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“Largo tudo e vou viver do campo”. Será que é fácil?

Redação Informe ES

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Forbes, a mais conceituada revista de negócios e economia do mundo.

Westend61_Getty
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Manter jovens no campo e incentivar outros é tarefa de estado na UE

Não é raro, olhando notícias em qualquer meio de comunicação, se deparar com histórias de jovens que decidiram deixar a cidade, os estudos ou o trabalho para viver no campo e começar a trabalhar como produtores rurais.

Na Europa, mais especificamente na Itália, a frequência com que essas histórias são publicadas sugeriria que o mundo agrícola desse país é movido principalmente por jovens. No entanto, os dados, publicados no “Relatório Jovens 2024” do Istituto di Servizi per il Mercato Agricolo Alimentare (Ismea), mostra que apenas 7,5% das fazendas italianas são administradas por pessoas com menos de 40 anos, enquanto 35% são geridas por pessoas com mais de 65 anos.

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Apesar de os dados sobre a idade dos empreendedores serem desanimadores, é importante destacar que as fazendas geridas por jovens contribuem com 15% do valor agregado produzido pela agricultura e pecuária italiana, e que mais de 50% delas estão localizadas no sul do país.

A União Europeia apoia ativamente a inserção de jovens na produção rural, destinando grandes recursos todos os anos para fornecer apoio a fundo perdido. Na Toscana, por exemplo, através do edital “GiovaniSì”, foram alocados, entre 2022 e 2024, mais de 15 milhões de euros (R$ 94 milhões, na cotação atual) para esse fim.

A inserção de jovens agricultores na União Europeia tem sido um tema importante, uma vez que apenas 6% da população agrícola da UE, assim como na Itália especificamente, tem menos de 40 anos. Para enfrentar esse desafio, a UE implementou várias políticas e programas para atrair jovens ao setor rural e facilitar seu estabelecimento como agricultores e pecuaristas.

Um dos principais instrumentos é o Fundo Europeu Agrícola de Desenvolvimento Rural (EAFRD). Esse fundo é parte da Política Agrícola Comum (PAC) da UE e, na nova versão do PAC 2023-2027, inclui medidas como auxílio à instalação de novos agricultores, apoio à criação de empresas rurais e esquemas de cooperação para facilitar a sucessão de propriedades agrícolas. Além disso, incentiva o desenvolvimento de negócios rurais e a melhoria das condições de vida e trabalho em áreas rurais, com o objetivo de prevenir o êxodo de jovens dessas regiões.

A União Europeia também lançou um pacote de financiamento em colaboração com o Banco Europeu de Investimento (EIB), destinado a jovens agricultores. Este pacote inclui cerca de 1 bilhão de euros (R$ 6,3 bilhões) para o setor agrícola e da bioeconomia, sendo que parte desse valor é alocado exclusivamente para jovens produtores rurais com condições de financiamento atrativas, como prazos de pagamento mais longos e períodos de carência. Isso visa melhorar o acesso ao crédito para novos agricultores, que frequentemente enfrentam dificuldades financeiras para começar no setor​

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Promover a entrada de jovens no setor agrícola é uma escolha estratégica e visionária. Os dados mencionados anteriormente demonstram claramente que a contribuição econômica das novas gerações é proporcionalmente o dobro em relação à sua participação no total de empresas agrícolas.

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Os benefícios não param por aí: as fazendas geridas por pessoas com menos de 40 anos mostram uma maior propensão para investimento, pesquisa e inovação, o que se torna fundamental em um contexto em que a agropecuária precisará evoluir para não sucumbir diante das mudanças climáticas (como já mencionei no meu artigo anterior).

Os jovens empreendedores agrícolas têm, em média, mais disposição para revolucionar suas práticas, sem se limitar ao “sempre foi feito assim”.

No entanto, apesar dos esforços da UE, os jovens italianos enfrentam dificuldades para se inserir no setor primário. O primeiro obstáculo está relacionado à necessidade de investir grandes quantias de capital para iniciar um empreendimento nesse setor. Com exceção de poucos casos, é necessário muito dinheiro para fazer agricultura e pecuária, o que é apenas parcialmente coberto por financiamentos públicos e dificilmente obtido por empréstimos bancários, dada a baixa disposição do sistema financeiro tradicional em apoiar jovens que escolhem investir nesse setor.

