgico.

Fumaça excessiva no escapamento

A fumaça excessiva saindo do escapamento do carro também pode indicar problemas no motor, como desgaste dos anéis de pistão, defeito na junta do cabeçote ou falha nas vedações das válvulas. Porém, há dois tipos de fumaça:

  • Fumaça preta: pode indicar que o carro está desperdiçando combustível; pode estar acompanhada de forte odor; pode ser causada pelo excesso combustível;
  • Fumaça branca: pode ser causada por problemas no motor, como uma junta de cabeçote danificada, um cilindro com vazamento ou até um motor desgastado; pode ser causada por condensação de vapor de água ou vazamento de líquido de arrefecimento.

É preciso verificar o nível de líquido de arrefecimento e o óleo do motor; fazer uma inspeção visual no motor; trocar o líquido de arrefecimento; e reparar ou substituir o motor.

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Pode ficar sem banho no frio? Veja o que diz a medicina

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Com a chegada do inverno, é comum que algumas pessoas tomem menos banho dada a dificuldade que é entrar e sair do chuveiro com as temperaturas mais baixas. Mas será que é benéfico ao corpo humano ficar sem tomar banho no frio?

O ato de tomar banho é mais do que um hábito de limpeza. Em muitas culturas ao redor do mundo, banhar-se é um processo ritualístico para remover impurezas não apenas corporais, mas mentais e emocionais. Mesmo quando o banho é tomado após um dia cansativo de trabalho, a sensação posterior é de relaxamento e leveza. 

O hábito de tomar banho é um dos pilares da boa saúde. (Imagem: Dasha Petrenko/Shutterstock)

Além disso, no campo da saúde, a sua importância também é estudada. Aliás, na sociedade ocidental, desde o século 19 o assunto virou alvo quando médicos passaram a escrever textos incentivando o uso do sabão. A partir daí, o hábito de tomar banho está intimamente ligado à saúde e qualidade de vida.

No entanto, durante o inverno, tanto pelas baixas temperaturas, como pela produção reduzida de suor, algumas pessoas consideram que não há problemas em diminuir a frequência desse hábito.  

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O que acontece se eu ficar sem tomar banho enquanto está frio?

A resposta vai variar de acordo com a quantidade de dias que a pessoa fica sem tomar banho. Caso seja uma situação pontual, por exemplo, de ficar um dia sem esse cuidado de higiene, não há prejuízos significativos. Mas é um consenso entre dermatologistas que, a partir de 3 dias sem tomar banho, algumas consequências para a saúde podem ser sentidas.

A pele humana possui uma flora natural que fica desbalanceada quando a higiene é negligenciada por muito tempo, por isso ela é o órgão que mais sofre com a ausência do banho. Muito além do mau cheiro, ficar sem tomar banho por muitos dias também pode causar a proliferação de fungos e bactérias. 

Mesmo no frio, a pele continua a produzir uma espécie de óleo por meio das glândulas sebáceas que serve como uma barreira de proteção. Além disso, em um processo de descamação natural, a epiderme, camada mais superficial da pele, descama as células mortas. 

Uma das recomendações do Guia do Banho é utilizar produtos que tenham um Ph próximo a 5, que é o Ph natural. (Imagem: Prostock-studio Shutterstock)

Ou seja, o acúmulo destas substâncias facilitam a multiplicação de microrganismos que podem causar infecções mesmo em pessoas que trabalhem apenas em casa e não façam atividades que exijam muito esforço físico.

O assunto gera tanto debate que a Sociedade Brasileira de Dermatologia decidiu lançar o Guia do Banho que traz diversas informações científicas a respeito da importância do banho diário para a saúde e bem-estar.

Segundo a SBD, micoses, doenças infecciosas por bactérias, agravo do envelhecimento cutâneo pela deposição na pele de hidrocarbonetos da poluição ambiental e impregnação por detritos de descamação cutânea e oleosidade estão entre os malefícios que podem ser causados pela falta de água e sabonete.

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Ficar sem tomar banho também pode causar irritação e coceira na pele, bem como agravar quadros de doenças dermatológicas pré-existentes como a dermatite e a psoríase. 

Quantos banhos devo tomar?

