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Cresce a Demanda por Intercâmbios para Executivos e Empreendedores

Forbes, a mais conceituada revista de negócios e economia do mundo.
Intercâmbio já não é exclusividade de jovens em início de carreira. Cada vez mais, executivos e líderes buscam experiências internacionais para expandir horizontes, fortalecer o networking global e desenvolver habilidades estratégicas. Em 2025, esses programas devem representar 15% da demanda por intercâmbios, segundo levantamento da agência STB.
Com duração reduzida, geralmente de até cinco dias, os programas de educação executiva são voltados para profissionais em cargos de liderança ou em fase de preparação para assumir posições de gestão e C-Level.
Empreendedores, líderes de startups, universitários cursando o último ano e recém-formados em graduação e mestrado também podem participar. “O olhar diferenciado da liderança é desenvolvido ao observar pessoas que atuam em setores, segmentos e culturas de países totalmente diferentes”, diz Christina Bicalho, vice-presidente do STB.
Os cursos atraem profissionais com agendas apertadas, que precisam de uma especialização rápida, mas desejam trocar experiências com líderes de outros países. Além do networking, os programas têm como objetivo o desenvolvimento de soft skills em alta demanda no mercado, como pensamento analítico, habilidades cognitivas, resiliência, liderança e colaboração. “Profissionais que já ocupam cadeiras de liderança ou que desejam chegar nesse lugar perceberam que é essencial desenvolver habilidades que vão além da área técnica.”
Os destinos mais procurados para intercâmbios de educação executiva
Entre os destinos mais buscados para programas de educação executiva, Estados Unidos e Inglaterra lideram as escolas. “Esses países abrigam algumas das mais renomadas do mundo e se destacam pelo uso da tecnologia como vantagem competitiva.”
Profissionais dos setores de seguros, saúde, TI, bancos, redes hoteleiras e agronegócio estão entre os que mais buscam esses cursos. “Eles têm interesse em programas de educação executiva voltados para empreendedorismo, liderança, tecnologia e novas carreiras ligadas à sustentabilidade.”
Além da experiência internacional, esses programas proporcionam uma liderança mais eficaz na gestão de negócios, no relacionamento interpessoal e na condução de equipes diversas. “O contato com pessoas de diferentes culturas abre uma janela de aprendizado para assuntos que fogem do dia a dia, contribuindo para a formação dos profissionais.”
A tendência dos programas de educação executiva se fortalece em um mercado em crescimento. Em 2024, o setor de intercâmbios registrou um aumento de 15% em relação a 2023. Para 2025, a expectativa é de um avanço ainda maior, chegando a 20%. “O aquecimento do mercado de intercâmbio se dá principalmente por esse público que busca novas vivências em educação e experiências que abrem portas para novas habilidades.”
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Startups de IA Adotam Modelo de Trabalho Chinês 9-9-6; Entenda

Forbes, a mais conceituada revista de negócios e economia do mundo.
Algumas startups de inteligência artificial estão levando o ambiente de trabalho ao limite ao adotar o modelo chinês “9-9-6”: jornadas das 9h às 21h, seis dias por semana. Empresas asiáticas são conhecidas por adotar a rotina, que, segundo especialistas, sobrecarrega colaboradores, gera estresse crônico e pode levar ao burnout. Quando não tratado, pode evoluir para o karoshi — termo japonês para morte por excesso de trabalho.
Desencantados com a baixa perspectiva de recompensa pelo esforço, os jovens chineses criaram o termo tang ping, ou “deitar e relaxar”, para se encorajarem mutuamente a evitar o excesso de trabalho e tirar um tempo para descansar.
Alguns dos principais líderes empresariais dos Estados Unidos também seguem rotinas implacáveis. Marissa Mayer, ex-executiva do Google, teria chegado a trabalhar até 130 horas por semana. Tim Cook, da Apple, envia e-mails a partir das 4h30 da manhã. Elon Musk, fundador e CEO da Tesla, é conhecido por manter semanas de 120 horas de trabalho. Jack Ma, fundador do Alibaba, também é um entusiasta do regime chinês.
Tempo de trabalho não é sinônimo de produtividade
Alguns líderes esperam que seus funcionários sigam ritmos semelhantes. Em 2022, Musk foi acusado de promover uma espécie de “escravidão corporativa”. Ao elogiar os funcionários da Tesla na China por “virarem a madrugada até 3h da manhã”, ele disse que os americanos estavam “tentando evitar o trabalho a todo custo”. No mesmo ano, o bilionário pôs fim ao trabalho remoto na Tesla e demitiu quase metade dos 7 mil colaboradores da empresa.
