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Procurando emprego? Confira 5 dicas para acelerar sua contratação

Redação Informe ES

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Forbes, a mais conceituada revista de negócios e economia do mundo.

 

 

Já faz três meses que está procurando emprego? Seis? Talvez até um ano? Isso pode ser desanimador e prejudicial para a sua saúde mental, especialmente quando as contas começam a acumular, os cartões de crédito atingem o limite e os pagamentos ficam atrasados. A falta de motivação e a frustração podem aumentar ainda mais quando você recebe e-mails de rejeição.

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A busca por um trabalho, especialmente se for remoto, pode ser um processo longo e complicado, agravado pela falta de contato de recrutadores e empregadores, discriminação e práticas de contratação antiéticas.

No entanto, existem alguns fatores que, felizmente, estão sob seu controle como candidato e que podem acelerar o processo de busca e ajudá-lo a conseguir um emprego (incluindo vagas remotas) muito mais rapidamente.

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vaga emprego
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Aprimorar habilidades pode preservar sua relevância no mercado de trabalho

Como encontrar um novo emprego rápido

Especialistas em carreiras da plataforma global Indeed recomendam alguns passos simples que podem te ajudar a encontrar um emprego muito mais rápido do que você pode imaginar:

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1. Mantenha-se ativo

Os especialistas da Indeed recomendam que você desenvolva novas habilidades por meio de cursos, trabalho voluntário ou estudos por conta própria. Manter-se profissionalmente ativo enquanto está fora do trabalho, especialmente se for por mais tempo do que o esperado, é essencial para garantir que você permaneça relevante em sua área e tenha habilidades atualizadas que atraiam empregadores. Isso ajuda a ter novas experiências e conversas, além de aumentar sua visibilidade e valor no mercado de trabalho em plataformas como o LinkedIn.

2. Saiba onde procurar

Pense fora da caixa quando se trata de portais de emprego. Em muitos casos, pode ser melhor se candidatar diretamente no site da empresa, em vez de em uma plataforma de contratação. No entanto, se decidir usar um portal, a Indeed recomenda explorar várias opções e incluir organizações profissionais como parte da sua busca.

Fique de olho no LinkedIn e crie alertas específicos para as vagas e empresas em que você tem interesse.

3. Faça networking

Nunca subestime o valor do networking na busca por um emprego. Revise seus contatos de família, amigos, conhecidos, antigos chefes, colegas de universidade, escola e trabalho em busca de oportunidades. Eles podem ter uma vaga disponível ou conhecer alguém que tem — e, até mesmo, dar uma boa recomendação para você por meio do sistema de referência de funcionários.

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Convide essas pessoas para um almoço ou café e fale sobre seu momento de carreira e as oportunidades que você está buscando (além de também ouvir a outra pessoa).

Os especialistas da Indeed sugerem que você solicite entrevistas informativas para aprender mais sobre empresas e fazer conexões. Isso pode ser feito em eventos de networking presenciais e online e também por meio do LinkedIn.

4. Amplie sua busca

Outra maneira de acelerar o processo de encontrar um emprego é ampliar sua busca para abranger empregos que exigem conjuntos de habilidades semelhantes ao seu. Pense em todos os títulos de trabalho que podem não soar idênticos ao seu cargo anterior ou ao cargo que você busca, mas são muito similares em termos de habilidades exigidas.

Por exemplo, um gerente de contratos, um gerente de projetos e um gerente de operações podem ter muito em comum, a depender da empresa. No entanto, se você estiver na procura apenas por um cargo de gerente de operações e usar esse termo para pesquisar em portais de emprego e mecanismos de busca, pode acabar se frustrando. Portanto, dedique um tempo para pensar em outros cargos semelhantes, e você pode encontrá-los mais rapidamente. Além disso, considere novas oportunidades que estão crescendo no mercado e têm escassez de profissionais.

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5. Explique sua situação

Se você está fora do mercado de trabalho há algum tempo, especialmente se for mais de um ano, é aconselhável fornecer uma explicação adequada sobre o motivo do seu desemprego. Esteja pronto para falar sobre o assunto em entrevistas de emprego e conversas com headhunters.

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*Rachel Wells é fundadora e CEO da Rachel Wells Coaching, uma empresa dedicada a desbloquear o potencial de carreira e liderança para a GenZ e os millenials.

