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Negócios

Lições de Mãe Que Moldaram Executivos, Artistas e Empresários

Redação Informe ES

Publicado

no

Forbes, a mais conceituada revista de negócios e economia do mundo.

 

Fernanda Torres cresceu cercada pela paixão de Fernanda Montenegro pela atuação. De acompanhar as produções teatrais à rotina intensa nos bastidores, não foi difícil se apaixonar pela profissão também. “Desde que nasci, vi ela produzindo suas próprias peças. Ganhei isso por osmose”, conta. Mas a influência da mãe foi além da escolha da carreira e veio acompanhada de aprendizados importantes. “Aprendi que o convite é algo que acontece por sorte. Você tem que ser capaz de apontar caminhos para si mesmo.”

Assim como Fernanda Torres, Neca Setubal, socióloga e herdeira de uma das famílias controladoras do Itaú, também encontrou dentro de casa a força que moldaria seu caminho. Sua mãe, Tide Setubal, que inspirou a criação da fundação homônima presidida por Neca, mostrou a ela o poder de ser protagonista da própria história. “Ela me ensinou o valor de escolher o meu próprio caminho e que a vida vale a pena quando conseguimos olhar para trás e ver que fizemos a diferença.”

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Além da influência na carreira, algumas mães compartilham a jornada profissional lado a lado com as filhas. Fundadora da Boca Rosa Company, Bianca Andrade trabalha com sua mãe, Mônica Andrade, e leva consigo um conselho que recebeu nos primeiros momentos de dúvida: “Se não estiver se divertindo, a gente muda o caminho.” “Quando tudo pesa, lembro desse conselho”, diz a empresária. “Ele me dá liberdade e me faz querer continuar.”

Ainda que as mães não estejam presentes fisicamente, o legado que deixaram segue vivo em seus filhos. O ator e empresário Lázaro Ramos perdeu a mãe, Célia Maria Ramos, quando tinha 19 anos, mas guarda cada ensinamento como um norte. “Uma mãe deixa lições para a vida toda. Mesmo depois da minha ter falecido há tanto tempo, a história de vida dela continua me ensinando, até hoje.”

A seguir, confira os melhores conselhos que artistas, empresários e executivos já receberam de suas mães:

Juliana Souza

Juliana Souza ao lado da mãe, Tercília Conceição
Acervo pessoal

Juliana Souza ao lado da mãe, Tercília Conceição

“O impossível é provisório, mainha”

Sasha Meneghel

Sasha e Xuxa Meneghel
Acervo pessoal

Xuxa e Sasha Meneghel

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“É um conselho que a minha avó, Alda, passou para a minha mãe, e a minha mãe passou para mim: lembre-se que você não é melhor do que ninguém e ninguém é melhor do que você.”

Rachel Maia

Rachel Maia
Claudio Gatti

Rachel Maia

“Minha mãe sempre me ensinou que a educação é a chave para transformar a vida. Ela me dizia que estudar não era apenas uma obrigação, mas uma oportunidade de crescer e mudar o mundo ao meu redor. Levei esses conselhos para a vida e, agora, como mãe, faço questão de passar a mesma mensagem para os meus filhos. Acredito que a educação é um presente que pode mudar o curso da história de uma pessoa e de uma família. É um legado que pretendo continuar a cultivar e compartilhar.”

Enzo Celulari

Enzo Celulari, Claudia Raia e Sophia Raia dia das mães
Reprodução/Instagram

Enzo Celulari, Claudia Raia e Sophia Raia

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“O melhor conselho que recebi da minha mãe foi manter os pés no chão e sempre observar o outro, principalmente quando o outro sabe mais do que você. Ao entrar em um novo ofício, explorar um novo ambiente ou conhecer uma nova cidade, aprendi a sempre ser pé no chão, porque só assim a gente conquista. Também aprendi a olhar ao redor e seguir aqueles que são exemplo, que já fizeram aquilo outras vezes e que, de fato, têm um conhecimento mais aguçado dentro daquele universo do que a gente.”

