Negócios
The Founders 2025: Como Construir Negócios de Sucesso

Forbes, a mais conceituada revista de negócios e economia do mundo.
Empreender não é uma tarefa simples, mas não é por isso que os brasileiros deixam de tentar. De acordo com a pesquisa Global Entrepreneurship Monitor (GEM) 2024, que acompanha a evolução do tema em dezenas de países, a taxa de empreendedorismo no Brasil atingiu o maior patamar dos últimos quatro anos, passando de 31,6% para 33,4%. Em números absolutos, isso significa que 94 milhões de habitantes já têm um negócio, estão em vias de ou ainda desejam empreender no futuro.
Os empreendedores que alcançam o sucesso não chegam lá por sorte ou mágica, mas pelo esforço e investimento de tempo e energia. Em vez de buscar atalhos ou esquemas para enriquecer rápido, eles focam no trabalho, fazem concessões, ajustam a rota quando preciso e aprendem com os erros e acertos de outros empresários.
Neste Dia do Empreendedor (5), conheça as trajetórias dos líderes da lista Forbes The Founders 2025 e os conselhos que eles compartilham para construir negócios bem-sucedidos.
15 lições de empreendedorismo de líderes de sucesso
Ada Mota, fundadora da Adcos: “Saber delegar é fundamental”
Ada Mota fundou a Adcos no início dos anos 1990, numa época em que o mercado brasileiro ainda dava os primeiros passos no universo da dermocosmética. “A pesquisa sempre foi viva para mim. Sempre penso: faria esse produto para minha mãe, minhas irmãs, minhas amigas? Tem que ser o melhor possível.”
Formada em farmácia e bioquímica, a capixaba iniciou sua trajetória na França, onde cursou um mestrado em dermocosmética. Hoje, tem mais de 180 lojas espalhadas pelo país. “Empreender exige coragem, entrega e boas parcerias. Saber delegar é fundamental. E manter viva a paixão pelo que se faz – isso é o que sustenta tudo.”
Carolina Matsuse, cofundadora da Insider Store: “Empreender é um exercício de humildade”
Formada em engenharia pelo ITA, passou pelo BCG, Quinto Andar e Uber antes de criar a Insider, ao lado de seu companheiro, Yuri Gricheno. “Empreender em casal não é trivial, mas ter perfis bastante diferentes nos ajudou a manter um relacionamento saudável e uma parceria de sucesso como sócios.”
A grande virada da marca veio na pandemia, quando a dupla precisou se reinventar e lançou máscaras e camisetas antivirais. Depois, eles ampliaram o portfólio, ainda com tecidos tecnológicos e matérias-primas sustentáveis, apostaram alto em marketing digital e em collabs. “Ser empreendedor é um exercício contínuo de humildade. Sempre tem algo para aprender com o time, com o cliente ou com o mercado e incorporar na forma como você faz as coisas dentro da sua empresa.”
Na sua visão, uma gestão eficiente exige métricas claras e rituais bem definidos. Liderar, no entanto, vai muito além. “Liderança é menos sobre técnica e mais sobre conexão emocional.”
Cesar Carvalho, fundador do Wellhub (ex-Gympass): “É preciso se adaptar para ser bem-sucedido”
Mineiro de Alfenas, fez faculdade de Economia e Administração na USP e três anos depois de formado, entrou em Harvard. Sentindo-se sedentário, teve o insight de criar um modelo de negócio que desse acesso a diferentes academias para democratizar o bem-estar.
Nascia, em 2012, o Gympass que, sete anos depois, tornou-se um unicórnio, avaliado em US$ 1,1 bilhão. Sobre o que molda um founder de sucesso, ele enumera os pilares: autonomia de pensamento, paixão, resiliência e adaptabilidade. “Estou para ver um negócio que 10 anos depois ainda seja aquele mesmo business imaginado no início. É tanta pancada, tanta rasteira que a gente toma, que é preciso desviar e se adaptar para ser bem-sucedido.”