O informativo salienta que a quantidade de banho varia de acordo com questões ambientais, culturais e até de disponibilidade de água, mas indica que o banho diário é um hábito que deve ser praticado. Ao contrário do que se pensa, ele não danifica a barreira de proteção da pele.

“A rotina de limpar o corpo com o banho diário com água fria e morna não compromete a camada de sebo que ajuda na hidratação da pele”, pontua o informativo.

O que pode levar ao ressecamento da epiderme é a temperatura da água. Por isso, mesmo no inverno, é importante evitar banhos quentes e longos e investir nos banhos mornos e com tempo de duração de cinco a dez minutos. 

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O banho diário não reduz a camada de proteção da pele. (Imagem: Freepik)

Caso seja insuportável tomar banho morno em dias mais frios, a indicação é de que haja uma compensação para amenizar os efeitos da água em temperaturas mais altas. “Recomenda-se o uso de hidratante logo após a ducha, se possível ainda dentro do banheiro, o que facilita a penetração do creme na pele”, orienta o guia.

Para quem se exercita regularmente, trabalha fora e faz uso de transporte público, manter o banho diário é ainda mais fundamental, pois além da produção de suor e o acúmulo de células mortas, a pele ainda retém muitos componentes vindos da poluição.  

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Quais são os principais inimigos dos escorpiões na natureza?

Redação Informe ES

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Apesar de serem criaturas resilientes e adaptáveis, os escorpiões enfrentam predadores na natureza que desempenham um papel de inimigos cruciais no controle de suas populações. Compreender esses algozes é fundamental para apreciar o equilíbrio ecológico e, em certas situações, para auxiliar na diminuição da ocorrência desses aracnídeos peçonhentos em áreas urbanas.

No Brasil, diversas espécies, como o escorpião-amarelo (Tityus serrulatus) e o escorpião-marrom (Tityus bahiensis), servem de alimento para uma variedade de animais, que vão desde anfíbios até aves e outros artrópodes. 

A natureza mantém um equilíbrio delicado, e até mesmo escorpiões perigosos possuem predadores que controlam suas populações. De sapos a aves e mamíferos, esses animais são cruciais para o ecossistema.

Em cidades, onde escorpiões podem ser um problema, proteger predadores como sapos e corujas é uma tática de controle natural. Contudo, é essencial prevenir: evite lixo e entulho, que servem de abrigo para escorpiões e suas presas.

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Posso citar o exemplo da cidade de São Paulo. Por aqui os escorpiões estão fazendo a festa e nos preocupando muito. E de quem é a culpa? Um monte de fatores que parecem conspirar contra nós. A cidade crescendo sem planejamento, com entulho e lixo por todo canto, vira um paraíso para eles.

E cadê os gambás, lagartos e sapos que poderiam dar um jeito nisso? Sumiram! Pra piorar, o escorpião-amarelo se reproduz sozinho e ainda tem um banquete de baratas à disposição.

O resultado é que nos últimos dez anos, o número de picadas simplesmente explodiu, mais que dobrou. Em 2022, o Estado de São Paulo registrou 42.757 acidentes com escorpiões, sendo o maior notificador do país, segundo o Ministério da Saúde. Esse número representa um aumento em comparação com anos anteriores, com destaque para um aumento de 22% em relação a 2021. 

Escorpião marrom dentro de um tênis
Escorpião-marrom, também conhecido como escorpião-negro, dentro de um tênis. A espécie Tityus bahiensis é encontrada do leste e centro do Brasil (Imagem: RHJPhtotos / Shutterstock)

Em 2023, houve 200 mil acidentes com escorpiões em todo o Brasil, conforme o Ministério da Saúde. O Sudeste liderou em número de casos, com 93.369 registros. Apenas em São Paulo, foram 48.655 notificações, o que representa 24% do total nacional e um crescimento de 15% em relação ao número do ano anterior.

Se sua área tem muitos escorpiões, a presença desses predadores pode ser uma ajuda invisível. Abaixo, apresentamos os principais predadores naturais dos escorpiões, com foco naqueles presentes em nosso país, incluindo em regiões rurais e periurbanas.