Ao contrário do que se pode pensar, jornadas extremas corroem a produtividade no trabalho, diz Caitlin Collins, psicóloga organizacional e diretora de estratégia na Betterworks, empresa especializada em soluções de software de gestão de desempenho. “A ideia de que trabalhar das 9h às 21h, seis dias por semana, impulsiona a inovação é profundamente equivocada”, afirma. “As pesquisas mostram que o excesso de trabalho leva ao burnout, à fadiga cognitiva e ao desengajamento, fatores que comprometem diretamente a criatividade e o foco dos quais as empresas de IA dependem para inovar.”
Há um amplo conjunto de estudos mostrando que mais tempo na mesa de trabalho não significa produzir mais. Um estudo britânico, por exemplo, mostrou que funcionários que trabalham mais de 11 horas por dia têm 67% mais chances de sofrer um ataque cardíaco. Enquanto isso, colaboradores que passam de 54 horas semanais têm maior risco de morrer por excesso de trabalho.
Profissionais buscam equilíbrio
O equilíbrio entre vida pessoal e profissional não é um benefício, mas uma necessidade estratégica de negócio. “Profissionais têm melhor desempenho quando contam com flexibilidade, espaço mental e confiança para integrar o trabalho às suas vidas, em vez de terem que sacrificar o bem-estar”, diz Collins.
Em resposta a jornadas de trabalho como a 9-9-6, a Geração Z defende foco na flexibilidade e na saúde dos colaboradores. “A Geração Z e os talentos mais jovens já estão rejeitando a cultura do burnout como símbolo de mérito. E as empresas que insistirem nesses modelos ultrapassados correm o risco de perder seus profissionais mais capacitados.”
Já é possível ver os primeiros reflexos desse impacto. Os jovens estão revisando práticas ultrapassadas e modernizando a forma como o trabalho é feito, lançando tendências como o “conscious un-bossing” (liderança consciente, menos hierárquica) e os “microturnos” (pequenos ajustes de jornada).
Confira seis mudanças que a geração Z defende para tornar o ambiente de trabalho mais humano e flexível:
- 1. Priorizar a saúde mental e o bem-estar em vez de expectativas tradicionais de trabalho.
- 2. Buscar modelos de trabalho flexíveis, com possibilidade de modelos remoto ou híbrido.
- 3. Valorizar trabalhos com propósito, alinhados a seus valores e paixões pessoais.
- 4. Adotar tecnologias para aumentar a produtividade, mas mantendo limites claros.
- 5. Defender uma cultura que respeite o tempo pessoal e estimule pausas.
- 6. Construir relações de apoio no trabalho que promovam a colaboração.
Segundo Christine Royston, CMO da plataforma de gestão de projetos em nuvem Wrike, essas mudanças vão muito além de preferências geracionais: são indícios de uma transformação permanente na forma como a produtividade é compreendida. “A Geração Z está impulsionando a adoção de plataformas de colaboração mais inteligentes e flexíveis.”
O grande desafio para as empresas é criar culturas organizacionais que combinem produtividade e rentabilidade com humanidade e bem-estar físico e mental.
*Bryan Robinson é colaborador da Forbes US. Ele é autor de 40 livros de não-ficção traduzidos para 15 idiomas. Também é professor emérito da Universidade da Carolina do Norte, onde conduziu os primeiros estudos sobre filhos de workaholics e os efeitos do trabalho no casamento.
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As Profissões Mais (e Menos) Impactadas pela IA, Segundo Estudo da Microsoft

Forbes, a mais conceituada revista de negócios e economia do mundo.
A inteligência artificial não vai substituir todos os empregos, mas certamente vai transformar muitos deles. É o que aponta um novo estudo da Microsoft, que analisou mais de 200 mil interações anônimas de usuários nos EUA com o Copilot — assistente de IA da própria empresa — para mapear as tarefas mais automatizadas no dia a dia e, a partir disso, identificar as profissões mais (e menos) impactadas pela tecnologia.
O resultado é o “índice de aplicabilidade da IA”, que classifica ocupações com base no quanto suas tarefas podem ser realizadas com o apoio da inteligência artificial. Profissões ligadas à escrita, comunicação e análise de dados — como tradutores, redatores, representantes de vendas e jornalistas — aparecem entre as mais expostas à atuação da IA.