Daniel Castanho, cofundador e presidente do conselho da Ânima Educação: “Empreender não é sobre ter, é sobre fazer”
Daniel Castanho costuma dizer que nasceu dentro de uma escola. Filho do diretor e dono do colégio onde estudava, até tentou seguir outros caminhos antes de dar início à construção do que se tornaria um dos maiores ecossistemas educacionais do país – com mais de 480 mil alunos, 16 mil funcionários e R$ 3,8 bilhões em receitas no acumulado de 2024. “Não sou movido pelo negócio”, diz o cofundador e presidente do conselho da Ânima Educação. “Empreender não é sobre ter, é sobre fazer.”
Graduado em Administração de Empresas pela Fundação Getulio Vargas e com extensão na Harvard Business School, Daniel trilhou uma jornada marcada por negativas e reveses. Mas ele não enxerga esses episódios como fracassos. “Simplesmente aconteceu algo diferente do que eu planejei.” Para ele, cada tropeço o aproximou do momento que vive hoje: “Toda dor que te faz crescer, evoluir e entender o porquê das coisas te transforma em uma pessoa melhor e mais forte.”
Daniel Scandian, cofundador da MadeiraMadeira: “Tem que curtir a jornada”
Antes de fundar a empresa que atingiu o status de unicórnio em 2021, o empresário viveu desventuras em série que começaram antes mesmo de pensar em seguir os passos dos pais empreendedores.
Competitivo desde cedo, flertou com o sonho de um dia pilotar na Fórmula 1 e dedicou-se por 10 anos ao automobilismo. “Você aprende a não ficar tão para baixo quando perde e nem tão entusiasmado quando ganha – porque, às vezes, você chega no topo, mas se manter lá é ainda mais difícil.”
Lembrar os momentos difíceis ajuda a manter o espírito de aspirante, vivendo cada dia como se fosse o primeiro. “Resiliência é fazer tudo certo, dar errado, e ainda assim continuar tentando”, diz. “Acho que as pessoas deveriam acreditar mais no potencial que têm antes de desistirem. Tem que curtir a jornada”.
Fábio Carrara, cofundador da Solfácil: “Temos que inovar gerando valor real e lucro”
Por trás da maior financiadora de energia solar distribuída do Brasil, está a trajetória de Fábio Carrara, um empreendedor que trocou a estabilidade da consultoria estratégica pela incerteza da garagem, movido pelo sonho de descentralizar a produção de energia elétrica no país. Ele lidera uma fintech que já financiou mais de 200 mil sistemas de energia solar, movimentando uma carteira de R$ 4 bilhões em empréstimos.
Segundo Fábio, o caminho do empreendedor é difícil, solitário e exige resiliência, mas oferece a possibilidade de mudar não só a própria vida, como a realidade do país. Empreender por aqui também significa fazer mais com menos. “Aqui, não somos uma OpenAI com bilhões em cheques. Temos que inovar gerando valor real e lucro.” Ele completa: “Empreender é para quem não tem medo de errar e tem coragem de começar mesmo com pouco.”
Fabrício Bloisi, cofundador da Movile: “Sonhe grande, mas ande rápido”
Com o lema “Se o Bill Gates fez, eu também posso fazer”, estudou ciência da computação na Unicamp e aos 21 anos, montou a primeira empresa “com duas pessoas, sem dinheiro e sem produto”.
O embrião da hoje gigante Movile já bebia na fonte da inovação e da visão de futuro. A partir de 2008, começou a crescer, e empresas como Sympla, o então pequeno iFood e a global Prosus, uma das maiores investidoras em tecnologia do mundo – da qual Bloisi é CEO desde maio de 2024 –, entraram no ecossistema. Cultura, disciplina e agilidade são a receita de sucesso do empresário. “É preciso saber que tudo vai mudar – daqui a dois ou três anos, o mundo vai ser completamente diferente. Então sonhe grande, mas ande rápido.”
Flávio Augusto, fundador da Wise Up: “Nem produto bom se vende sozinho”
Aos 19 anos, começou a trabalhar na área de vendas de uma escola de inglês. Foi de vendedor a diretor comercial e, aos 23 anos, em 1995, fundou sua primeira escola. E nada de saber falar inglês. “Essa é a beleza do empreendedorismo: eu abri uma escola de inglês sem saber falar o idioma, mais tarde comprei um time de futebol [o Orlando City, em 2013] sem nunca ter jogado, posso abrir uma clínica sem ser médico.”