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Como saber se estou com burnout? Veja 10 sinais para identificar

Redação Informe ES

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A epidemia de burnout levanta um alerta para a saúde mental dos profissionais. Um estudo da empresa de consultoria Gallup com mais de 7.000 pessoas descobriu que 67% enfrentaram burnout no trabalho.

No Brasil, 30% dos profissionais sofrem com o burnout, segundo a ANAMT (Associação Nacional de Medicina do Trabalho). A doença ocupacional foi oficializada pela OMS (Organização Mundial da Saúde) em 2022.

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Existem inúmeras fontes e causas para o burnout, e cada pessoa possui mecanismos de enfrentamento e abordagens diferentes para lidar com o esgotamento.

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Burnout
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Burnout pode se manifestar de diferentes maneiras

Quais são os sintomas físicos e comportamentais do burnout?

Embora o burnout seja frequentemente associado a questões psicológicas, a doença pode se manifestar com diferentes sintomas físicos e comportamentais.

A Mayo Clinic, organização da área de serviços médicos e pesquisas médico-hospitalares, identifica os sinais mais comuns. Confira alguns:

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  • Dores de cabeça;
  • Dores musculares;
  • Desconforto estomacal;
  • Fadiga;
  • Ansiedade;
  • Irritabilidade;
  • Falta de concentração;
  • Mudanças na dieta e hábitos alimentares;
  • Explosões de raiva;
  • Retraimento social e isolamento.

Faça o teste e saiba identificar

Para identificar sinais precoces de burnout, pesquisadores da Universidade da Noruega desenvolveram um questionário com 23 perguntas nomeado BAT (Burnout Assessment Tool, ou Ferramenta de Avaliação de Burnout).

O questionário, em período de teste em 30 países, não oferece um diagnóstico formal ou aconselhamento médico, mas pode ajudar a identificar os primeiros sinais de esgotamento e alertar os profissionais antes da ocorrência dos sintomas físicos e psicológicos.

4 passos para lidar com o burnout

Entenda o que leva os profissionais ao burnout e saiba como controlar as pressões externas e internas.

1. Tenha consciência para fazer melhores escolhas

Não podemos mudar o que não entendemos. Reflita sobre o que te causa mais estresse, ansiedade ou depressão neste momento. Tente identificar o que mudou em sua vida nos últimos meses e como essas mudanças te impactaram diretamente.

Para lidar com os gatilhos de estresse que parecem estar fora do seu controle, dentro ou fora do trabalho, desenvolva novos hábitos e rituais que ajudem a diminuir sua ansiedade e medo. Tire um tempo para você e seja intencional ao buscar e praticar novas atividades que te proporcionem alegria e relaxamento.

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2. Aprenda a ouvir o seu corpo

Muitas vezes, o burnout vem de situações que nos sentimos despreparados para enfrentar ou envergonhados de falar sobre. Mas guardar os problemas pode piorar a situação. É importante aprender a interpretar os sinais únicos que seu corpo envia e, se necessário, buscar ajuda médica para avaliar esses sintomas.

3. Reconheça e estabeleça limites

Pressões internas e externas fazem muitos profissionais ativarem um modo de “superfuncionamento” e perfeccionismo, o que pode levar a estresse contínuo e burnout. Lidar com colegas e líderes que não abrem espaço para o diálogo e esperam que você esteja disponível o dia todo, todos os dias da semana, também aumenta essa carga. Aprenda a reconhecer e estabelecer limites mais saudáveis, o que pode ajudar a reduzir o esgotamento, além de impedir que você assuma mais do que pode suportar.

4. Construa uma rede de apoio

Quando estamos sobrecarregados e exaustos, geralmente não conseguimos “consertar” o problema sozinhos. Ter o suporte de amigos, familiares e terapeutas pode oferecer novas perspectivas e soluções para os desafios que enfrentamos.

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*Kathy Caprino é colaboradora da Forbes USA. Ela é consultora de carreira e liderança, autora e palestrante dedicada ao avanço das mulheres no mercado de trabalho.

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Funcionários da Nvidia se tornam multimilionários

Redação Informe ES

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A ascensão meteórica da Nvidia no mercado de chips para inteligência artificial criou uma onda de milionários entre seus funcionários. Essa geração de riqueza sem precedentes decorre do desempenho extraordinário das ações da empresa, que disparou 3.776% desde o início de 2019.