Carol Bassi

Anna Bassi e Carol Bassi dia das mães
Reprodução/Instagram

Anna e Carol Bassi

“Herdei da minha mãe esse lado empreendedor, o gosto por fazer aquilo que a gente ama e nos preenche. Por muitos anos da minha vida, acompanhei minha mãe em seu trabalho, na fábrica da Guaraná Brasil, então tive a honra de observá-la ainda jovem e entender todo o seu amor por sua profissão. Além disso, ela me ensinou valores e grandes ensinamentos: acreditar no seu poder e na sua luz, nunca desanimar e desistir, e ter força e coragem na vida, todos os dias.”

Neca Setubal

Neca Setubal ao lado de quadro da mãe, Tide Setubal
Nellie Solitrenick

Neca Setubal ao lado de quadro da mãe, Tide Setubal

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“Tive o privilégio de ter uma mãe muito à frente do seu tempo. Uma mulher com voz própria, protagonista da sua história, e que me ensinou, desde cedo, o valor de escolher o meu próprio caminho. Ela não apenas falava sobre a importância das escolhas – ela viveu isso. Quando achava necessário, enfrentava o meu pai com firmeza e era sempre fiel às suas convicções. Essa foi, sem dúvida, uma das maiores lições que ela me deixou.

Mas não foi só isso. A minha mãe também me ensinou o poder da escuta. Era uma pessoa que ouvia com atenção, que acolhia, que fazia com que cada pessoa ao seu redor se sentisse única e especial. Tinha uma imensa alegria de viver, era impossível não sentir a sua presença e intensidade.

Como herança afetiva, ela me deixou um caderno com reflexões e conversas. Nele, escreveu que o maior sentido da vida é o amor – amar o outro e deixar no mundo uma marca de afeto. Que a vida vale a pena quando conseguimos olhar para trás e ver que fizemos a diferença.”

Lázaro Ramos

Lázaro Ramos
Divulgação

Lázaro Ramos

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“O maior ensinamento que minha mãe deixou foi olhar para ela num lugar menos idealizado, tanto pelos desafios que ela teve na vida, quanto por tudo que ela me ofereceu. Lancei o livro ‘Na Minha Pele’ em 2017 e, neste ano, o ‘Na Nossa Pele’, que fala muito da nossa relação, mesmo depois de muitos anos. O que significa que mãe deixa ensinamento para a vida toda. Mesmo em uma situação como a minha, depois de ela ter falecido há tanto tempo, a história de vida dela continua me ensinando, até hoje.”

Fernanda Torres

Fernanda Torres e Fernanda Montenegro
Getty Images

Fernanda Torres e Fernanda Montenegro

“Aprendi que o convite é algo que acontece por sorte, mas você tem que ser capaz de apontar caminhos para você mesmo.”

Helena Bordon

Helena Bordon e Donata Meirelles
Divulgação

Helena Bordon e Donata Meirelles

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“Nunca vou deixar de dizer que ela é a minha maior referência para tudo, aprendo todos os dias com ela e transformei a minha paixão por moda em carreira graças a ela, que desde sempre me incentivou, ao longo da vida, a pensar grande. Além dos valores ensinados e da sua alegria contagiante, o maior deles é: ‘Sempre acredite em você e no seu potencial’.”

Bianca Andrade

Bianca e Mônica Andrade
Acervo pessoal

Bianca e Mônica Andrade

“O melhor conselho que já recebi da minha mãe foi em um momento em que queria desistir, bem no começo de tudo. Vim de um tempo em que tudo era mato, e lidar com o público, principalmente com as críticas, era difícil.

Minha mãe disse: ‘Bianca, a gente saiu da favela e chegou até aqui porque você faz as coisas com propósito e com o coração. Se não estiver se divertindo, a gente muda o caminho. E vai ter sucesso no que decidir fazer.’