Por outro lado, cargos que exigem habilidades manuais, empatia direta ou trabalho físico, como operadores de maquinário, enfermeiros e técnicos da saúde, seguem relativamente protegidos. “O que vamos ver não é a IA tomando todos os postos de trabalho, mas sim mudando a forma como os profissionais atuam”, diz Lucas Brossi, sócio e líder de prática de inteligência artificial da Bain & Company, consultoria global de gestão estratégica, na América do Sul.
O futuro (e o presente) do trabalho com a IA
O avanço da IA abre portas para um novo tipo de colaboração. “A IA é uma ferramenta de suporte, e não uma substituição completa”, diz Maria Sartori, diretora de mercado na Robert Half, consultoria de recursos humanos. “A tecnologia pode assumir tarefas repetitivas, mas também potencializa o que o profissional já faz de melhor”, complementa Brossi.
“Não se trata de competir com a IA naquilo que ela já faz bem, mas de fortalecer o que só o humano consegue entregar: visão estratégica, sensibilidade, criatividade e julgamento.”
Lucas Brossi, sócio da Bain & Company na América do Sul
Nesse novo cenário, habilidades humanas seguem sendo o maior diferencial. “Empatia, inteligência emocional, pensamento crítico, adaptabilidade e julgamento ético permanecem fora do alcance das máquinas”, destaca David Dias, sócio-líder de inteligência artificial da EY, consultoria global especializada em auditoria, impostos, estratégia e transformação digital, na América Latina. “O grande desafio será a reinvenção das pessoas: a velocidade de transformação está exigindo que busquemos nos reinventar rapidamente e de forma constante.”
A tendência, segundo os especialistas, é de uma reconfiguração nas funções. “Os processos serão redesenhados com a IA no centro, criando funções híbridas – parte automatizadas, parte humanas”, explica Brossi. “O trabalho humano vai ser alçado a um novo patamar de decisão, criatividade e impacto estratégico. Enquanto isso, a IA vai deixar de ser um diferencial, como ainda ocorre atualmente, e passar a ser considerada uma competência básica”, completa Sartori.
A seguir, veja as profissões mais e menos afetadas pela IA, segundo a Microsoft
A pesquisa “Working with AI: Measuring the Occupational Implications of Generative AI” (em tradução para o português, Trabalhando com IA: medindo as implicações ocupacionais da inteligência artificial generativa) é focada no mercado de trabalho dos Estados Unidos.
Os pesquisadores criaram um “índice de aplicabilidade da IA” — uma pontuação que indica o quanto as tarefas de cada profissão podem ser executadas e automatizadas com o uso da inteligência artificial. Quanto maior a pontuação, maior o potencial de impacto da tecnologia naquele trabalho. Confira:
Profissões mais impactadas pela inteligência artificial
- Intérpretes e tradutores
- Historiadores
- Comissários de bordo
- Representantes de vendas
- Redatores e autores
- Atendentes de suporte ao cliente
- Programadores de CNC (Controle Numérico Computadorizado)
- Operadores de telefonia
- Agentes de viagens
- Locutores e radialistas
- Escriturários de corretagem
- Educadores em gestão agrícola e doméstica
- Telemarketing
- Concierges
- Cientistas políticos
- Repórteres e jornalistas
- Matemáticos
- Redatores técnicos
- Revisores e editores de texto
- Recepcionista
- Editores
- Professores universitários de negócios
- Especialistas em relações públicas
- Demonstradores e promotores de produtos
- Agentes de vendas de publicidade
- Escriturários de novas contas
- Assistentes estatísticos
- Balconistas de atendimento e aluguel
- Cientistas de dados
- Consultores financeiros pessoais
- Arquivistas
- Professores de Economia
- Desenvolvedores web
- Analistas de gestão
- Geógrafos
- Modelos
- Analistas de pesquisa de mercado
- Operadores de telecomunicações de segurança pública
- Telefonistas
- Professores de biblioteconomia
Profissões menos impactadas pela inteligência artificial
- Operador de draga
- Operador de ponte e eclusa
- Operador de estação de tratamento de água
- Fundidor e moldador
- Operador de máquina de instalação e manutenção de trilhos
- Piloteira (costureira de peças-piloto)
- Lixador e acabador de piso
- Auxiliar de enfermagem hospitalar
- Operador de embarcação a motor
- Operador de equipamento florestal
- Operador de máquina de pavimentação, nivelamento e compactação
- Empregada doméstica e faxineira
- Trabalhador geral em petróleo e gás
- Telhadista
- Operador de estação de compressão e bombeamento de gás
- Ajudante de telhadista
- Fabricante de pneus
- Assistente cirúrgico
- Massagista
- Técnico em oftalmologia
- Operador de empilhadeira e trator industrial
- Supervisor de bombeiros
- Mestre de obras e acabador de concreto
- Lavador de louça
- Alimentador e auxiliar de máquinas
- Operador de máquinas de embalagem e enchimento
- Preparador de equipamentos médicos
- Trabalhador de manutenção rodoviária
- Ajudante de produção
- Prostodontista (destista especializado em próteses dentárias)
- Reparador e troca de pneus
- Engenheiro naval
- Instalador e reparador de vidros automotivos
- Cirurgião bucomaxilofacial
- Operador de planta e sistemas (diversos)
- Embalsamador
- Ajudante de pintor, encanador e funções similares
- Trabalhador na remoção de materiais perigosos
- Auxiliar de enfermagem
- Flebotomista (responsável pela extração do sangue em pacientes)
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Negócios
Sabáticos Ganham Espaço Como Resposta Ao Esgotamento Profissional

Forbes, a mais conceituada revista de negócios e economia do mundo.
