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Ayrton Senna: como era a remuneração do maior piloto da Fórmula 1

Redação Informe ES

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no

Forbes, a mais conceituada revista de negócios e economia do mundo.

Ayrton Senna 
Getty Images

Morte de Ayrton Senna completou 30 anos em 2024

Se eu tivesse que eleger uma figura que será sempre lembrada, admirada e perpetuada entre os brasileiros, eu colocaria Ayrton Senna no primeiro lugar do pódio. E esta referência não se limita às vitórias que enchiam de alegria as nossas manhãs de domingo, mas também se estende ao seu caráter, garra e carisma.

O Museu Nacional do Automóvel em Turim, na Itália, está realizando a exposição “Ayrton Senna para sempre”, em homenagem aos 30 anos da morte do piloto. Lá é possível ver de perto diferentes modelos de carros pilotados pelo brasileiro, além de objetos pessoais e documentos, dentre os quais destacamos um contrato com a DAP para a participação em 4 campeonatos de Kart no início de sua carreira na Europa. O contrato previa:

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  • Valores fixos a serem pagos por competição
  • Valores adicionais em caso de vitória
  • Valores relativos a despesas com traslados

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Estamos falando de uma negociação feita há mais de 40 anos, mas que mantém a essência do que consideramos importante numa estratégia de remuneração: pagar pelo trabalho a ser executado, premiar pelo sucesso e dar condições para sua execução.

Trata-se de um contrato de produtividade bastante simples, com métricas objetivas e redigido em uma só página, mas que passa todas as mensagens necessárias. Ayrton Senna receberia pagamentos fixos pela participação em cada um dos campeonatos e poderia dobrar este montante em caso de vitória. Os valores seriam maiores pela participação e pela vitória no campeonato mais importante, o World Champion. Ou seja, ele tinha 50% de sua remuneração em risco e sabia exatamente qual era seu principal foco.

Para quem recebe ou concede planos de remuneração variável, essa equação parece bastante familiar. O mundo da remuneração não mudou tanto assim ao longo dos anos. Mas, por vezes, sinto que tentamos resolver outros elementos de gestão por meio dos programas de incentivos, o que pode torná-los muito mais complexos e menos engajadores. As pessoas perdem o foco e se perdem nas mensagens. Problemas de gestão se resolvem com acompanhamento e atuação próxima da liderança, e não necessariamente com premiações incrementais e punições financeiras.

Na contramão deste aumento de complexidade dos planos de incentivos, temos também acompanhado empresas discutindo a potencial retirada da remuneração variável de times comerciais e até de executivos, migrando grande parte ou a integralidade dos pagamentos para uma base fixa mensal. Afinal, a palavra de ordem nos RHs é “inovação”, e se ela vier acompanhada de menos pressão e mais felicidade, melhor ainda!

O mundo corporativo está mudando e pode mesmo ser necessário buscar alternativas a ferramentas de gestão menos eficazes, mas não acredito que a resposta esteja pautada na completa disrupção do que vem sendo construído, testado e lapidado na remuneração. Existe uma lógica estruturante que garante a viabilidade das operações e que contempla também os custos de pessoal. Talvez esta seja uma solução possível para empresas de maior rentabilidade, sem grandes desafios de crescimento, com contratos mais estáveis e de longo prazo com os clientes e que não precisassem equalizar resultados com a gestão de custos. Mas este não é um cenário muito comum… O incremento do custo fixo sem a contrapartida do resultado não me parece sustentável para a maioria dos negócios.

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Senna não ganhou os campeonatos relativos a este contrato do qual falamos. Os regulamentos de competições mudaram e os demais pilotos passaram a correr com motores mais potentes exatamente naquele ano, o que não o impediu de fazer o seu melhor e ter uma performance bastante positiva comparativamente aos demais oponentes.