Depois de vender (por US$ 500 milhões) e recomprar (por US$ 80 milhões) a Wise Up em 2013 e 2016, respectivamente, em 2017 ele vendeu duas parcelas minoritárias (uma para Carlos Wizard e outra para o Itaú por US$ 90 milhões) e criou a holding Wiser.
Para ser um empresário de sucesso, ele aconselha: “Não aceite rótulos. Tenha personalidade para sustentar sua visão independentemente das chacotas que você vai ouvir no início. Segundo: entenda que empreender é resolver um problema. É empacotar uma solução que você criou e fazê-la chegar ao maior número de pessoas possível. Por fim, lembre-se de que nem produto bom se vende sozinho, isso é um mito. Você precisa entender os processos de venda, as estatísticas de conversão e por aí vai. Vender é muito mais uma técnica do que um dom”.
Fernanda Ribeiro, cofundadora e CEO da Conta Black: “Ser bem-sucedida é poder dizer não com liberdade”
O empreendedorismo nem passava pela sua cabeça quando iniciou a carreira no mercado corporativo, até que um burnout a levou a recalcular a rota. A Conta Black nasceu na virada de 2017 para 2018, quando Sergio All, seu sócio, viu na negativa de crédito de seu banco a oportunidade de fazer diferente. Com o tempo, o foco se ampliou: da bancarização à oferta de crédito, da inclusão financeira à educação. “Queremos construir pontes, de modo que as pessoas que estão na periferia, em sua maioria mulheres negras, possam acessar produtos e serviços muito parecidos com quem está do outro lado.”
Apesar de estar inserida em um setor altamente competitivo, não é em cifras ou números que Fernanda mede seu sucesso. Seu parâmetro é outro: domínio do tempo. “Ser bem-sucedida é poder dizer não com liberdade.”
Jaimes Almeida Júnior, fundador do Grupo Almeida Júnior: “Não adianta fazer mais do mesmo”
Antes de empreender, Jaimes passou pelo setor financeiro. Começou no BESC, o antigo Banco do Estado de Santa Catarina. Depois foi para a holding Codesc. Atuou também no Província Crédito Imobiliário, então líder no Sul do Brasil. Coordenava contratos com incorporadoras. O banco foi comprado pelo Sul Brasileiro, onde assumiu uma área maior, ainda focada no setor imobiliário.
Com 22 anos, deixou o banco e fundou sua própria empresa. Em janeiro de 2026, a Almeida Júnior completa 46 anos de existência. Ele enfrentou o Plano Cruzado, Plano Bresser, Plano Verão, Plano Collor. Crises que destruíram margens e orçamentos. A turbulência gerou resiliência. E moldou uma cultura empresarial voltada à adaptação e à ação rápida. O empresário desenvolveu um princípio que segue até hoje: “Problemas podem ser obstáculos ou oportunidades. A gente sempre escolheu ver como oportunidade”.
Ele aconselha a não repetir modelos. Inovação é essencial. “Não adianta fazer mais do mesmo. Tem que ser diferente. E precisa de determinação. Não dá para conciliar vida boa com empresa embrionária.”
Konrad Dantas, fundador da Kondzilla: “A gestão é tão importante quanto a criatividade”
“Transformar sonho em negócio é a verdadeira arte do empreendedorismo.” Essa frase resume a trajetória de Konrad Dantas, um dos nomes mais influentes da cultura urbana e do entretenimento no Brasil. Aos 36 anos, ele é produtor, empresário, apresentador, fundador da produtora e selo KondZilla e criador da série Sintonia, a produção brasileira mais assistida da história da Netflix, com cinco temporadas.
Indicado ao Emmy e ao Grammy Latino, vencedor de cinco prêmios Cannes Lions e listado no Forbes Under 30, Konrad Dantas conta como construiu sua carreira, guiado por aprendizado constante, resiliência e paixão. “Sempre busco orientação de mentores, professores e coaches porque isso economiza tempo. Nada substitui aprender com quem já passou pelo caminho.”