O resultado dessa enorme barreira de entrada é que, na maioria dos casos, os jovens produtores rurais são filhos de outros produtores. Além disso, existe o sério problema da rentabilidade do setor, que muitas vezes é comprometida por eventos climáticos extremos e por uma cadeia produtiva que não oferece preços justos aos produtores primários.

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Por fim, o mundo agrícola está frequentemente nas mãos de pessoas mais velhas, que, na prática, não confiam em jovens e mulheres, e raramente os ajudam a se inserir no setor.

Inevitavelmente, a renovação geracional natural fará com que os jovens agricultores e pecuaristas assumam o controle em relação aos mais velhos, pois as limitações físicas o imporão. Por isso, é necessário que essa transição ocorra de forma harmoniosa, colocando os jovens em condições de obter o espaço que merecem e uma remuneração justa.”

*Francesco Goracci é colaborador da Forbes Itália. Estuda ciências agrárias em Milão e escreve sobre viticultura e empreendimentos no campo.

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Plano da Tesla de Pagar US$ 1 Tri a Musk Enfrenta Resistência de Investidores

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Um grupo de acionistas da Tesla, incluindo o SOC Investment Group, e várias autoridades pediram aos investidores da empresa que votem contra o pacote de remuneração de US$ 1 trilhão para Elon Musk na reunião de novembro, segundo um registro regulatório na quinta-feira (2).

Na carta aos acionistas da Tesla, a coalizão – que também inclui tesoureiros dos Estados de Nevada, Novo México e Connecticut – ainda pediu aos investidores que se oponham à reeleição dos diretores Ira Ehrenpreis, Joe Gebbia e Kathleen Wilson-Thompson.

O grupo citou o que chamou de “busca incansável” do conselho para manter Musk, dizendo que atrasou o progresso das metas estabelecidas na última reunião anual, e apontou para o declínio do desempenho operacional e financeiro e uma “falha em fornecer uma supervisão significativa em tempo real da administração”.

Apesar de ter registrado um recorde de entregas trimestrais nesta quinta-feira, a Tesla enfrenta preocupações de que a expiração de um crédito fiscal para veículos elétricos nos Estados Unidos possa oferecer mais obstáculos para a empresa.

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No mês passado, o conselho da Tesla propôs um plano de remuneração de US$ 1 trilhão para o presidente-executivo, no que foi descrito como o maior pacote de remuneração corporativa da história, estabelecendo metas de desempenho ambiciosas e visando atender à sua pressão por maior controle sobre a empresa.

Em resposta à carta da quinta-feira, a Tesla disse em um post no X que o plano de incentivo ao desempenho alinha a remuneração de Musk com a criação de valor para os acionistas “de trilhões de dólares”. “Se Elon Musk não apresentar resultados, ele não receberá nada”, disse a empresa.

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Governo dos EUA Propõe Limites de Alunos Estrangeiros para Universidades

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O governo do presidente Donald Trump pediu que as universidades americanas assinem um acordo de termos abrangentes — que vão desde matrículas de estrangeiros e diversidade até valores ideológicos de alunos e funcionários — para obter acesso preferencial a recursos federais, de acordo com um memorando de 10 pontos encaminhado na quarta-feira (1) pelo governo.

O memorando, compartilhado com a Reuters por um funcionário da Casa Branca, exige que as faculdades limitem as matrículas internacionais a 15%, proíbam o uso de critérios de raça ou sexo em contratações e admissões, congelem as mensalidades por cinco anos, exijam que os candidatos façam o exame SAT ou um teste semelhante e acabem com a inflação das notas.

Trump já ameaçou cortar o financiamento federal para as universidades devido a uma série de questões, como protestos pró-palestinos contra a guerra de Israel, aliado dos EUA, em Gaza, políticas para transgêneros, iniciativas climáticas e programas de diversidade, equidade e inclusão.