Nem sempre se tem o equipamento mais moderno ou as melhores condições para alcançar a performance esperada, mas cada corrida foi um degrau fundamental para a construção do piloto que ele se tornou. E não é assim também nas empresas? Uma carreira de sucesso não se constrói somente em voo de cruzeiro. Às vezes é debaixo de chuva forte e nas piores condições que os melhores profissionais são formados.

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Fernanda Abilel é professora na FGV e sócia-fundadora da How2Pay, consultoria focada no desenho de estratégias de remuneração.

Os artigos assinados são de responsabilidade exclusiva dos autores e não refletem, necessariamente, a opinião de Forbes Brasil e de seus editores.

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Think Global, Act Local: o Rio no Mapa Global das Mulheres da Tecnologia

Redação Informe ES

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Forbes, a mais conceituada revista de negócios e economia do mundo.

Na noite carioca, à beira da piscina do Fairmont, o Rio de Janeiro tornou-se palco de uma celebração global. O jantar do Women in Tech Program marcou os dez anos da iniciativa, realizada simultaneamente em seis cidades — Londres, Lisboa, Dublin, Vancouver, Doha e Rio. Um grupo de vinte mulheres selecionadas reuniu-se em torno de um mesmo propósito: criar e fortalecer conexões, e trocar sobre o papel das mulheres na tecnologia em um momento de transformações profundas.

Sob a liderança de Beatriz Mello, Sr. Global Partnerships Director e líder do Grupo de Embaixadoras Women in Tech, o encontro no Rio teve a leveza e a potência de uma conversa entre iguais. Beatriz, anfitriã e articuladora da noite, me fez pensar no símbolo de uma geração de executivas brasileiras que atuam globalmente sem perder o vínculo com o país. Sua curadoria foi precisa: diversidade de trajetórias, densidade intelectual e uma energia que misturava celebração e propósito.

O evento coincidiu com o lançamento do Women in Tech 2025 Report, um retrato global sobre a presença feminina no setor. O levantamento, com 671 participantes em mais de 40 países, revela um cenário de contrastes: 77% das mulheres usam inteligência artificial no trabalho diário e três em cada quatro acreditam que a tecnologia pode melhorar a equidade de gênero. Ao mesmo tempo, 56% dizem ainda se sentir forçadas a escolher entre carreira e família, uma alta de sete pontos em relação ao ano anterior. A percepção de retrocesso também cresceu: 60% acreditam que o equilíbrio de gênero em tecnologia piorou em 2025, e apenas 39% veem as empresas adotando medidas efetivas para combater a desigualdade. Apesar disso, há um dado encorajador: 81% afirmam sentir-se confiantes para assumir posições de liderança, o maior índice desde o início da pesquisa.

No jantar carioca, essa confiança ganhou rosto. Entre as convidadas, estavam mulheres que traduzem, na prática, o que o relatório aponta como tendência: liderança, redes de colaboração e inovação local com impacto global. A secretária municipal de Ciência e Tecnologia, Tatiana Roque, trouxe o olhar de quem vem transformando o Rio em uma cidade-laboratório por meio do projeto Rio AI City, que integra IA a políticas públicas. Karina Tronkos, fundadora da comunidade NinaTalks, é exemplo de como o conteúdo e o design podem se tornar ferramentas de engajamento e pertencimento em escala. E Paula Martini, futurista e pesquisadora da “internet das pessoas”, traduz em suas análises a urgência de repensar a relação entre inteligência artificial e humanidade.

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O encontro aconteceu em um momento em que o Rio consolida sua vocação para conectar criatividade e tecnologia.

A força daquele jantar não veio de falas ensaiadas ou painéis, mas da naturalidade das conversas, do reconhecimento mútuo e da sensação de pertencimento. Era uma noite leve e ao mesmo tempo estratégica. Com música, risadas e uma energia de quem sabe que criar pontes é, em si, um ato político. O jantar foi menos focado em visibilidade e mais em densidade. O valor de reunir mulheres que constroem o ecossistema de tecnologia a partir de lugares diferentes, conectadas por uma mesma convicção de que inovação e diversidade são indissociáveis.