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Com uma mãe assim, tudo fica mais leve. O apoio dela e esse conselho me deram coragem para dizer: ‘Quero continuar com isso. Amo o que faço. Mas amo porque não dependo. Amo porque enxergo outras possibilidades, se eu quiser.’

Não precisei me moldar. Só segui. Disse para mim mesma: ‘Enquanto me divertir, enquanto fizer sentido, sigo aqui.’ Ela me encorajou de verdade e isso foi essencial.

Esse conselho me acompanha até hoje. Quando tudo pesa, eu penso: ‘Você está aqui porque ama. E, se mudar, também vai ser bem-sucedida.’ Isso me dá liberdade. E me faz querer permanecer.”

Isis Valverde

Isis Valverde e Rosalba Nable
Acervo pessoal

Isis Valverde e Rosalba Nable

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“O melhor conselho que recebi da minha mãe foi que o tempo cura tudo.”

Pedro Novaes

Pedro Novaes e Letícia Spiller
Acervo pessoal

Pedro Novaes e Letícia Spiller

“Minha mãe sempre me falou para seguir a intuição, e que parte do sucesso é estar feliz com as nossas escolhas e com o chamado do nosso coração.”

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Negócios

4 Passos para Negociar um Aumento Salarial para 2026

Redação Informe ES

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Forbes, a mais conceituada revista de negócios e economia do mundo.

Este é o momento ideal para avaliar sua remuneração e garantir que ela reflita o seu valor para a empresa onde você trabalha. Negociar um aumento salarial pode ser intimidante, mas com preparação, confiança e justificativas claras, a conversa deixa de ser um confronto e se torna uma discussão profissional.

4 estratégias para negociar um aumento salarial para 2026

1. Mostre que seu desempenho merece um aumento

Antes de entrar em qualquer negociação, é essencial construir um argumento sólido baseado em evidências. Comece avaliando objetivamente seu desempenho no último ano. Você cumpriu ou superou expectativas de forma consistente? Assumiu responsabilidades adicionais, liderou projetos ou resolveu problemas críticos para sua equipe? Esses fatores formam a base para justificar por que você merece um aumento salarial.

Os empregadores têm mais chances de aprovar um aumento quando veem contribuições mensuráveis que estejam alinhadas aos objetivos da empresa. Se você aumentou a receita de vendas, melhorou a eficiência operacional ou ajudou a reter clientes, destaque esses resultados específicos. Ajuda muito apresentar resultados quantificáveis do seu desempenho; por exemplo, ter impulsionado a produtividade da equipe em 15% ou liderado a redução dos custos de produção em 10% por meio de melhorias de processos.

Também é importante demonstrar crescimento nas suas capacidades profissionais. Talvez você tenha concluído uma certificação, aprendido a usar um novo software ou orientado novos funcionários. Esses são exemplos de valor agregado que fortalecem seu argumento. Quando você justifica seu desempenho, mostra que seus esforços contribuíram diretamente para o sucesso da empresa.

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2. Apresente suas conquistas deste ano

Depois de justificar seu desempenho, apresente um resumo claro das suas conquistas no último ano. É aqui que a documentação se torna essencial. Mantenha um registro de suas realizações e dos feedbacks de líderes, colegas e clientes. Certifique-se de ter sua própria cópia dos principais indicadores ao longo do ano, para que, quando surgirem discussões sobre um eventual aumento salarial, você possa citar exemplos concretos com confiança.

Suas conquistas devem ser organizadas e específicas. Classifique-as em três categorias:

  • Conquistas individuais, que podem incluir projetos concluídos, aquisição de novos clientes ou prêmios recebidos;
  • Contribuições para a equipe, como esforços de colaboração, papéis de liderança ou atividades de mentoria;
  • Desenvolvimento profissional, incluindo workshops frequentados ou certificações obtidas. Mostre seu compromisso com o crescimento e com a visão de longo prazo da organização.

3. Pesquise os salários praticados no mercado

A negociação deve ser baseada em fatos. Antes de pedir um aumento de salário, faça uma pesquisa aprofundada sobre os salários praticados no mercado para o seu cargo, na sua indústria e região. Sites como Glassdoor, Payscale e LinkedIn Salary podem oferecer informações sobre as faixas salariais médias para profissionais com experiências e responsabilidades semelhantes.