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7 predadores naturais dos escorpiões

Sapo-cururu (Rhinella icterica)

Imagem mostra um sapo-cururu, espécie é um dos predadores inimigos dos escorpiões na natureza
Estudos científicos demonstraram que o sapo-cururu se alimenta de escorpiões e é imune ao seu veneno (Imagem: Guilherme Sementili / Shutterstock)

O sapo-cururu, também conhecido como sapo-boi, é um dos maiores anfíbios do Brasil e um dos principais predadores de escorpiões. Com seu corpo robusto e hábitos noturnos, ele caça insetos, aranhas e até pequenos escorpiões.

Características e alimentação:

  • Possui glândulas de veneno, mas não é afetado pela picada de escorpiões comuns.
  • Alimenta-se de pequenos animais que encontra no chão, incluindo escorpiões jovens.
  • É comum em áreas úmidas, jardins e até em zonas urbanas próximas a matas.

Apesar de sua aparência pouco atraente, o sapo-cururu é um aliado no controle de pragas porque é um predador generalista. Inclui escorpiões em sua alimentação, especialmente em ambientes urbanos e rurais onde ambas as espécies coexistem.

Estudo de campo do Instituto Butantan de 2018 observou que sapos-cururus capturam escorpiões-amarelos jovens e adultos, mas preferem indivíduos menores (até 5 cm).

 O sapo ataca rapidamente, engolindo o escorpião antes que ele consiga picar. Ele não é imune, mas possui resistência maior que outros animais devido a proteínas plasmáticas que neutralizam toxinas (estudo publicado no Journal of Venomous Animals and Toxins em 2020).

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O sapo-cururu é um aliado importante, porém subestimado, no controle de escorpiões. Sua resistência ao veneno e hábitos alimentares o tornam eficaz, mas não é uma solução isolada. Para cidades é interessante combinar a preservação de sapos-cururus (evitar morte por pesticidas) e controle integrado (limpeza urbana e vedação de abrigos).

Coruja-buraqueira (Athene cunicularia)

Coruja-buraqueira (Athene cunicularia) voando em um campo
A coruja-buraqueira é um predador eficaz de escorpiões, especialmente em áreas abertas e periurbanas (Imagem: Henk Bogaard / Shutterstock)

Essa pequena coruja, comum em campos e pastagens, é uma caçadora eficiente de pequenos animais, incluindo escorpiões. Estudos publicados na Revista Brasileira de Ornitologia confirmam pelo conteúdo estomacal e regurgitações (pelotas) que escorpiões representam até 15% da dieta dessa coruja em regiões do Cerrado e da Caatinga.

Características e alimentação:

  • Vive em buracos no chão e caça principalmente à noite, período de maior atividade dos escorpiões (noite e crepúsculo).
  • Ataca com garras afiadas, evitando a picada ao imobilizar o escorpião pela cauda.
  • Consome principalmente espécies pequenas (como Tityus bahiensis), mas também jovens de T. serrulatus.
  • É comum em áreas abertas e até em cidades do interior. Vive em campos de futebol, terrenos baldios e áreas rurais, justamente onde escorpiões proliferam.

Sua visão aguçada e voo silencioso a tornam uma predadora temível para os escorpiões. Não é imune ao veneno do escorpião, mas é resistente graças à sua técnica de caça que minimiza os riscos. Evita o télson (ferrão) ao segurar o escorpião pelas patas ou metassoma (parte posterior).

Estudos em cativeiro (UFMG, 2020) mostraram que corujas rejeitam escorpiões grandes, maiores que 6 cm), sugerindo cautela instintiva. Mesmo assim, a taxa de consumo é alta. Uma única coruja pode comer até 50 artrópodes por noite, incluindo escorpiões. E, diferente de mamíferos (como gatos), aves têm menor sensibilidade a toxinas de escorpiões.

Lacraia (Scolopendra gigantea e outras)

Imagem mostra luta entre lacraia e escorpião
A luta entre lacraia e escorpião acontece entre picadas venenosas de ambos (Imagem: I Wayan Sumatika / Shutterstock)

Apesar de também ser um artrópode peçonhento, a lacraia (ou centopeia-gigante) é uma predadora natural de escorpiões, principalmente os menores. No Brasil, a lacraia-gigante (Scolopendra viridicornis) e a lacraia-vermelha (Scolopendra subspinipes) são as que mais interagem com escorpiões.

