Negócios
Para Startups de IA, Semana de Trabalho de 7 Dias Não É Suficiente

Forbes, a mais conceituada revista de negócios e economia do mundo.
O anúncio de vaga não mede palavras: “Esta função não é para qualquer um. É quase para ninguém.” A publicação, da Arrowster, uma startup de IA que ajuda estudantes a se candidatarem a programas de intercâmbio, busca alguém proativo para ajudar no crescimento da empresa. Mas alerta sobre uma exigência: trabalhar sete dias por semana.
“Não há como adoçar isso. Em startups, você trabalha muito, muito duro”, disse o CEO Kenneth Chong à Forbes. Chong, de 30 anos, comparou a função à de um atleta, que treina intensamente e se dedica ao esporte além do horário comercial. “Nem todo mundo quer ser um atleta. E se você quer, então escolheu essa vida.”
A empresa de cinco pessoas está sediada em São Francisco, com Chong na Bay Area, seu cofundador em Nova York e três funcionários no Vietnã. Em vez de uma semana padrão de trabalho, ele acredita que os horários deveriam ser divididos em ciclos menores de trabalho e descanso, com sessões intensas seguidas de cochilos, em vez de esperar pelos fins de semana para respirar. “Por que uma semana tem sete dias? Se você parar pra pensar, não há uma razão lógica”, questiona. “Pode haver razões históricas, mas por que são cinco dias de trabalho e dois de folga?”
A Arrowster não é a única startup a adotar uma semana de trabalho sem fins de semana. Vagas da Corgi, apoiada pela Y Combinator, também vêm com um “aviso” sobre a intensa agenda da startup de seguros. “Trabalhamos sete dias por semana em nosso escritório em SF porque acreditamos em ultrapassar limites e fazer acontecer”, escreveu Josh Jung, da Corgi, em uma atualização no LinkedIn no início do mês.
Depois, há o grupo dos seis dias. Em busca de novos colaboradores, a empresa de biotecnologia Latchbio, a startup de ferramentas de dados Autotab e a empresa de recrutamento Mercor convocam talentos com o “atrativo” de trabalharem todos os dias, exceto um.
A Mercor, que levantou US$ 100 milhões com uma avaliação de US$ 2 bilhões em fevereiro, também informa em suas vagas que oferece um bônus de moradia de US$ 10 mil para funcionários que morem a até 800 metros de seu escritório no Financial District, em São Francisco. A empresa costumava trabalhar sete dias por semana, mas passou a tirar os domingos de folga cerca de um ano após o início das operações, contou o CEO Brendan Foody à Forbes. A startup tem cerca de 90 funcionários, e Foody disse entender que a cultura terá de mudar caso a empresa cresça a ponto de empregar, digamos, mil pessoas. “Mas idealmente queremos manter isso”, afirmou.
Seis dias por semana não são obrigatórios na Decagon, uma startup de São Francisco que desenvolve agentes de IA para atendimento ao cliente, mas virou parte da cultura da empresa, comentou o cofundador Jesse Zhang à Forbes. Até um terço dos 80 funcionários costuma trabalhar aos domingos no escritório localizado na região de South of Market, segundo Zhang.
Ele disse que a prática começou porque ele e o cofundador, Ashwin Sreenivas, passaram a ir ao escritório aos domingos, e outros começaram a segui-los. Ele afirma que o cronograma é informal, com alguns funcionários chegando por volta do meio-dia e indo embora quando quiserem. O benefício, segundo ele, é a colaboração presencial sem as distrações das reuniões. “Não existe foguete que decole sem um certo nível de intensidade para se impulsionar”, disse Zhang. “Nosso time realmente acredita nisso.”
Fundadores no passado até esperavam que os primeiros contratados tivessem uma ética de trabalho à la Stakhanov, mas poucos eram ousados o suficiente para anunciar abertamente uma cultura de longas jornadas. Mas, com a IA dominando o Vale do Silício, uma nova geração de startups entrou em uma corrida exaustiva — não apenas contra outras iniciantes bem financiadas, mas também contra gigantes da tecnologia que adicionam recursos de IA às suas plataformas, além de líderes como OpenAI e Anthropic, que podem esmagar startups promissoras com novas atualizações.