Os defensores dos direitos humanos levantaram preocupações sobre a liberdade de expressão e a liberdade acadêmica em relação a ações que, segundo eles, visam alinhar as universidades à agenda política de Trump.

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O presidente argumenta que as universidades abrigam valores “antiamericanos” e anticonservadores.

Detalhes do memorando

O memorando de 10 pontos recomenda a diversidade de pontos de vista do corpo docente, dos alunos e da equipe, incluindo a revisão das estruturas de governança e a “transformação ou abolição de unidades institucionais que propositalmente punem, menosprezam e até mesmo provocam violência contra ideias conservadoras”.

O documento diz que os estudantes estrangeiros devem apoiar os “valores norte-americanos e ocidentais” e pede que as faculdades “excluam os estudantes que demonstrem hostilidade aos Estados Unidos, seus aliados ou seus valores”.

Também diz que as universidades devem compartilhar todas as informações conhecidas sobre os alunos estrangeiros, inclusive registros disciplinares, mediante solicitação do Departamento de Segurança Interna e ao Departamento de Estado.

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É provável que a orientação suscite preocupações com o devido processo legal e a privacidade à luz de recentes tentativas do governo Trump de deportar estudantes pró-palestinos. As tentativas enfrentaram desafios legais.

O memorando diz que “não mais do que 15% da população de estudantes de graduação de uma universidade devem ser participantes do Programa de Intercâmbio de Visto Estudantil, e não mais do que 5% devem ser um país específico.” Para as escolas que atualmente ultrapassam a população de 15%, as novas turmas de matrículas devem atender ao limite de 15%, acrescenta.

Cartas foram enviadas na quarta-feira para solicitar a concordância e o feedback da Universidade de Vanderbilt, do Dartmouth College, da Universidade da Pensilvânia, da Universidade do Sul da Califórnia, do Instituto de Tecnologia de Massachusetts, da Universidade do Texas, da Universidade do Arizona, da Universidade Brown e da Universidade da Virgínia, disse o funcionário da Casa Branca.

As universidades que assinarem o acordo obterão “vários benefícios positivos”, incluindo “subsídios federais substanciais e significativos”, segundo uma carta endereçada aos líderes universitários. O Wall Street Journal foi o primeiro a divulgar a notícia.

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O memorando diz que a adesão ao acordo estará sujeita à análise do Departamento de Justiça dos EUA e que as universidades que violarem o acordo “perderão o acesso aos benefícios do mesmo”.

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O Poder do Sono: Como o Descanso Impulsiona a Alta Performance

Redação Informe ES

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Com tantas demandas em jogo na vida de um executivo, o descanso é frequentemente a primeira a ser deixada de lado. Mas dormir mal cobra um preço alto – em saúde, performance e até rentabilidade.

Descanso e liderança ainda são tratados como conversas separadas, quando, na verdade, o sono pode ser um importante diferencial competitivo. A exaustão vivida por muitos líderes em meio a agendas sobrecarregadas, com lançamentos de sistemas complexos, reestruturações globais e pressões de clientes e investidores, expõe o custo da privação de descanso. Estudos mostram que noites fragmentadas comprometem a saúde, reduzem a qualidade das decisões e prejudicam a autoconfiança.

Mitos sobre sono e produtividade

Frases como “dormir é para os fracos” já foram repetidas por executivos e fundadores de grandes empresas, que se orgulham de sobreviver com apenas quatro horas de descanso por noite — um pensamento celebrado por anos. Nos bastidores, porém, muitos profissionais enfrentam esgotamento, desejando apenas mais uma hora na cama.

Especialista em sono e produtividade, Lindsay Scola atende líderes políticos e corporativos e lançou recentemente um guia baseado em ciência para melhorar a qualidade do descanso. Na sua visão, essa lógica que pune o descanso e celebra a exaustão é insustentável. “Ninguém diria: ‘Tenho um grande projeto chegando, então vou parar de respirar nas próximas duas semanas’”, afirma. “Pode até sentir que conseguirá recuperar o fôlego no final, mas eu garanto: o oxigênio continuaria entrando nos seus pulmões o tempo todo. O sono funciona da mesma forma.”