Atualmente, Konrad cursa o Owner President Management (OPM) na Harvard Business School, além de outros cursos de gestão. “Aprender sobre finanças, liderança e estratégia mudou minha visão do negócio. A gestão é tão importante quanto a criatividade.”
Mariana Dias, cofundadora da Gupy: “Não espere ter o produto 100% pronto”
Foi ao encarar uma pilha de currículos e buscar uma solução para o recrutamento na Ambev, onde era trainee, que surgiu a ideia do que viria a ser a Gupy. “Queria tornar o processo de contratação mais assertivo, mais diverso e com uma experiência melhor para os dois lados”, diz. “O empreendedorismo apareceu como uma forma de resolver um problema, não como um sonho.”
Em 2015, deixou uma carreira estável para começar um negócio do zero. “Não tem fórmula mágica, tem que se arriscar.” A primeira venda da Gupy foi feita apenas com uma apresentação de slides, sem a plataforma pronta. “O ótimo é inimigo do bom. Se você esperar ter o produto 100% pronto, alguém pode sair na frente.”
Em uma jornada recheada de desafios, entre convencer o mercado e captar investimentos, ficou uma lição: “Não desperdice uma crise. O que você faz nos momentos difíceis é o que te diferencia”, diz ela, ao contar como dobrou o tamanho da empresa após perder 70% dos clientes durante a pandemia.
Mariana Vasconcelos, fundadora da Agrosmart: “Comece. O aprendizado acontece no caminho”
Após uma primeira experiência empreendedora, Mariana encerrou sua empresa e fundou, junto com Raphael Pizzi e Thales Nicoleti, a Agrosmart, que tem a missão de ser “a ponte entre ciência, operação e sustentabilidade do pequeno produtor à multinacional”.
O início exigiu dela a criação de um ecossistema que não existia. Ajudou a formar redes de inovação em Itajubá, Cuiabá e Londrina. Mas sendo jovem e não sendo uma engenheira agrônoma, enfrentou resistências. “Estudava muito antes de cada reunião, porque sabia que fariam perguntas técnicas para me derrubar.”
Depois de anos à frente de todas as áreas da empresa, diz que aprendeu a importância de montar times fortes e abrir espaço para outros liderarem. “No começo, você faz tudo. Depois, precisa sair da frente para que as pessoas certas construam com autonomia.” Para quem quer empreender no agro, a recomendação é clara: “Comece. O aprendizado acontece no caminho.”
Pedro Franceschi, cofundador da Brex: “Mantenha contato constante com o cliente”
Aos 12 anos, realizou o primeiro jailbreak (desbloqueio) para iPhone no Brasil. Depois, fez a Siri falar português. “Quando você descobre que pode modificar o mundo com códigos, fica difícil aceitar só usar as coisas do jeito que elas vieram.”
Foi com o Pagar.me, fundado ao lado de Henrique Dubugras, que teve sua primeira experiência real como empreendedor. A Brex nasceu da observação de um problema. Franceschi e Dubugras chegaram ao Vale do Silício em 2016. Perceberam que startups tinham dificuldades para abrir contas bancárias e obter cartões corporativos. O sistema financeiro americano, apesar de grande, era fragmentado e ineficiente. A fintech foi criada para atacar essa dor, usando tecnologia e foco na experiência do cliente. A empresa atende um terço das startups dos Estados Unidos. Também serve mais de 200 empresas com ações em bolsa.
Para novos empreendedores, seu conselho é manter contato constante com o cliente. Ele alerta que, com o crescimento da empresa, o distanciamento das necessidades reais pode comprometer decisões. O produto, segundo ele, só melhora quando quem decide ouve quem usa.
Vitor Torres, fundador da Contabilizei: “O fundador precisa entender cada aspecto do negócio”
A ideia surgiu quando Vitor Torres fundou uma empresa de educação corporativa e enfrentou dificuldades com o modelo tradicional de contabilidade. “Foram quatro trocas de contador em dois anos”, relembra. A burocracia, a falta de transparência e a ineficiência do setor despertaram nele a percepção de uma oportunidade: digitalizar e simplificar a contabilidade para pequenos e médios empreendedores. “Tivemos que enfrentar a batalha de inovar em um mercado tradicional e regulado, o que gerou um desconforto imenso na indústria e nos órgãos de classe.”