Ao compreender seu valor no mercado, você pode propor um aumento que seja justo e realista. Por exemplo, se sua pesquisa mostrar que profissionais em funções semelhantes ganham 15% a mais do que você recebe atualmente, é razoável pedir um ajuste proporcional. Ter dados concretos fortalece sua posição e evita que seu pedido pareça arbitrário.

Essa etapa demonstra profissionalismo e consciência das realidades econômicas. Mostra que sua solicitação não se baseia apenas em desejo pessoal, mas em evidências objetivas sobre seu valor no mercado de trabalho. Os empregadores apreciam quando os funcionários abordam discussões salariais com argumentos fundamentados, e não com apelos emocionais. Uma proposta bem pesquisada indica que você tem consciência de si mesmo e mentalidade estratégica.

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4. Defenda o seu valor

A etapa mais importante na negociação de um aumento é a autodefesa. Muitos profissionais evitam essa conversa por medo de rejeição ou por desconforto em falar sobre dinheiro. No entanto, defender a si mesmo não é arrogância; é profissionalismo. Você é seu melhor representante — e, se não defender seu valor, ninguém fará isso por você.

Ao iniciar a conversa, seja confiante, respeitoso e esteja preparado. Escolha um momento apropriado, como durante uma avaliação de desempenho ou após concluir um grande projeto. Expresse gratidão pelas oportunidades que teve no cargo. Em seguida, apresente seu caso de forma clara e calma, combinando sua justificativa de desempenho, suas conquistas documentadas e os dados de mercado.

Lembre-se: negociação é um diálogo, não uma exigência. Esteja aberto à conversa, ouça o feedback do seu gestor e explore possíveis alternativas, como aumentos escalonados, bônus ou benefícios adicionais. Mesmo que você não receba o valor total solicitado, terá demonstrado iniciativa, profissionalismo e confiança.

Negociar um aumento de salário para 2026 exige preparação, evidências e segurança. Ao justificar seu desempenho, destacar suas conquistas, pesquisar padrões de mercado e defender seu próprio valor, você transforma uma conversa potencialmente desconfortável em um movimento estratégico de carreira.

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O objetivo não é apenas ganhar mais dinheiro, mas garantir que sua remuneração reflita seu crescimento, suas contribuições e seu valor dentro da organização. Agora é o momento de assumir o protagonismo sobre seu próprio valor, porque ninguém está mais preparado para representar suas conquistas do que você.

*Sho Dewan é colaborador da Forbes US. Ele é fundador e CEO da Workhap, de consultoria de carreira, além de ser criador de conteúdo e LinkedIn Top Voice.

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CEO da Roche Quer Criar um Novo Modelo de Liderança

Redação Informe ES

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Forbes, a mais conceituada revista de negócios e economia do mundo.

Primeira mulher e primeira latino-americana a presidir a Roche no Brasil em quase 100 anos de operação, Lorice Scalise assumiu em 2023 com uma missão dupla: liderar a sexta maior afiliada da farmacêutica suíça no mundo e criar um novo modelo de liderança. “Se algo desse errado, estaria falhando por todas as mulheres que poderiam ocupar essa posição depois.”

Farmacêutica formada pela Unesp, essa paulista de Borborema, que é um dos destaques da lista Forbes Melhores CEOs do Brasil 2025, construiu toda a carreira na Roche. São mais de 25 anos na empresa: os primeiros 14 deles no Brasil, de representante de vendas a general manager interina na diagnóstica; três na sede, entre a Suíça e o Japão, em uma cadeira global; e outros seis na Argentina, onde liderou a operação antes de voltar ao Brasil, dois anos atrás.