Ao final, ficou claro que think global, act local não é um slogan, é uma estratégia de impacto. Eventos como esses reafirmam o compromisso de reduzir a distância entre gêneros na tecnologia, e o Rio mostrou que tem papel central nesse movimento: criativo, acolhedor e capaz de gerar conversas que ecoam muito além da cidade. Estar ali foi testemunhar o Brasil inserindo sua voz feminina, plural e tecnológica em uma conversa global sobre o futuro.

Iona Szkurnik é fundadora e CEO da Education Journey, plataforma de educação corporativa que usa Inteligência Artificial para uma experiência de aprendizagem personalizada. Com mestrado em Educação e Tecnologia pela Universidade de Stanford, Iona integrou o time de criação da primeira plataforma de educação online da universidade. Como executiva, Iona atuou durante oito anos no mercado de SaaS de edtechs no Vale do Silício. Iona é também cofundadora da Brazil at Silicon Valley, fellow da Fundação Lemann, mentora de mulheres e investidora-anjo.

Os artigos assinados são de responsabilidade exclusiva dos autores e não refletem, necessariamente, a opinião de Forbes Brasil e de seus editores.

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Como o Budismo Guia a Liderança do CEO da WEG

Redação Informe ES

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Uma das companhias de capital aberto mais valiosas do Brasil, com fábricas em 18 países, 47 mil funcionários, cerca de dois terços de sua receita oriunda do exterior e que adquire empresas dia sim, dia não – só no ano passado, a estadunidense Regal Rexnord, a turca Volt e a brasileira Reivax – parece ser uma empresa “nervosa”, não? Nada melhor, então, do que promover a CEO seu oposto: um executivo budista.

Foi o que fez a catarinense WEG, que cresceu fabricando motores industriais e cada vez mais imerge no mercado de energia, produzindo equipamentos para geração, transmissão e distribuição. Em 2024, mesmo ano da ascensão a CEO do paulista Alberto Kuba, que está na lista Forbes Melhores CEOs do Brasil 2025, a WEG faturou R$ 38 bilhões.

Kuba, 45 anos, foi forjado na WEG. De estagiário em 2001, tornou-se superintendente de vendas e de novos negócios; passou uma década na China em posições diversas e ainda dois anos nos EUA. É o segundo CEO da história da WEG sem relação com as famílias dos fundadores.

“O budismo me ajuda a manter a serenidade diante da pressão. Isso se traduz em tomar decisões equilibradas, sem perder de vista os objetivos da empresa”, diz. Para ele, comandar um conglomerado como a WEG não exige agressividade, mas firmeza, o que também significa ter “clareza, consistência e responsabilidade”.

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“A agilidade para ouvir o cliente e ajustar rapidamente processos faz toda a diferença.”
Alberto Kuba

Se os números históricos de 2024 (lucro líquido de R$ 6,04 bi e margem Ebtida de 22,4%) não podem ser inteiramente creditados a ele, os últimos resultados divulgados, os do segundo trimestre de 2025, são muito consistentes, notadamente em um momento em que o “oil addict” Donald Trump desfaz acordos pró-energia limpa. “Seguimos firmes no investimento não só em energia sustentável, mas na transição energética como um todo. Acreditamos que essa é uma tendência irreversível. Ajustamos o ritmo em determinados mercados, mas o direcionamento estratégico permanece inalterado.”

A visão de longo prazo da WEG, refletida até mesmo na promoção de pratas da casa, como Kuba, faz com que o CEO não perca noites de sono com a desvalorização de cerca de 30% dos papéis da empresa na B3 neste ano. “Isso não reflete a solidez da empresa. Muitas vezes, movimentos de mercado estão ligados a fatores macroeconômicos, não à performance operacional. Seguimos com crescimento internacional, margens saudáveis e geração de caixa sólida. Isso nos dá confiança de que o mercado reconhecerá esse valor no médio e longo prazo.”