Nesse cenário, trabalhar longas horas pode ser uma vantagem. Assim como afirmar ter uma cultura de trabalho intensa, o que pode atrair atenção, talentos e, por fim, investimentos de capitalistas de risco. Em novembro, uma publicação no X (antigo Twitter) do cofundador da Greptile, Daksh Gupta, viralizou após alertar possíveis candidatos de que sua startup de revisão de código por IA não oferecia equilíbrio entre vida pessoal e profissional, e exigia pelo menos seis dias de trabalho por semana. Depois, Gupta publicou: “Minha caixa de entrada está composta por ameaças de morte e currículos.”
Há precedentes para semanas de trabalho mais longas. Na China, a cultura do “996” permeia gigantes como Alibaba, ByteDance e JD.com — referência ao expediente das 9h às 21h, seis dias por semana. Na Grécia, o governo aprovou uma lei no ano passado que institui a semana de seis dias para empresas de certos setores, como a indústria, com 40% de acréscimo para horas extras. Na Coreia do Sul, várias empresas influentes, incluindo a Samsung, passaram no ano passado a exigir que gerentes trabalhem seis dias por semana.
O Vale do Silício pode não ter um nome específico para isso, mas jornadas longas sempre fizeram parte da “cultura da correria” em startups de rápido crescimento. Hackathons — sessões maratonas em que engenheiros entupidos de cafeína codificam a noite toda — fazem parte do DNA da indústria de tecnologia.
Sob o comando de Travis Kalanick, o lema da Uber era “trabalhe mais, por mais tempo e de forma mais inteligente.” O CEO da Tesla e da SpaceX, Elon Musk, já se gabou de trabalhar 100 horas por semana — um resquício da era da bolha das pontocom, quando engenheiros costumavam se orgulhar de semanas de 120 horas. Sam Altman, da OpenAI, afirmou que trabalhou tanto em uma startup anterior que chegou a ter escorbuto (embora depois tenha admitido que era autodiagnóstico). E não é só o setor de tecnologia que enfrenta jornadas extenuantes. Em Wall Street, alguns banqueiros juniores têm registrado semanas de 110 horas.
Jonas Nelle, cofundador da Autotab, também trabalha seis dias por semana no escritório da startup em Nova York, mas vê uma grande diferença entre a exaustão da cultura da correria e o sprint para aproveitar o boom da IA. “Este é um momento muito único que justifica sacrificar algumas coisas para ter mais foco no curto prazo”, disse Nelle à Forbes.
Nelle e seu cofundador estão atualmente contratando um engenheiro para se juntar a eles seis dias por semana. “Isso com certeza desqualifica algumas pessoas, mas também é um filtro para encontrar as pessoas certas e convencê-las de que sua empresa é algo digno de dedicação.”
Em uma ligação de domingo à tarde, feita de seu escritório, Nelle rebateu a ideia de que o trabalho deva ser considerado separado da vida. “No mundo da arte, se você fica até tarde no estúdio, ninguém vai dizer que você é escravizado pelo trabalho”, disse ele. “Se você está programando ou tentando construir uma empresa, isso parece ser a suposição cultural padrão.”
Apesar do extremo, geralmente não há restrições sobre quantas horas uma pessoa pode trabalhar, desde que ela seja considerada “isenta” das leis de horas extras, afirmou Catherine Fisk, professora de direito da Universidade da Califórnia em Berkeley, especialista em políticas de trabalho. Nos EUA, nenhuma lei federal limita o número de dias ou horas trabalhadas, mas os estados têm seus próprios códigos trabalhistas.
Na Califórnia, por exemplo, onde muitas startups estão sediadas, funcionários isentos precisam atender a certos critérios, como estar em cargos de liderança ou exercer profissões específicas, como advogados, além de receber o dobro do salário mínimo estadual — um patamar facilmente alcançado por trabalhadores da tecnologia. “Você poderia trabalhar oito dias por semana, se existissem”, disse Fisk.
No entanto, essa prática pode gerar violações às normas de trabalho justo, especialmente se trabalhadores mais velhos ou com filhos forem discriminados, segundo Orly Lobel, professora de direito trabalhista da Universidade de San Diego. Além da questão legal, o risco de burnout também pode prejudicar as empresas. “Estou convencida de que não é a quantidade de horas ou de dias que você trabalha”, disse ela. “É muito mais sobre a qualidade.”