Como em toda aventura empreendedora, os primeiros passos foram marcados por desafios intensos. “Usamos nossas economias pessoais para nos mantermos por quase 13 meses, sem salário”, conta Torres. Nesse período, ele acumulou funções: vendedor, estrategista de marketing, atendente e responsável pelo site. “O fundador precisa ser o primeiro a ‘vender o peixe’ e entender cada aspecto do negócio.”
Segundo ele, o alinhamento de visão foi essencial para evitar pressões por uma expansão internacional prematura. “Nosso foco sempre foi resolver o problema do empresário brasileiro. Ter investidores que entendem e apoiam essa visão foi crucial para nosso sucesso.”
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Negócios
Brasil Lidera com os Maiores Salários de Tecnologia da América Latina

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Os salários pagos no Brasil são, em média, os mais altos da América Latina, e ocupam a 11ª posição em um ranking global da Deel, multinacional de recursos humanos, entre os 15 países que melhor representam a presença e a atuação da companhia em diferentes regiões. O levantamento, em parceria com a plataforma de gestão de equity Carta, analisou tendências salariais com base em mais de 1 milhão de contratos ativos em cerca de 150 países.
No Brasil, a média salarial anual entre as profissões em alta demanda analisadas – especialistas em IA, desenvolvimento de software, computação em nuvem, dados e cibersegurança – é de US$ 67 mil (R$ 360 mil, na cotação atual). Supera com folga outros países da região, como México (US$ 48 mil), Argentina (US$ 42 mil) e Colômbia (US$ 37 mil). “A maioria das pessoas empregadas pela Deel, no Brasil, trabalha para empresas estrangeiras e tem mais chances de ser remunerada em dólares, o que não ocorre com os brasileiros que trabalham para empresas locais”, afirma Jessica Pillow, head de compensação global da Deel.
Demanda por profissionais de tech eleva os salários globais
Além disso, o desempenho brasileiro é impulsionado pela alta concentração de profissionais qualificados nessas áreas em alta demanda, com salários acima da média regional. O relatório destaca que funções ligadas à IA, cibersegurança e ao marketing digital pagam, em média, de 20% a 25% acima da média global, reflexo da escassez de talentos e da disputa por especialistas nesses campos. “Também há um movimento crescente de pacotes de compensação que incluem equity e benefícios mais competitivos, aumentando o valor total percebido pelos profissionais”, explica a executiva.
Outro estudo, da consultoria global de gestão Bain & Company, que entrevistou profissionais dos Estados Unidos, da Alemanha, Índia, Reino Unido e Austrália, reforça que a pressão por especialistas em tecnologia tem elevado os salários globalmente. Desde 2019, a remuneração média em funções ligadas à IA cresce cerca de 11% ao ano, chegando a 56% em cargos mais especializados.
E a expectativa, segundo Pillow, é de que essa tendência se intensifique. “Para 2026, observamos uma valorização acelerada de carreiras ligadas à IA, cibersegurança e dados, que devem continuar elevando a média salarial.”
Onde está o Brasil entre os maiores salários do mundo
Com salários médios anuais de US$ 150 mil (R$ 807 mil) e US$ 121 mil (R$ 651 mil), respectivamente, Estados Unidos e Canadá ocupam o primeiro e o segundo lugar no ranking global de salários da Deel. O Brasil está bem distante desse pódio. “A equiparação com EUA e Canadá enfrenta barreiras estruturais”, explica Pillow. “O custo médio de capital humano e a produtividade por setor ainda diferem, o ecossistema de investimentos e remuneração via equity é menos maduro em muitos segmentos, e fatores fiscais e regulatórios elevam o custo total de contratação.”
O mercado brasileiro tem grande oferta de profissionais para funções menos especializadas, o que comprime a média salarial. Ao mesmo tempo, posições altamente qualificadas seguem disputadas globalmente, com remunerações muito superiores. “Essas lacunas tendem a persistir enquanto não houver maior produtividade setorial, incentivos ao capital e escala de empresas capazes de pagar salários mais altos.”