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Scola trabalhou por anos em empresas de alta pressão, apoiando equipes presidenciais, executivos de mídia e líderes corporativos, ao mesmo tempo em que convivia com narcolepsia (distúrbio do sono caracterizado pela sonolência excessiva) e TDAH não diagnosticados. “Fomos condicionados a acreditar que o burnout é o preço da ambição e que a exaustão significa que estamos fazendo certo. Mas ninguém foi feito para ser produtivo a cada segundo do dia. Na verdade, produzimos mais quando aprendemos nossos próprios ritmos e permitimos pausas reais.”

Essa visão reflete um padrão observado em muitos líderes de alto desempenho: a perigosa confusão entre excesso de trabalho e eficácia. Em sistemas que recompensam a entrega excessiva e penalizam a pausa, descansar parece mais um risco do que um direito. A ciência da performance, no entanto, mostra o contrário: descanso não é a recompensa após provar valor, mas o que torna possível sustentá-lo.

A relação entre sono e desempenho, segundo a ciência

A ideia de que dormir menos é um ganho de tempo ignora o que realmente está sendo perdido:

Como criar um ambiente que respeita e incentiva o descanso

Reconfigurar a liderança para abrir espaço para o descanso exige, antes de tudo, uma mudança cultural. Não se trata de colocar poltronas para cochilo no escritório. “É sobre as normas que estabelecemos e as mensagens que transmitimos”, afirma Lindsay Scola. Como qualquer outra competência de liderança, isso se constrói pelo que é modelado, recompensado e repetido. Na prática, isso significa:

1. Dar o exemplo

Normalizar o descanso exige falar abertamente sobre ele. Líderes podem encerrar o expediente dizendo que vão recarregar as energias ou incluir em reuniões rápidas perguntas como “Quão descansado você se sentiu nesta semana, de 1 a 5?”. O objetivo é promover a curiosidade, e não o julgamento.

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2. Romper com a lógica do ‘sempre disponível’

Um dos principais mitos corporativos a serem desafiados é o de que se afastar da mesa ou fazer uma pausa significa preguiça. Scola defende o conceito de performance com tempo de recuperação: pausas deliberadas de 10 a 20 minutos para “resetar” a mente. A ciência dá respaldo: a NASA constatou que um cochilo de 26 minutos após o almoço aumenta a performance em 34% e a atenção em 54%.

3. Alinhar agendas de trabalho à biologia

Em uma experiência prática, Scola ajudou uma equipe executiva a transferir uma reunião diária das 8h para as 10h, horário mais alinhado aos diferentes cronotipos — os ritmos biológicos que determinam quando cada pessoa desperta, atinge o pico de produtividade e desacelera. O impacto foi imediato: discussões mais engajadas, decisões mais rápidas e menos fadiga.

Aprenda a dormir melhor

Em muitos círculos de liderança, o sono ainda não é reconhecido como a base que torna o trabalho de excelência possível. Ele continua sendo visto como um benefício ou uma pausa, e não como uma vantagem de desempenho.

Com frequência, o descanso é enquadrado como recompensa — algo que se obtém apenas após concluir as tarefas, e não como parte de fazer um trabalho de qualidade. Estudos mostram que o descanso é essencial para a liderança: líderes descansados pensam mais rápido, tomam decisões mais acertadas e enfrentam menor risco de burnout em comparação a colegas exaustos. “O sono não é uma recompensa por concluir o trabalho — é o combustível que torna o trabalho excepcional possível”, diz Scola.

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O impacto do sono vai além do desempenho individual. Ao glorificar a produtividade constante e ignorar a necessidade de descanso, as organizações acabam reforçando desigualdades.

Um bom líder deve ter uma boa noite de sono

Carreiras de sucesso não deveriam exigir recuperação constante — e o mesmo vale para as equipes. Embora bilhões sejam investidos em desenvolvimento de liderança, muitas vezes se ignora o recurso sem custo que ajuda a sustentar todo esse investimento: o sono. Líderes de alto desempenho protegem sua energia, agem com clareza, conduzem equipes com estabilidade e também descansam adequadamente.

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