Desde a pandemia, muitas empresas de tecnologia tentam reverter as concessões feitas ao equilíbrio entre vida pessoal e profissional durante o período de home office, mas às vezes a resistência às longas jornadas vem à tona publicamente. “Crunch” virou palavra-chave na indústria de videogames para descrever as horas extras exigidas para cumprir prazos. Mas denúncias de “marchas da morte” que duram meses, ou até anos, em estúdios como a Epic Games (criadora do Fortnite) e a CD Projekt Red (de Cyberpunk) geraram críticas sobre o burnout e as culturas de trabalho exaustivas.
A ironia de uma semana de trabalho de seis ou sete dias para empresas de IA é que muitas delas promoveram a promessa da inteligência artificial de inaugurar uma nova era de produtividade, levando a previsões de jornadas mais curtas. “Seus filhos viverão até os 100 anos e não terão câncer por causa da tecnologia”, disse o CEO do JPMorgan, Jamie Dimon, em 2023. “E provavelmente trabalharão três dias e meio por semana.” A Lazarus AI, empresa que desenvolve modelos fundacionais de IA, afirmou no início deste ano que a IA poderia “com certeza” reduzir a semana de trabalho para quatro dias, à medida que os modelos se tornam mais capazes.
Chong, fundador da Arrowster, afirma que as empresas de IA precisam trabalhar mais para criar esse futuro. “É sobre colher os benefícios da IA, mas esses benefícios precisam ser construídos por outras pessoas.”
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Lições de Mãe Que Moldaram Executivos, Artistas e Empresários

Forbes, a mais conceituada revista de negócios e economia do mundo.
Fernanda Torres cresceu cercada pela paixão de Fernanda Montenegro pela atuação. De acompanhar as produções teatrais à rotina intensa nos bastidores, não foi difícil se apaixonar pela profissão também. “Desde que nasci, vi ela produzindo suas próprias peças. Ganhei isso por osmose”, conta. Mas a influência da mãe foi além da escolha da carreira e veio acompanhada de aprendizados importantes. “Aprendi que o convite é algo que acontece por sorte. Você tem que ser capaz de apontar caminhos para si mesmo.”
Assim como Fernanda Torres, Neca Setubal, socióloga e herdeira de uma das famílias controladoras do Itaú, também encontrou dentro de casa a força que moldaria seu caminho. Sua mãe, Tide Setubal, que inspirou a criação da fundação homônima presidida por Neca, mostrou a ela o poder de ser protagonista da própria história. “Ela me ensinou o valor de escolher o meu próprio caminho e que a vida vale a pena quando conseguimos olhar para trás e ver que fizemos a diferença.”
Além da influência na carreira, algumas mães compartilham a jornada profissional lado a lado com as filhas. Fundadora da Boca Rosa Company, Bianca Andrade trabalha com sua mãe, Mônica Andrade, e leva consigo um conselho que recebeu nos primeiros momentos de dúvida: “Se não estiver se divertindo, a gente muda o caminho.” “Quando tudo pesa, lembro desse conselho”, diz a empresária. “Ele me dá liberdade e me faz querer continuar.”
Ainda que as mães não estejam presentes fisicamente, o legado que deixaram segue vivo em seus filhos. O ator e empresário Lázaro Ramos perdeu a mãe, Célia Maria Ramos, quando tinha 19 anos, mas guarda cada ensinamento como um norte. “Uma mãe deixa lições para a vida toda. Mesmo depois da minha ter falecido há tanto tempo, a história de vida dela continua me ensinando, até hoje.”
A seguir, confira os melhores conselhos que artistas, empresários e executivos já receberam de suas mães:
Juliana Souza
“O impossível é provisório, mainha”
Sasha Meneghel
“É um conselho que a minha avó, Alda, passou para a minha mãe, e a minha mãe passou para mim: lembre-se que você não é melhor do que ninguém e ninguém é melhor do que você.”