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O programa de compra de ações da Nvidia, que permite aos funcionários adquirir papéis com um desconto de 15%, transformou a vida de muitos colaboradores. Isso porque o preço das ações subiu de US$ 14 (R$ 78,46) em outubro de 2022 para quase US$ 107 (R$ 599,66) no momento da publicação desta matéria.

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Jensen Huang, CEO da Nvidia

Uma pesquisa realizada em junho com mais de 3.000 funcionários da Nvidia (de um total de cerca de 30.000) viralizou nas redes sociais por afirmar que 76% deles diziam ser milionários. Também indicou que um em cada três funcionários tinha um patrimônio líquido superior a US$ 20 milhões (R$ 112 milhões).

No entanto, apesar de estarem enriquecendo, os funcionários da Nvidia relatam um ambiente de “pressão constante” com longas horas de trabalho, brigas e gritos em reuniões, demandas rigorosas e práticas de microgerenciamento.

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Um ex-funcionário do suporte técnico afirmou que trabalhava todos os dias, incluindo os finais de semana, até 1h ou 2h da manhã, e que seus colegas engenheiros trabalhavam ainda mais horas.

“Algemas de ouro”

Atuais funcionários e profissionais que já trabalharam na Nvidia descrevem seus lucrativos pacotes de remuneração como “algemas de ouro”. Ou seja, embora desfrutem de recompensas financeiras importantes, esses benefícios também os aprisionam em um ambiente de trabalho completo.

O CEO da Nvidia, Jensen Huang, adotou um estilo de liderança controverso que enfatiza pressionar os funcionários ao máximo, em vez de recorrer a demissões. Durante uma conversa com o cofundador da empresa de tecnologia para pagamentos Stripe, Patrick Collison, em abril, Huang brincou dizendo que prefere “torturar os funcionários até a excelência”.

Modo “semi-aposentadoria”

A gigante dos chips, que se tornou uma das empresas mais valiosas do mundo, agora tem um grande desafio: motivar funcionários de longo prazo que se tornaram multimilionários por meio da valorização das ações.

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Profissionais com muitos anos de casa se encontram em um estado de “semi-aposentadoria” devido à sua fortuna considerável proveniente das opções de ações. Esse fenômeno levou a tensões internas, já que o nível de engajamento desses funcionários teria diminuído, relatou o Business Insider.

Esse problema chegou ao auge em uma reunião geral da empresa em dezembro, quando Huang abordou as preocupações sobre os profissionais “semi-aposentados”. Em resposta, ele incentivou todos os funcionários a assumir a responsabilidade pelo seu trabalho, encorajando-os a agir como “CEOs do seu tempo”.

Microgerenciamento

Quando os gestores observam uma queda no desempenho ou no engajamento da sua equipe, muitas vezes se sentem obrigados a aumentar a supervisão e o controle como uma forma de tentar melhorar os resultados. Isso pode se manifestar como comportamentos de microgerenciamento.

A baixa produtividade pode fazer com que os líderes percam a confiança nas habilidades dos funcionários para trabalhar de forma independente, levando-os a monitorar o trabalho mais de perto e fornecer orientações excessivas. Além disso, profissionais desengajados e que não se comunicam proativamente podem fazer com que os gestores solicitem reuniões e atualizações constantes.

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Apesar dos relatos de excesso de trabalho e um ambiente estressante na Nvidia, a empresa tem uma taxa de rotatividade notavelmente baixa de 2,7%, comparada à média da indústria de semicondutores – de 17,7%. Além disso, ficou em 2º lugar na lista anual “Melhores Lugares para Trabalhar” do Glassdoor em 2024, marcando seu quarto ano consecutivo entre as cinco principais empresas.

A Nvidia não respondeu ao pedido de comentário até o momento da publicação.

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*Jack Kelly é colaborador sênior da Forbes USA. Ele é CEO, fundador e recrutador executivo da WeCruitr, uma startup de recrutamento e consultoria de carreira.

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Nova CEO da Montblanc conta o que é preciso para chegar à liderança

Redação Informe ES

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Forbes, a mais conceituada revista de negócios e economia do mundo.