“Não pare” e “nunca se acomode” já foram mantras de sucesso. Mas por trás das postagens no LinkedIn celebrando mais uma conquista, muitos profissionais enfrentam silenciosamente o burnout, sacrificando saúde, relacionamentos e propósito.
Globalmente, mais de 80% dos profissionais estão em risco de burnout, segundo relatório da consultoria Mercer, de 2024. No Brasil, 30% dos profissionais sofrem com a síndrome, de acordo com a Associação Nacional de Medicina do Trabalho.
Diante desse cenário, um número crescente de pessoas vai na contramão e decide fazer uma pausa. Seja para descansar, viver o luto, viajar, explorar novos caminhos ou repensar a própria trajetória, os períodos sabáticos estão sendo redescobertos (inclusive por jovens profissionais) como um movimento de carreira – e de autoconhecimento – estratégico.
O sabático ainda é, muitas vezes, visto como um privilégio restrito a executivos de grandes corporações. Companhias como Adobe, Autodesk e Patagonia oferecem programas formais de sabático — e relatam aumento na inovação e retenção. Mas as pausas intencionais têm se popularizado — não só no mundo corporativo, como também entre empreendedores e no setor social, onde organizações já oferecem licenças sabáticas remuneradas a diretores de ONGs.
Vignetta Charles, CEO da ETR (Education, Training and Research), uma organização sem fins lucrativos comprometida em promover a equidade em saúde globalmente, foi a primeira executiva da ONG a tirar um sabático: uma licença de 12 semanas após enfrentar os desafios da pandemia. “Foi uma verdadeira mudança de identidade”, diz. “Eu não uso mais a ‘síndrome do super-herói’ como um distintivo de honra.” Sua licença sabática, apoiada pelo conselho da organização, foi tão impactante que a ETR agora estuda como oferecer o benefício para toda a equipe.
Experiências como a da executiva ainda são exceção. De acordo com um estudo de 2023 da MetLife, empresa global de serviços financeiros, 65% dos profissionais já consideraram fazer uma pausa na carreira para cuidar da saúde mental. Ainda assim, são poucas as empresas que oferecem sabáticos remunerados. Nos Estados Unidos, por exemplo, apenas 5% adotam oficialmente esse benefício, segundo a SHRM (Society for Human Resource Management), a maior associação de profissionais de RH do mundo.
Por que tirar um período sabático?
Para a maioria das pessoas, o sabático surge a partir de um ponto de ruptura pessoal ou profissional, como uma transição de carreira ou de empresa, ou um burnout.
Ex-executiva da Starbucks, Christine McHugh definiu seu segundo sabático como um avanço profissional. “Trabalhei na Starbucks por 26 anos e me sentia estagnada e sem inspiração. Percebi que tinha muito a oferecer a outras empresas e que precisava alinhar minhas habilidades e valores a uma organização mais compatível com meus interesses”, conta. “Voltei após seis meses e, um mês depois, pedi demissão e entrei em uma startup da área de saúde. Minha visão sobre carreira e sobre me identificar com uma empresa mudou completamente. Percebi que uma empresa não precisa me definir.”
A necessidade de se desconectar deixou de ser um privilégio e virou pré-requisito para a sustentabilidade da carreira e da saúde mental. LaMonte Guillory, fundador da consultoria The Guillory Perspective, não contou com o apoio da empresa onde trabalhava quando decidiu embarcar com a esposa e os dois filhos em uma jornada de motorhome por um ano e 43 mil quilômetros pela América do Norte para se reconectar após a pandemia. “As pessoas acham que sabáticos são um luxo. O nosso foi uma resposta necessária e ao impacto da pandemia sobre nossa família”, diz. “Para nós, foi uma questão de sobrevivência.”