Rachel Maia
“Minha mãe sempre me ensinou que a educação é a chave para transformar a vida. Ela me dizia que estudar não era apenas uma obrigação, mas uma oportunidade de crescer e mudar o mundo ao meu redor. Levei esses conselhos para a vida e, agora, como mãe, faço questão de passar a mesma mensagem para os meus filhos. Acredito que a educação é um presente que pode mudar o curso da história de uma pessoa e de uma família. É um legado que pretendo continuar a cultivar e compartilhar.”
Enzo Celulari
“O melhor conselho que recebi da minha mãe foi manter os pés no chão e sempre observar o outro, principalmente quando o outro sabe mais do que você. Ao entrar em um novo ofício, explorar um novo ambiente ou conhecer uma nova cidade, aprendi a sempre ser pé no chão, porque só assim a gente conquista. Também aprendi a olhar ao redor e seguir aqueles que são exemplo, que já fizeram aquilo outras vezes e que, de fato, têm um conhecimento mais aguçado dentro daquele universo do que a gente.”
Carol Bassi
“Herdei da minha mãe esse lado empreendedor, o gosto por fazer aquilo que a gente ama e nos preenche. Por muitos anos da minha vida, acompanhei minha mãe em seu trabalho, na fábrica da Guaraná Brasil, então tive a honra de observá-la ainda jovem e entender todo o seu amor por sua profissão. Além disso, ela me ensinou valores e grandes ensinamentos: acreditar no seu poder e na sua luz, nunca desanimar e desistir, e ter força e coragem na vida, todos os dias.”
Neca Setubal
“Tive o privilégio de ter uma mãe muito à frente do seu tempo. Uma mulher com voz própria, protagonista da sua história, e que me ensinou, desde cedo, o valor de escolher o meu próprio caminho. Ela não apenas falava sobre a importância das escolhas – ela viveu isso. Quando achava necessário, enfrentava o meu pai com firmeza e era sempre fiel às suas convicções. Essa foi, sem dúvida, uma das maiores lições que ela me deixou.
Mas não foi só isso. A minha mãe também me ensinou o poder da escuta. Era uma pessoa que ouvia com atenção, que acolhia, que fazia com que cada pessoa ao seu redor se sentisse única e especial. Tinha uma imensa alegria de viver, era impossível não sentir a sua presença e intensidade.
Como herança afetiva, ela me deixou um caderno com reflexões e conversas. Nele, escreveu que o maior sentido da vida é o amor – amar o outro e deixar no mundo uma marca de afeto. Que a vida vale a pena quando conseguimos olhar para trás e ver que fizemos a diferença.”
Lázaro Ramos
“O maior ensinamento que minha mãe deixou foi olhar para ela num lugar menos idealizado, tanto pelos desafios que ela teve na vida, quanto por tudo que ela me ofereceu. Lancei o livro ‘Na Minha Pele’ em 2017 e, neste ano, o ‘Na Nossa Pele’, que fala muito da nossa relação, mesmo depois de muitos anos. O que significa que mãe deixa ensinamento para a vida toda. Mesmo em uma situação como a minha, depois de ela ter falecido há tanto tempo, a história de vida dela continua me ensinando, até hoje.”
Fernanda Torres
“Aprendi que o convite é algo que acontece por sorte, mas você tem que ser capaz de apontar caminhos para você mesmo.”
Helena Bordon
“Nunca vou deixar de dizer que ela é a minha maior referência para tudo, aprendo todos os dias com ela e transformei a minha paixão por moda em carreira graças a ela, que desde sempre me incentivou, ao longo da vida, a pensar grande. Além dos valores ensinados e da sua alegria contagiante, o maior deles é: ‘Sempre acredite em você e no seu potencial’.”
Bianca Andrade
“O melhor conselho que já recebi da minha mãe foi em um momento em que queria desistir, bem no começo de tudo. Vim de um tempo em que tudo era mato, e lidar com o público, principalmente com as críticas, era difícil.
Minha mãe disse: ‘Bianca, a gente saiu da favela e chegou até aqui porque você faz as coisas com propósito e com o coração. Se não estiver se divertindo, a gente muda o caminho. E vai ter sucesso no que decidir fazer.’
Com uma mãe assim, tudo fica mais leve. O apoio dela e esse conselho me deram coragem para dizer: ‘Quero continuar com isso. Amo o que faço. Mas amo porque não dependo. Amo porque enxergo outras possibilidades, se eu quiser.’