A lacraia possui corpo segmentado com múltiplas patas e veneno potente. Caça à noite, atacando insetos, aranhas e até filhotes de escorpião. Também é curioso notar que a competição entre lacraias e escorpiões pode levar ao canibalismo, com as lacraias geralmente levando vantagem.

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Entretanto, lacraias não são uma solução prática para controlar infestações de escorpiões. São noturnas, reclusas e caçam menos presas que gambás ou lagartos. Além disso, também são perigosas e suas picadas causam dor extrema e necrose em humanos.

Ambos vivem sob pedras, entulhos e folhas secas e competem pelo mesmo habitat. Portanto, a lacraia é um inimigo natural ocasional de escorpiões, mas não deve ser incentivada como controle biológico devido ao seu perigo para humanos. Seu papel ecológico é mais relevante no controle de baratas e grilos (outras presas preferenciais).

Tamanduá-mirim (Tamandua tetradactyla)

Imagem mostra um Tamanduá-do-sul (Tamandua tetradactyla) ou Tamanduá-de-colar, um dos predadores inimigos de escorpiões na natureza
O tamanduá-mirim usa as longas garras para revirar troncos e folhagem, lambendo os animais com sua língua pegajosa (até 40 cm de extensão) (Imagem: Diego Grandi / Shutterstock)

Não só de formigas vive um tamanduá. Esse pequeno mamífero, parente do tamanduá-bandeira, tem uma dieta baseada em formigas e cupins, mas também consome escorpiões quando os encontra.

Apesar de preferir insetos, não recusa um escorpião quando o encontra em troncos ou folhas secas. Possui garras fortes para escavar e uma língua comprida para capturar presas. Vive em matas e áreas de cerrado, mas pode aparecer em zonas rurais e semiurbanas.

Só que há ressalvas importantes no consumo de escorpiões pelo tamanduá-mirim:

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  • Estudos de conteúdo estomacal realizados pela Embrapa, em 2015, mostram que menos de 5% da dieta inclui outros artrópodes, como escorpiões e aranhas.
  • Prefere presas fáceis, escorpiões só são consumidos quando o tamanduá os encontra acidentalmente em troncos ou folhas secas.
  • Evita espécies grandes. Dados do Projeto Tamanduá sugerem que ele raramente ataca Tityus serrulatus adultos (devido ao veneno potente).

O tamanduá não é imune ao veneno do escorpião, escorpiões grandes podem picar sua boca ou focinho, causando dor e inchaço. Porém, a língua rápida e a saliva espessa reduzem o risco de ferroadas e a pele grossa nas patas dianteiras oferece alguma resistência ao veneno.

O tamanduá-mirim não é um controle efetivo contra infestações de escorpiões, mas sua presença em áreas naturais ajuda a manter o equilíbrio ecológico.

Galinha-doméstica (Gallus gallus domesticus)

Imagem de uma galinha caipira com pintinhos em um quintal rural. A espécie Gallus gallus domesticus é um dos mais eficientes inimigos como predadores de escorpiões na natureza.
A galinha doméstica é altamente eficaz no controle de escorpiões (Imagem: Majna / Shutterstock)

Pode parecer surpreendente, mas as galinhas são excelentes caçadoras de escorpiões e outros pequenos animais e uma das soluções mais eficazes (e naturais) para controle em zonas rurais e periurbanas.

Características e alimentação:

  • Ciscam o solo em busca de insetos, aranhas e escorpiões.
  • Suas bicadas rápidas evitam que o escorpião as pique.
  • São comuns em sítios e áreas rurais, ajudando no controle natural de pragas.

As galinhas ciscam o solo e devoram escorpiões de todos os tamanhos, incluindo o escorpião-amarelo (Tityus serrulatus). Como técnica de caça, bicam rapidamente o escorpião, evitando o ferrão e engolem a presa inteira, neutralizando o veneno no sistema digestivo (ácido estomacal degrada as toxinas).

Em sítios do interior de Minas Gerais e São Paulo, propriedades com galinhas livres têm até 70% menos relatos de escorpiões. E em relação à resistência ao veneno, são quase imunes por conta do pH ácido do estômago (em torno de 2.0) e enzimas digestivas quebram as toxinas antes que causem danos.