Montblanc/Igor Kalinouski
Montblanc/Igor Kalinouski

Juliana Pereira, líder da Montblanc no Brasil, se formou em letras e buscou diferentes competências a depender do momento da carreira

Juliana Pereira estudou letras para seguir o sonho de ser escritora, enquanto equilibrava funções corporativas em uma companhia de importação de vinhos. “Nunca iria pensar que um dia seria a líder de uma empresa conhecida pelo instrumento de escrita mais famoso do mundo”, diz a executiva, que acaba de assumir como country manager da Montblanc no Brasil, reportando para o presidente das Américas.

Há 13 anos na empresa, Juliana é a primeira mulher e brasileira na posição. “Passei por três chefias, todos estrangeiros e homens, e precisei explicar o Brasil para eles”, conta a executiva. O processo de sucessão já estava em curso, mas foi acelerado com a saída do então líder da empresa no Brasil, Michel Cheval. “As coisas se encaixaram muito rápido. Foram duas reuniões e uma decisão.”

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A executiva começou no marketing, há mais de 10 anos, e chegou à cadeira número um da empresa, que faz parte do grupo Richemont, dono da Cartier e de outras marcas de luxo. “A exposição veio por buscar outros desafios, não ficar só no marketing”, diz. Em 2016, Juliana convenceu seu então chefe e o CEO global da marca de que a Montblanc precisava ter um e-commerce no Brasil. “Quando chegou a pandemia, o site já estava funcionando há três anos. Não ficamos um dia sem vender.”

Liderar essa frente foi peça-chave para se mostrar uma profissional completa e elegível para estar à frente da marca no país. “Se você tem ambição de chegar na liderança, precisa ir além e fazer a diferença no resultado do negócio.”

Aqui, Juliana Pereira conta as habilidades que precisou desenvolver ao longo da trajetória, da faculdade de letras ao mundo corporativo, e os desafios de liderar uma empresa centenária que está em transformação, da cultura da escrita para uma marca de estilo de vida.

Forbes: Como foi a transição para assumir a nova posição?

Juliana Pereira: Foi uma transição tranquila, principalmente porque estar na empresa por mais de 10 anos ajuda muito. Eu já estava de uma certa forma muito próxima das decisões e projetos e do Michel Cheval, que estava aqui na posição antes de mim. Passei por três chefias na empresa, os três estrangeiros e homens, e precisei explicar o Brasil e a empresa aqui no Brasil para eles. Então eu me senti pronta e a transição foi natural. Ouvi isso do próprio presidente das Américas, que é meu report direto, o que é um grande elogio.

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Como foi o processo para se tornar CEO?

Não foi exatamente um processo seletivo, foi mais como um projeto de sucessão. A gente já vinha trabalhando nisso e obviamente depende do momento da empresa, da movimentação dos executivos e da vontade do internacional. Não tinha nada garantido, mas existia esse desejo da minha parte e esse trabalho que a gente vinha fazendo. As coisas se encaixaram muito rápido. Foram duas reuniões e uma decisão. Mas também foi um misto de sentimentos porque eu não esperava que ele saísse tão cedo e a gente trabalhava muito bem juntos.

Você chegou a verbalizar que tinha a ambição de sentar nessa cadeira?

Sim, e os processos de desenvolvimento de carreira estão muito mais formalizados hoje. Quando eu entrei, sentia que isso ainda era algo menos organizado. Nos últimos 6 anos, o processo de recursos humanos do grupo foi enriquecido com muitas sessões de feedback, processos que muitas vezes a gente acha que não são importantes, mas eu sou a prova de que funcionam. Foi a chance de ter algo como um teste vocacional de novo e poder pilotar o avião da minha carreira. Porque quando era mais nova, fui deixando as coisas acontecerem e as oportunidades chegarem.

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Com os processos internos de feedback e desempenho, isso me deu visibilidade e deixou mais claro aonde eu queria chegar. Na pandemia, tive mais calma, fiz cursos e pensei se era isso que eu queria. Porque quando você assume uma operação, você não pode fazer só o que você gosta. A parte dos números, que eu considerava mais chata, acabou tendo um propósito maior para ajudar a ver o 360 do negócio.

Como o marketing te ajudou a chegar à posição número um da empresa no Brasil?

Na minha trajetória, a exposição veio por buscar outros desafios, não ficar só no marketing. Eu estava na comunicação, mas quis entrar um pouco mais no negócio e fui atrás de começar o e-commerce da Montblanc no Brasil.