Não precisei me moldar. Só segui. Disse para mim mesma: ‘Enquanto me divertir, enquanto fizer sentido, sigo aqui.’ Ela me encorajou de verdade e isso foi essencial.
Esse conselho me acompanha até hoje. Quando tudo pesa, eu penso: ‘Você está aqui porque ama. E, se mudar, também vai ser bem-sucedida.’ Isso me dá liberdade. E me faz querer permanecer.”
Isis Valverde
“O melhor conselho que recebi da minha mãe foi que o tempo cura tudo.”
Pedro Novaes
“Minha mãe sempre me falou para seguir a intuição, e que parte do sucesso é estar feliz com as nossas escolhas e com o chamado do nosso coração.”
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Conheça as Mães por Trás do Sucesso desses Bilionários

Forbes, a mais conceituada revista de negócios e economia do mundo.
Por trás do sucesso de alguns dos maiores bilionários do mundo, estão mulheres que, longe dos holofotes, desempenharam um papel decisivo na formação de seus filhos.
Jacklyn Bezos, Mary Gates, Maye Musk e Charlotte Bloomberg, mães dos empresários conhecidos pelos famosos sobrenomes, apostaram alto nos herdeiros quando ninguém mais acreditava. Sem elas, talvez algumas das maiores empresas do mundo nunca tivessem saído do papel.
Mais do que incentivo, essas mães ofereceram visão, rede de contatos, recursos e, principalmente, exemplo. A mãe de Jeff Bezos criou o filho sozinha e, anos depois, colocou suas economias no projeto ainda incerto que se tornaria a Amazon. Já Bill Gates contou desde cedo com a inspiração da mãe, que ocupava cargos de liderança em grandes empresas. A executiva foi responsável por abrir portas cruciais para a Microsoft, muito antes de a empresa conquistar reconhecimento global.
Conheça, a seguir, as mães de alguns dos maiores bilionários do mundo e entenda como elas influenciaram o caminho de sucesso dos filhos:
Como as mães dos bilionários influenciaram suas trajetórias
Jeff e Jacklyn Bezos
Em 1995, Jeff Bezos, hoje a segunda pessoa mais rica do mundo, abordou sua mãe, Jacklyn, e seu padrasto, Mike, e pediu que investissem no negócio que acabara de lançar. Eles colocaram US$ 245 mil na recém-fundada Amazon, apesar de o agora bilionário ter avisado que havia 70% de chance de eles nunca mais verem aquele dinheiro.
Mas a história foi outra. A Bloomberg estimou em 2018 que Jackie e Mike Bezos, um imigrante cubano de quem o empresário herdou o sobrenome, teriam 16,6 milhões de ações da Amazon e um patrimônio que poderia chegar a US$ 30 bilhões.
Mesmo se esses números não forem os mais exatos, fato é que a trajetória dos Bezos seguiu um rumo diferente do esperado para uma família com uma mãe solo adolescente que mais tarde se casou com um imigrante.
Quando Bezos nasceu, em Albuquerque, no estado americano do Novo México, sua mãe tinha apenas 17 anos e estava no 3º ano do ensino médio. A diretoria da escola onde ela estudava proibiu Jacklyn de retomar os estudos depois da gravidez, e acabou cedendo depois de ela insistir bastante – mas com condições. “Um: eu tinha que chegar e sair da escola dentro de cinco minutos depois do sinal. Dois: não podia falar com outros alunos. Três: não podia almoçar no refeitório. Quatro: disseram que eu não poderia atravessar o palco com meus colegas para pegar meu diploma”, disse ela.
Divorciada do pai biológico de Bezos, Ted Jorgensen, quando o hoje empresário tinha 17 meses, Jacklyn trabalhava à tarde, ganhando US$ 190 por mês, e estudava à noite. Ainda um bebê, Bezos acompanhava sua mãe durante as aulas e, quando ele tinha quatro anos, sua mãe se casou novamente com Mike Bezos. Mais tarde, o trabalho de Mike levou os três a se mudarem para o Texas, e Jacklyn precisou abandonar os estudos, mas voltou a estudar e se formou na faculdade aos 40 anos.