Estudo de referência e pesquisas da UNESP de Botucatu confirmaram que galinhas criadas soltas consomem até 20 escorpiões por mês sem efeitos adversos, o que é uma grande vantagem no controle biológico. E, além disso, as galinhas fazem uma prevenção indireta, porque ao comerem baratas (principal alimento dos escorpiões), reduzem a fonte de nutrição da praga.

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Outra vantagem é o baixo custo, afinal, não requerem químicos ou infraestrutura complexa – só espaço para ciscar.

Gambá (Didelphis albiventris)

Foto de um Gambá-de-orelha-branca Opossum (Didelphis albiventris) em uma árvore
Além de comer escorpiões, o gambá devora baratas, cortando a fonte de alimento principal da praga (Imagem: Celso Margraf / Shutterstock)

O gambá, comum em áreas rurais e até urbanas, é um dos poucos mamíferos que caçam escorpiões sem sofrer grandes efeitos do veneno.

Características e alimentação:

  • Possui certa resistência ao veneno de escorpiões e serpentes.
  • Tem hábitos noturnos e dieta variada, incluindo frutas, insetos, pequenos roedores e escorpiões.
  • É frequentemente visto revirando lixo ou folhas no chão em busca de alimento.

Estudos do Instituto Butantan comprovam que o gambá possui proteínas no sangue que neutralizam toxinas de escorpiões e serpentes. A dose letal para humanos não o afeta, o gambá pode ser picado repetidamente sem efeitos graves.

Os escorpiões são mais ativos no período noturno, o mesmo horário em que o gambá caça. Ele se aproxima silenciosamente e esmaga o escorpião com as patas, evitando o ferrão e come desde filhotes até adultos grandes.

Por isso, fica a dica: não mate os gambás, eles são aliados gratuitos. Ofereça abrigos seguros, como deixar espaços como ocos de árvores ou caixas de madeira em terrenos. E evite venenos, os inseticidas podem intoxicar gambás e quebrar a cadeia de controle natural.

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Lagarto teiú (Salvator merianae)

Imagem mostra um lagarto Teiú (Salvator merianae)
O teiú caça escorpiões de todos os tamanhos, incluindo adultos da espécie Tityus serrulatus (Imagem: Wladimir Lopes / Shutterstock)

O teiú, um dos maiores lagartos do Brasil, é um predador oportunista que não hesita em comer escorpiões quando os encontra. Este réptil pode chegar a mais de 1 metro de comprimento e tem mandíbulas fortes que auxiliam na caça. Sua resistência e tamanho o tornam capaz de enfrentar escorpiões adultos sem grandes riscos.

Possui imunidade quase total ao veneno por causa de sua pele resistente e metabolismo acelerado e está presente em zonas rurais e periferias urbanas, onde busca alimento no solo. Por ser um lagarto majoritariamente terrestre, ele explora os mesmos habitats onde os escorpiões são encontrados (sob pedras, troncos e frestas), aumentando a chance de encontro.

Sua natureza onívora e generalista significa que ele não é seletivo a ponto de ignorar escorpiões, caso eles representem uma fonte de alimento acessível. Se alimentam de uma grande diversidade de itens, tanto animais quanto vegetais. Na natureza, sua dieta pode incluir:

  • Invertebrados: insetos, caramujos, aranhas e, sim, escorpiões.
  • Pequenos vertebrados: aves, roedores, anfíbios, outros lagartos, cobras e ovos.
  • Vegetais: frutas e folhas.
  • Até mesmo carniça.

Novamente fica a ressalva que, embora o teiú seja um predador natural de escorpiões, a presença de teiús por si só não é uma solução única ou garantida para o controle de infestações de escorpiões em ambientes urbanos.

O controle de pragas envolve uma abordagem integrada que inclui saneamento básico e eliminação de abrigos para os escorpiões. No entanto, em seu habitat natural, o teiú certamente desempenha um papel no controle populacional de diversas espécies, incluindo escorpiões.

Prevenção e preservação de predadores naturais

A prevenção envolve ações como eliminar focos de proliferação (limpeza, vedação de frestas e colocação de telas em ralos), controle químico especializado e preservação de predadores naturais. Em caso de picada, lavar o local e procurar socorro médico imediato.