Foi importante ter passado pela comunicação porque é uma área em que você consegue interagir com todos os canais de venda. Mas se você tem a ambição de chegar na liderança, precisa mostrar que o profissional de comunicação pode ir além da peça de publicidade ou do evento para realmente fazer a diferença no resultado do negócio.

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Como foi o processo para lançar e liderar o e-commerce da Montblanc no Brasil?

Foi uma insistência da minha parte e um convencimento do meu chefe de que valia a pena. Coincidiu com a primeira vez que um CEO da Montblanc veio para o Brasil e eu e o meu antigo chefe, Alain dos Santos, apresentamos o projeto de fazer um e-commerce no Brasil. Na época, o CEO, Jérôme Lambert, que hoje é CEO global do Grupo Richemont, assinou e confiou no projeto. Foi o primeiro e-commerce feito fora do grupo e com o apoio de um parceiro externo porque a gente não tinha estrutura logística própria do grupo no Brasil. Eu achava que a gente estava perdendo uma oportunidade muito grande porque por volta de 2016 o e-commerce estava crescendo muito. Eu já tinha feito um projeto com vinhos que fez o negócio ir para outro patamar.

Qual foi a importância de ter um e-commerce rodando quando chegou a pandemia?

Nós lançamos o e-commerce da Montblanc em 2017 e fomos a única marca do grupo no Brasil com o site funcionando já há três anos quando começou a pandemia. A gente não ficou um dia sem vender. Já estávamos com uma facilidade que era a venda assistida, então todo mundo ficou ativo de casa.

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Esse lançamento te deu visibilidade internamente e te destacou para assumir essa nova posição?

Com certeza ajudou. O fato de já ser responsável por um canal de vendas foi determinante porque acho que ter apenas a responsabilidade da comunicação e marketing, sem uma base comercial, seria um impeditivo. Além disso, eu já era uma liderança por influência, as pessoas já respeitavam as minhas opiniões mesmo sem ter o cargo.

Como funciona a estrutura da Montblanc no Brasil? Quais os desafios e oportunidades de liderar uma marca centenária?

É uma grande responsabilidade porque é uma marca muito querida pelo público brasileiro e globalmente muito reconhecida. É uma marca em transformação: a Montblanc que eu conheci quando eu entrei, há mais de 10 anos, não é a mesma de hoje. A gente migrou de uma marca da cultura da escrita para uma marca de estilo de vida. Quando você entra na loja, você tem todos os acessórios que você pode imaginar, desde um headphone até abotoadura para um casamento. A categoria onde a gente tem mais oportunidade de surpreender são os acessórios em couro porque nos últimos anos a Montblanc também tem se aproximado do calendário da moda. Isso atrai um novo público, mais jovem e feminino, e traz uma mudança de negócio. O público jovem que acessa o e-commerce da Montblanc hoje, acessa primeiro os acessórios de couro, então essa é uma confirmação de que esse é o caminho.

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Quando começou a sua formação em letras, o que você projetava para a sua carreira?

Eu estudei letras e o plano A era me tornar escritora. Para ganhar dinheiro, eu seria tradutora e intérprete. No meio do caminho, comecei a trabalhar com uma importadora de vinhos, a Expand, então parei a faculdade de tradução e continuei a parte do sonho, que era letras. Eu entrei na área de compras justamente por ter habilidade com a língua inglesa, já dava aulas. Me apaixonei pelo mundo do vinho e fui vendo que gostava do mundo corporativo.

Hoje, trabalhando numa multinacional, em que todos os nossos produtos são importados, essa experiência me ajuda muito porque eu conheço todos os processos.

Como foi parar no marketing?

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Lá dentro mesmo migrei para comunicação e marketing, onde me encontrei. Fiquei mais de 10 anos trabalhando no vinho, e no meio do caminho teve a Itália. A Expand tinha um escritório no norte da Itália e eu fui ser o link entre as vinícolas da Europa e o mercado brasileiro. Foi uma experiência sensacional tanto de vida quanto profissional. Tive a minha primeira líder mulher e aprendi muito com ela, que é uma referência para mim até hoje. Ela dizia que os desafios existem, quer você esteja preparada ou não, então é melhor que você encare logo o problema e tome as decisões sem ficar olhando para trás.