“Mãe, não tenho ideia de como você fez o que fez. Você nos manteve seguros dentro do seu coração. Obrigado por compartilhar sua força e por todos os sacrifícios que você fez. Eu te amo”, compartilhou Bezos no Dia das Mães de 2022 em suas redes sociais.
Bill e Mary Gates
Mary Gates, mãe do bilionário e fundador da Microsoft, Bill Gates, teve um papel importante na trajetória da empresa do filho – que em 2022 tinha um valor de marca de US$ 611,46 bilhões.
Ainda na década de 1980, Mary ocupava papéis reservados apenas para os homens. Membro do conselho de administração da United Way, ela conheceu John Open, então diretor-executivo da IBM, e falou sobre a Microsoft, fundada havia apenas cinco anos.
O papo rendeu e a IBM contratou a Microsoft, à época uma pequena empresa de software, para desenvolver um sistema operacional para seu primeiro computador pessoal. Esse contrato colocou a Microsoft no mapa e alavancou o seu sucesso, graças à mãe do seu fundador, hoje a 13ª pessoa mais rica do mundo.
Depois disso, Mary também insistiu para que o filho fosse a uma viagem para conhecer o megainvestidor Warren Buffett. Gates resistiu, mas acabou indo e se tornou amigo íntimo de Buffett.
Apesar de ter tido conflitos com Mary na infância, o que é contado no documentário “O Código Gates”, da Netflix, ela foi “o braço direito de Bill nos primeiros anos da Microsoft”, segundo sua irmã Kristi disse no documentário.
Ela também incentivou o filho a fazer trabalhos de caridade, e em 2000 ele fundou, ao lado da sua então esposa, Melinda, a Fundação Bill e Melinda Gates. “Minha mãe foi uma das pessoas mais generosas que eu conheci. Ela costumava me perguntar na mesa de jantar quanto da minha mesada eu planejava doar ao Exército da Salvação no Natal. Melinda teve uma educação semelhante e, mesmo antes de nos casarmos, conversávamos sobre como contribuiríamos para a sociedade”, publicou Bill Gates nas suas redes sociais.
Vítima de um câncer, Mary morreu em 10 de junho de 1994 – segundo Bill Gates, o dia mais triste de sua vida.
Elon e Maye Musk
Aos 77 anos, Maye Musk é supermodelo e nutricionista, além de mãe do bilionário dono do X e fundador da Tesla e da SpaceX e de outros dois empresários de sucesso. Elon Musk, o mais velho, é hoje a pessoa mais rica do mundo; Kimbal, o do meio, é dono de um grupo de restaurantes e investidor na área de alimentação; e Tosca, a mais nova, é diretora de cinema e cofundadora de um streaming de conteúdo adulto.
Depois de se divorciar do pai de seus filhos, Maye criou os três sozinha e chegou a ter diversos trabalhos para sustentá-los. “Meus filhos se beneficiaram porque me viram trabalhar duro para colocar um teto sobre nossas cabeças, comida no estômago e comprar roupas de segunda mão”, disse ela em entrevista à Forbes.
Para Maye, o segredo para criar filhos bem-sucedidos é dar liberdade – mas apoiando e incentivando. “Não os tratei como bebês nem os repreendi. Eu nunca disse a eles o que estudar. Nunca verifiquei o dever de casa, essa era a responsabilidade deles e certamente não prejudicou suas carreiras.”
Hoje, Maye observa o sucesso de seus filhos e vê que seus negócios têm muita ligação com as paixões deles como crianças.
Ela diz que percebeu que Elon era um gênio quando ele tinha três anos. Em 1983, quando ele ganhou seu primeiro computador, aos 12 anos, criou um programa de computador, o jogo BLASTAR. Maye insistiu para ele enviar sua criação para uma revista de informática. “Ele enviou o BLASTAR para a PC Magazine, e eles deram 500 rands (cerca de US$ 500 na época). Acho que não sabiam que ele tinha 12 anos. Foi publicado quando ele tinha 13.”
Michael e Charlotte Bloomberg
O bilionário Mike Bloomberg, fundador da Bloomberg e ex-prefeito da cidade de Nova York, e sua mãe, Charlotte, eram muito próximos até ela falecer, aos 102 anos, em 2011.