Sob sua gestão, em 2024, a Roche Farma faturou R$ 4,6 bilhões no país, alta de 10%, e destinou mais de R$ 600 milhões a pesquisas clínicas. “É um mercado muito atraente para a pesquisa pela diversidade genética.” O foco segue em oncologia, oftalmologia e doenças neurodegenerativas e raras, mas a empresa também avança em doenças respiratórias e cardiometabólicas, incluindo terapias contra obesidade.

“Você conhece uma sociedade pelo tanto que ela investe em saúde.”

Aos 53 anos, Lorice olha para a companhia e seus 450 funcionários com as mesmas lentes pelas quais enxerga o mundo. “Comecei a desenvolver minha liderança no movimento estudantil, ainda na faculdade”, lembra. “Hoje, exerço o feminismo de uma forma diferente.” Esse olhar se traduz em uma abordagem integral para a saúde da mulher, que envolve também equidade salarial, justiça na licença-maternidade e a revisão dos papéis atribuídos aos homens, dentro e fora da companhia. “Não estaria aqui se não fossem as mulheres que lutaram antes de mim. Temos a obrigação de continuar.”

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Mãe de três, um casal de gêmeos de 26 anos e o caçula de 21, nunca questionou a importância da carreira, mas também não passou ilesa de culpas e dilemas ao longo do caminho. “O mais importante na educação dos meus filhos é que eu viva de verdade. Tenho um lugar social importante e que é parte da formação deles.”

Mesmo sem o crachá, Lorice leva a sério a definição de saúde da OMS, que abrange bem-estar físico, mental e social. Faz duas sessões diárias de pilates, antes e depois do trabalho, e gosta de terminar a semana no bar da Hilda, com uma cerveja sem álcool e na companhia de um livro – o do momento é “A Vida Não É Útil”, de Ailton Krenak. Também está aprendendo piano. “Estou ensaiando uma peça para tocar para a equipe no final do ano: Jesus, Alegria dos Homens, de Bach.”

Na capa de seu perfil no LinkedIn, destaca uma frase do abolicionista Wendell Phillips: “O preço da liberdade é a eterna vigilância.” “Já tentei trocar, mas toda vez que leio é como um wake-up call: ainda há muito a ser feito.”

Reportagem original publicada na edição 134 da Forbes, lançada em setembro de 2025.

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Futuro do Trabalho: 4 Tendências Prometem Moldar o Mercado em 2026

Redação Informe ES

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Forbes, a mais conceituada revista de negócios e economia do mundo.

As menções a “desalinhamento” em avaliações de funcionários sobre a alta liderança aumentaram 149% de 2024 para 2025, enquanto “desconexão” subiu 24% e “desconfiança”, 26%. Os dados são do recém-lançado Worklife Trends Report 2026, do site de recrutamento Glassdoor, que analisou mais de 7 milhões de avaliações, salários e entrevistas de profissionais americanos na própria plataforma.

Segundo o relatório, rodadas de demissão contínuas, mas não em massa, estão entre as novas tendências. Cortes envolvendo menos de 50 profissionais passaram de 38% de todos os desligamentos em 2015 para 51% em 2025. Juntos, esses movimentos indicam uma reconfiguração na forma como os colaboradores enxergam a liderança e a confiança nas organizações.

Após anos de transformação, com uma pandemia e um período de readaptação pós-isolamento, 2026 desponta como um ano de redefinição, marcado por novas expectativas, orçamentos mais enxutos e dinâmicas de poder em evolução entre empresas e funcionários. Profissionais que entenderem o que está por trás dessas mudanças estarão mais preparados para navegar o que vem pela frente.

4 tendências do mundo do trabalho para 2026

1. Descompasso entre funcionários e líderes

A confiança na liderança chegou ao limite. As avaliações da alta gestão no Glassdoor caíram muito abaixo dos picos da pandemia. “Os profissionais estão sentindo o efeito chicote da montanha-russa emocional dos últimos seis anos”, explica Daniel Zhao, economista-chefe do Glassdoor. “No auge da pandemia, líderes eram transparentes e vulneráveis. Agora, muitos voltaram ao discurso corporativo, e os funcionários não sentem mais que seus líderes estão ao seu lado.”