Para Neha Patel, ex-diretora executiva da organização americana sem fins lucrativos SiX (State Innovation Exchange), o sabático surgiu no cruzamento entre o estresse da liderança e um luto pessoal. Ela decidiu estender o período de três meses oferecido pela empresa para cinco. “Me reconectei comigo mesma de um jeito que não fazia há anos. Redesenhei meus limites pessoais e profissionais.”
Microaposentadoria
Entre os jovens profissionais, cresce a tendência chamada de “microaposentadoria”, que viralizou no TikTok e em outras redes sociais.
Em vez de esperar a aposentadoria (que talvez nunca chegue) para viajar e aproveitar a vida, os jovens da Geração Z estão tirando pausas entre empregos para descansar e viver novas experiências.
O que fazer em um sabático
Profissionais estruturam o tempo longe do trabalho em torno de descanso profundo, projetos pessoais e exploração da identidade. Segundo uma análise da Harvard Business Review, os sabáticos mais significativos envolvem o “desapego intencional” — desligar-se completamente do trabalho e das distrações digitais.
Durante seu primeiro sabático, uma ex-advogada que trabalhava em grandes escritórios começou a escrever poesia. “Isso salvou minha vida”, afirma. Hoje, ela dirige um negócio que ajuda outras pessoas a resgatar o descanso como forma de autonomia.
Já uma acadêmica e empreendedora usou sua pausa para reavaliar seu negócio, cuidar da saúde e redefinir seu conceito de sucesso.
Benefícios do período sabático
Períodos de descanso têm impactos concretos. Um estudo de 2021 da Universidade de Tampere, na Finlândia, descobriu que sabáticos reduzem significativamente o estresse e aumentam o bem-estar, com efeitos que perduram meses após o retorno. As pessoas experimentam maior criatividade, resiliência emocional e melhor funcionamento cerebral.
Funcionários que tiram sabáticos relatam maior lealdade, engajamento e criatividade. Um estudo de 2018 da TSNE Mission Works, que apoia organizações do terceiro setor, revelou que as empresas perceberam impactos positivos após os sabáticos, incluindo pipelines de liderança mais fortes e menor rotatividade.
No entanto, na maioria das empresas, mesmo quando oferecidos, os sabáticos continuam sendo subutilizados e mal compreendidos. “Sabáticos não são apenas pausas”, diz a advogada Dana Weekes. “Eles são ferramentas transformadoras. Quando o descanso passa a fazer parte da cultura organizacional, as pessoas não entram em burnout, elas prosperam.”
O retorno
Voltar ao trabalho após um período sabático pode ser desorientador. Muitos profissionais relatam se sentir desalinhados, desconectados ou até penalizados ao retornarem.
Christine McHugh, que tirou três sabáticos ao longo da carreira, conta que voltou de dois deles e encontrou seu cargo eliminado. “Usei um benefício da empresa, mas parecia que estava sendo punida.” Outros tiveram desafios ao se recolocar após um sabático ou optaram por não voltar ao trabalho em tempo integral, preferindo trabalhar como freelancer.
Como saber se você deve tirar um período sabático
Se você está considerando um sabático, especialistas e profissionais que já passaram pela experiência oferecem as seguintes orientações:
- Esclareça o seu porquê: Você busca descanso, cura, exploração ou transformação? Seja honesto consigo mesmo;
- Planeje suas finanças: Saiba qual é o seu prazo e defina o que é suficiente para você, especialmente se a empresa onde você trabalha não oferecer algum tipo de licença (remunerada ou não);
- Desconecte-se: Os maiores insights vêm quando você se desliga completamente;
- Deixe espaço para o inesperado: Programar demais pode sufocar o autoconhecimento;
- Tenha uma estratégia de retorno: Prepare-se para o retorno emocional e profissional — com ou sem apoio do empregador;
- Conheça os riscos e as recompensas: Lacunas na carreira podem ser questionadas, assim como a estagnação. Escolha qual história você quer contar.
Em uma sociedade que mede sucesso por produtividade, fazer uma pausa é um ato de coragem e clareza. À medida que mais profissionais desafiam o status quo, ganha força uma nova percepção: o trabalho mais estratégico, criativo e sustentável não vem de nunca parar, mas de saber a hora de pausar.
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