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Por que homens são mais altos que mulheres?

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Você provavelmente já deve ter percebido que os homens são mais altos do que as mulheres de uma forma geral, certo? Salvas algumas exceções, na espécie humana, os homens tendem a ser, em média, 13 centímetros mais altos do que as mulheres.

Apesar da média, ainda é possível encontrar homens com uma estatura significativamente inferior a de mulheres.

Com isso em mente, você já se perguntou porque existe essa diferença entre os seres humanos do sexo masculino e feminino?

A resposta para essa pergunta pode estar em um mecanismo genético. Cientistas investigaram essa questão analisando a influência de uma dose de um gene específico nos dois cromossomos sexuais, X e Y. Saiba mais na matéria abaixo!

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Por que homens são mais altos que mulheres?

Um grupo de pesquisadores dos Estados Unidos chegou à conclusão que a resposta para essa pergunta pode estar no gene SHOX, conhecido por sua associação com a altura.

homem alto ao lado de mulher mais baixa, ambos asiáticos com roupas neutras
Um grupo de pesquisadores dos Estados Unidos chegou à conclusão que a resposta para essa pergunta pode estar no gene SHOX, conhecido por sua associação com a altura. (Imagem: Võ Mạnh Đức/Unsplash)

Ele é um segmento de molécula de DNA que está presente tanto no cromossomo X (que aparece duplicado nas mulheres), quanto no Y (exclusivo dos homens, juntamente com um X), mas pode ser expressado de formas diferentes.

Recentemente, foi publicado um artigo na revista Proceedings of the National Academy of Sciences, onde a equipe defende que o SHOX possui um efeito diferente nos cromossomos X e Y. Os cientistas fizeram análises de dados genéticos correspondentes a mais de um milhão de pessoas para chegar a esses resultados.

Como o estudo foi feito e quais os resultados

A hipótese dos diferentes efeitos do SHOX nos cromossomos foi testada em laboratório para entender se a presença de um cromossomo Y extra aumentaria a altura de uma pessoa do que um cromossomo X extra.

casal de idosos andando na rua, sendo que o homem é mais alto
Os cálculos dos pesquisadores apontam que a concentração um pouco maior do gene SHOX entre os homens podem influenciar em quase um quarto a diferença média de altura em relação às mulheres. (Imagem: Yiquan Zhang/Unsplash)

Para verificar isso, eles buscaram em três bancos de dados genéticos por indivíduos nascidos com um cromossomo sexual a mais (XXY, XXX) ou ausente (X0). Os profissionais conseguiram achar 1.225 pessoas com essas características.

Então, a análise mostrou que as pessoas que possuíam um cromossomo X e nenhum Y tinham uma estatura menor do que as demais, enquanto na situação contrária, eles descobriram que um Y extra proporcionava mais altura.

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Matthew Oetjens, autor do projeto, deu uma entrevista ao jornal The New York Times, onde explica: “a localização do SHOX é próxima do final dos cromossomos sexuais. Nas mulheres, a maioria dos genes em um dos dois cromossomos X está silenciada ou inativa. Mas uma região onde os genes permanecem ativos é na ponta do X. O gene SHOX está próximo o suficiente da ponta para não ser completamente silenciado.

Enquanto isso, nos homens, o SHOX do cromossomo X parece estar totalmente ativo, assim como o seu Y. Isso significa, na prática, que uma mulher com seus dois cromossomos X vai ter uma dose um pouco menor do gene SHOX, quando comparado com um homem que possui um X e um Y.

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Próximas pesquisas

Os cálculos dos pesquisadores apontam que a concentração um pouco maior do gene SHOX entre os homens pode influenciar em quase um quarto na diferença média de altura em relação às mulheres.

De acordo com os responsáveis, o que sobra dessa conta pode estar associado a outras características dos hormônios sexuais masculinos.

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Existe a pretensão de que pesquisas futuras possam responder mais perguntas a respeito do tema usando os dados identificados.

Ainda no artigo, os autores defendem que essas análises a respeito da diversidade de combinações dos cromossomos sexuais são capazes de elucidar os mecanismos subjacentes às diferenças percebidas na prevalência de problemas autoimunes, neuropsiquiátricos e outros transtornos médicos.

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