Por que decidiu sair?

Já estava há 10 anos no segmento e comecei a dar uma estagnada. Era nova demais para ser head e ainda queria ter uma visão de outro segmento. Eu saí sem ter para onde ir, tive o privilégio de tirar um sabático de seis meses para viajar e pensar na vida, mas nesse período também trabalhei em algumas vinícolas como guia.

A formação em letras te ajudou de alguma forma a construir sua carreira corporativa?

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Fiz bacharelado em letras, mas também fiz vários outros cursos técnicos de trade marketing, gestão de pessoas. Estudar letras na USP me ensinou a formar um pensamento crítico. A gente é muito jovem para saber o que quer fazer da vida, mas o tipo de ensino que eu tive foi muito rico. Fiz muitas optativas na Faculdade de Economia, de Filosofia, de Arquitetura, e conheci mentes brilhantes. Estudei grego, latim, tupi-guarani, era maravilhoso. Me ensinou a saber que eu posso acessar várias coisas e não preciso me limitar e me colocar em uma caixinha.

Quais habilidades você precisou desenvolver ao longo da sua carreira?

Eu tive que desenvolver muita coisa porque estava indo para um lado e a vida me levou para outro. O que eu acho que foi mais desafiador, e continua sendo, é a gestão de pessoas. Obviamente eu tive que desenvolver várias habilidades técnicas, estudei francês, experiência do cliente, estudei SEO e mídias digitais quando estava no projeto de e-commerce, até um pouco de arquitetura porque também fiz projetos para novas boutiques. Dependendo do desafio e do momento, eu ia atrás da habilidade técnica, mas se tivesse que escolher uma coisa que me ajudou a unir tudo é a gestão de pessoas. Você nunca vai ser tecnicamente excelente em tudo, e se você tem como objetivo ser líder de um negócio, você vai precisar fazer boas escolhas de pessoas que têm habilidades que você não tem para formar times diversos, que se complementam e saber lidar com essa diversidade, que eu acho que é o maior desafio.

O que você considera quando vai contratar alguém?

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Eu sempre começo qualquer entrevista pedindo para a pessoa se apresentar e falar da trajetória dela com as próprias palavras. Porque o currículo é uma coisa fria. Assim eu consigo entender como a pessoa se vê, porque autoconhecimento para mim é uma das coisas mais importantes num profissional. Essa é uma soft skill que você não consegue ensinar, o resto a gente ensina.

Tirando o crachá, quem é a Juliana?

Eu nasci em São Paulo, mas fui criada em Cotia, onde meu pai trabalhava. Tive uma infância e adolescência bem simples e tranquilas, agradeço muito meus pais por terem saído de São Paulo. Eu sou simples, mas também sou exigente. Gosto muito de comer e de beber bem. A experiência com vinhos mudou a minha vida e meu paladar. Gosto de arte, teatro, cinema, música, tudo que é belo. Estudei fotografia e adoro fotografar a natureza.

Como busca o equilíbrio entre vida pessoal e trabalho?

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Tenho o privilégio de morar muito próximo do escritório. Vou e volto andando, então não perco mais tanto tempo no trânsito. Eu tento me organizar para fazer exercício físico quase todos os dias. Faço pilates e musculação e uns 20 minutinhos de yoga todo dia porque é algo essencial para o corpo e para a mente. E terapia. O autoconhecimento é importante para mim e para o meu time. Quero que eles se conheçam e saibam onde melhorar e como colaborar com os outros. Tento mostrar que errar e ser imperfeito é aceitável. Mas ignorar o fato é inaceitável.

Com o tempo aprendi a priorizar. Reconhecer o que é essencial e o que pode esperar até amanhã. Às vezes a gente entra numa pilha de que tudo é urgente, mas não é. Essa é uma coisa que já me incomodou em alguns dos meus líderes e hoje eu tento me policiar para saber o que faz a diferença.

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Formação

Bacharel Letras e Literatura – FFLCH/ USP – 1999-2004 |
BI International – MBA Trade Marketing/ Commercial – 2013-2015
USP – MBA Management and Global Marketing – 2021 -2022

Primeiro emprego

Professora de Inglês na Escolas Fisk

Primeiro cargo de liderança

Gerente de Marketing e Produtos na Expand Group do Brasil

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Tempo de carreira

Mais de 20 anos

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