Bloomberg, um dos homens mais ricos do mundo, com uma fortuna de US$ 104,7 bilhões, segundo a Forbes, ainda paga a linha telefônica da sua falecida mãe para ouvir a voz dela. “Se eu quiser ouvi-la, posso simplesmente ligar”, disse ele ao Boston Globe.
Em sua autobiografia de 1997, ele escreveu que sua mãe lhe ensinou o valor do trabalho, da curiosidade e da ambição para atingir seus objetivos. “Ela me ensinou que você tem que fazer o que tem que fazer, e sem reclamar.”
“A integridade irrepreensível de nossa mãe, a independência feroz e o amor constante foram presentes que moldaram profundamente nossas vidas e as vidas de tantos que a conheceram”, escreveu ele quando sua mãe faleceu.
Bloomberg homenageou sua mãe em algumas das suas ações filantrópicas. Fez uma doação de US$ 3 bilhões para a Universidade Johns Hopkins, que inclui um hospital infantil no nome dela, além de contribuir para uma biblioteca pública em seu nome e para a sinagoga que ela presidia.
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Home Office Eleva Produtividade para Quase Metade dos Profissionais

Forbes, a mais conceituada revista de negócios e economia do mundo.
Trabalhar de casa significa mais produtividade para cerca de metade dos profissionais brasileiros. De acordo com um novo levantamento da consultoria Michael Page, especializada em recrutamento de média e alta gerência, 48,6% afirmam render mais trabalhando de casa. Longe do barulho dos escritórios abertos, das reuniões desnecessárias e do trânsito, eles se consideram mais focados e eficientes.
A pesquisa ouviu em torno de 6,8 mil profissionais no Brasil. Entre eles, apenas 10,8% dizem que seu desempenho piora fora escritório. Para 40,5% dos entrevistados, a produtividade independe do local de trabalho.
Os dados indicam que o modelo presencial, ainda visto por empregadores como sinônimo de comprometimento, agora disputa espaço com a crescente valorização da flexibilidade. “O grande desafio das organizações é conseguir equilibrar os objetivos e resultados esperados pela empresa com as expectativas e demandas dos profissionais”, afirma Lucas Oggiam, diretor-executivo da Michael Page.
Profissionais querem 2 dias de home office na semana
Apesar de se considerarem mais produtivos em casa, 43,2% dos profissionais seguem trabalhando presencialmente. Outros 37,8% trabalham em modelo híbrido, enquanto apenas 19,9% atuam de forma totalmente remota.
No entanto, se pudesse escolher, a maioria dos profissionais optaria por uma divisão mais equilibrada. Para 27% dos entrevistados, o modelo ideal é o híbrido, com dois dias de home office na semana. Em seguida, as preferências são trabalhar 100% remoto (24,3%) e ter três dias fora do escritório (21,6%). O modelo totalmente presencial (o mais adotado atualmente) é o que menos agrada: apenas 8,1% querem estar no escritório todos os dias. Uma pesquisa de 2024 da Deel, plataforma de contratação global, mostra que 54% dos brasileiros que trabalham presencialmente gostariam de migrar para o modelo híbrido ou remoto.
O equilíbrio entre vida pessoal e profissional continua sendo um desafio, especialmente para quem vai ao escritório cinco dias na semana. Apenas 32,4% dos profissionais dizem conseguir respeitar seus próprios horários, cuidar da saúde e lidar bem com o estresse. Trabalhar de casa ajuda — apesar de não ser uma solução completa.
Presencial, híbrido ou home office: quem decide?
Entre os líderes ouvidos — 97 executivos em cargos de diretoria, presidência e C-level —, ainda persiste o impasse sobre qual é o modelo de trabalho ideal. Manter a cultura organizacional é o principal argumento para 35% dos que defendem o presencial. Já entre os adeptos do híbrido, 46% também veem benefícios da presença física para o fortalecimento das relações profissionais.
Para Lucas Oggiam, a escolha e o sucesso de cada um dos modelos de trabalho depende de escuta ativa e adaptação das empresas: “Cabe aos líderes analisarem qual a real necessidade do trabalho presencial e encontrar soluções que engajem os colaboradores e mantenham um bom ambiente para qualquer modelo escolhido.”
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