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Com menos poder de barganha, os profissionais observam atentamente como as lideranças lidam com demissões, exigências de retorno ao escritório e adoção da inteligência artificial, muitas vezes às custas da confiança e do moral da equipe. Essa tendência destaca uma necessidade crescente de transparência da liderança em 2026.

2. “Demissões contínuas” viraram o novo normal

Pequenos cortes, porém constantes, tornaram-se a nova regra. Uma das tendências mais marcantes é a mudança de grandes rodadas de demissões para reduções menores e contínuas, um padrão que o Glassdoor chama de “forever layoff”.

Esses ajustes graduais podem não gerar manchetes, mas geram um clima persistente de incerteza e ansiedade entre os profissionais. As menções a demissões e insegurança no emprego no fim de 2025 já estavam mais altas do que no início de 2020.

Embora muitas empresas vejam esses cortes como uma forma discreta de administrar a folha de pagamento, o custo mental é significativo. As “demissões contínuas” alimentam o burnout, o desengajamento e a desconfiança, e seus efeitos devem se prolongar em 2026.

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3. Retorno ao presencial em “câmera lenta” continua

Está cada vez mais difícil crescer na carreira trabalhando de casa. As avaliações de oportunidades profissionais no Glassdoor caíram de 4,1 em 2020 para 3,5 em 2025 entre profissionais remotos e híbridos.

Apesar de muitas empresas terem retomado o trabalho presencial no último ano, a quantidade de dias trabalhados remotamente praticamente não mudou. Ainda assim, há uma força mais sutil em jogo: o medo de ficar “fora da vista e fora da mente”. O Glassdoor encontrou diferenças claras entre funcionários que mencionaram trabalho remoto ou híbrido em suas avaliações:

  • As notas de oportunidade de carreira tiveram a queda mais acentuada;
  • As avaliações de equilíbrio entre vida pessoal e profissional continuam mais altas, mas a diferença está diminuindo;
  • As avaliações gerais caíram em comparação às de quem não mencionou trabalho remoto ou híbrido.

À medida que empregadores priorizam funcionários que estão sempre no escritório para promoções, muitos profissionais poderão ter que escolher entre flexibilidade e visibilidade em 2026. Essa tendência evidencia os trade-offs que continuam a moldar o trabalho híbrido.

4. Efeitos da IA permanecem limitados (por enquanto)

A ansiedade em torno da IA é grande, mas a disrupção real ainda é limitada. A análise do Glassdoor mostra que a satisfação dos funcionários em funções com alta exposição à IA caiu apenas levemente desde 2022. Algumas profissões, como tradutores e engenheiros de software, registraram quedas maiores, mas representam uma pequena parcela da força de trabalho.

E embora a maioria das organizações esteja experimentando a IA, poucas descobriram como integrá-la de forma eficaz. A expectativa é de que 2026 traga uma transformação gradual, mas não dramática, consolidando a IA como uma das tendências de trabalho mais observadas do ano.

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Como enfrentar os desafios do futuro do trabalho

As tendências que devem moldar o mercado em 2026 apontam para mudanças contínuas e uma distância crescente entre funcionários e lideranças. A insegurança persistente no emprego e os trade-offs entre flexibilidade e ascensão de carreira têm levado profissionais a repensar o que significa ter sucesso. “Líderes precisam prestar atenção ao aumento dessa distância entre eles e os colaboradores”, diz Zhao. “Essa desconexão pode alimentar uma crise de desengajamento ainda mais grave em 2026.”

Ainda assim, há motivos para otimismo. Para os profissionais, a chave será manter a adaptabilidade, desenvolvendo novas habilidades, ampliando a alfabetização em IA e gerenciando a própria carreira de forma proativa em um ambiente de mudanças aceleradas.

*Caroline Castrillon é colaboradora da Forbes USA. Ela é mentora de liderança corporativa e ajuda mulheres a lidar com mudanças em suas carreiras.

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