Na China e nos demais mercados “muito competitivos” por onde passou, Kuba aprendeu a “importância da adaptação cultural e da velocidade de execução”. “A agilidade para ouvir o cliente e ajustar rapidamente processos faz toda a diferença. Levo essa mentalidade em todas as decisões estratégicas.”

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Menopausa no Trabalho: Como Líderes Podem Oferecer Apoio

Redação Informe ES

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Até 2030, 1,2 bilhão de mulheres estarão na menopausa ou pós-menopausa, com 47 milhões entrando anualmente nesse período. No Brasil, cerca de 30 milhões de mulheres vivem essa fase. Entre as que estão no mercado de trabalho, 74% enfrentam ou já enfrentaram desafios físicos e emocionais em silêncio, com medo de discriminação ou demissão, segundo levantamento do Talenses Group.

A consultoria americana Frost & Sullivan estima que a falta de informação e apoio às mulheres nessa fase gera perdas globais de produtividade superiores a US$ 150 bilhões (R$ 815,7 bilhões) por ano.

À medida que milhões de mulheres enfrentam as mudanças físicas e emocionais da menopausa, cresce a demanda para que os ambientes de trabalho se tornem mais acolhedores. A mensagem é clara: a menopausa não é apenas uma experiência pessoal, é também uma questão que envolve o ambiente profissional. “Não há exigência específica para que os empregadores acomodem os sintomas da menopausa de um funcionário”, afirma a americana Emily Gold Waldman, professora de direito trabalhista na Pace University e coautora do livro “Menstruation Matters”. O mesmo vale para o Brasil.

Mesmo sem obrigação legal, empresas ao redor do mundo passam a adotar medidas para ajudar as funcionárias a lidar com sintomas como ondas de calor, confusão mental e distúrbios do sono. Um estudo da Universidade de Stanford mostrou que mulheres que buscaram atendimento médico para sintomas relacionados à menopausa estavam ganhando, em média, 10% menos quatro anos depois. Muitas reduziram a jornada ou deixaram o trabalho.

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Neste Dia Mundial da Menopausa, veja o que as empresas podem fazer sobre o tema

1. Normalizar a conversa

Segundo um estudo do Bank of America, 80% das mulheres sentem que a menopausa é “algo pessoal demais para ser discutido no trabalho”. Os empregadores devem incentivar um diálogo aberto, oferecer educação para reduzir o estigma e criar uma cultura aberta e acolhedora. Mulheres em posições de liderança podem compartilhar suas próprias experiências com a menopausa, enquanto profissionais podem criar grupos de apoio próprios.

Algumas empresas, incluindo Nvidia e Genentech, desenvolveram programas de suporte à menopausa que incluem informações e consultas médicas especializadas.

2. Oferecer ambientes acolhedores

Os empregadores devem fornecer ambientes com melhor ventilação, espaços com temperatura controlada e uniformes respiráveis para ajudar a aliviar os sintomas, especialmente para profissionais que trabalham em fábricas.

3. Treinar gestores e profissionais de RH

Para garantir que os líderes compreendam a menopausa, as empresas podem oferecer treinamentos e assegurar que recursos estejam disponíveis nos departamentos de RH.

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4. Proteger dados de saúde

Empregadores podem usar aplicativos para ajudar as profissionais a gerenciar sintomas, mas com cautela. “Aplicativos geralmente coletam informações de saúde sensíveis que podem estar vulneráveis”, alerta Bridget Crawford, professora de direito na Pace University e coautora do livro “Menstruation Matters. “Os funcionários precisam ter certeza de que seus dados estarão seguros.”

À medida que a menopausa se torna mais visível, o ambiente de trabalho também precisa evoluir. Em última medida, apoiar mulheres na menopausa não é apenas ética, é uma estratégia econômica inteligente.

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