A seguir, veja as médias salariais anuais por país
- 1. Estados Unidos: US$ 150 mil
- 2. Canadá: US$ 121 mil
- 3. Grã Bretanha: US$ 117 mil
- 4. Países Baixos: US$ 101 mil
- 5. Dinamarca: US$ 100 mil
- 6. Austrália: US$ 98 mil
- 7. Polônia: US$ 93 mil
- 8. Espanha: US$ 87 mil
- 9. Singapura: US$ 86 mil
- 10. França: US$ 82 mil
- 11. Brasil: US$ 67 mil
- 12. México: US$ 48 mil
- 13. Argentina: US$ 42 mil
- 14. Colômbia: US$ 37 mil
- 15. Índia: US$ 22 mil
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Câmara Aprova Ampliação Gradual da Licença-Paternidade

Forbes, a mais conceituada revista de negócios e economia do mundo.
A Câmara dos Deputados aprovou, nesta terça-feira (4), o projeto de Lei (PL) 3935/2008 que aumenta de maneira gradual a licença paternidade até 20 dias.
A proposta aumenta a licença de forma escalonada de 10 dias do primeiro ao segundo ano de vigência da lei até 20 dias a partir do quarto ano. A licença ainda poderá ser dividida em dois períodos a partir da requisição do empregado. O texto agora retorna para análise no Senado.
Inicialmente, o projeto previa que a licença seria de 10 dias no 1º ano de aplicação da lei, de 15 dias no segundo ano, com acréscimo de 5 dias/ano até 30 dias no 5º ano, mantido daí em diante. Porém, o relator, deputado Pedro Campos (PSB-PE), teve que fazer ajustes no texto para conseguir a aprovação. Além disso, o projeto determina que a licença de 120 dias será concedida apenas em caso de falecimento materno.
Com as alterações, o prazo máximo estabelecido para a licença-paternidade será de 10 dias, do primeiro ao segundo ano; 15 dias, do segundo ao terceiro ano; e 20 dias, a partir do quarto ano. Além disso, a proposta determina que a licença de 20 dias só será concedida se o governo conseguir cumprir as metas fiscais previstas na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) referente ao segundo ano de aplicação da lei.
Caso a meta não seja verificada, a licença de 20 dias só entrará em vigor a partir do segundo exercício financeiro seguinte àquele em que se verificar o cumprimento da meta.
O texto diz ainda que a licença-paternidade e o salário-paternidade nos casos de nascimento, adoção ou guarda judicial para fins de adoção de criança ou adolescente com deficiência, passarão de 30 para 60 dias, com vigência escalonada até o quinto ano de vigência da lei.
A licença-paternidade é concedida ao empregado, com remuneração integral, em razão de nascimento de filho, de adoção ou de guarda judicial para fins de adoção de criança ou adolescente, sem prejuízo do emprego e do salário.
Ao argumentar pela defesa da proposta, o relator afirmou que nenhum direito é mais fundamental do que o de nascer cercado de cuidado. Campos apontou ainda que o tema era alvo de debates desde a Assembleia Nacional Constituinte, que elaborou a Constituição de 1988, que reconhece a família como base da sociedade e impõe ao Estado o dever de lhe assegurar especial proteção.
“Durante décadas, o Direito do Trabalho brasileiro reconheceu essa necessidade apenas pela perspectiva materna. A licença-maternidade representou um avanço civilizatório, mas a paternidade permaneceu à margem, como se o cuidado fosse uma atribuição exclusiva da mulher. Essa assimetria repercute não apenas na sobrecarga das mães, mas também na ausência paterna em um dos períodos mais decisivos da vida da criança”, observou.
Os recursos para o pagamento da licença virão do Regime Geral da Previdência Social (RGPS). Caso o texto seja aprovado, a estimativa apresentada pelo relator diz que a previsão é de que o impacto fiscal líquido (despesas e perda de receita) será de cerca de R$ 2,61 bilhões, em 2026; de R$ 3,3 bilhões, em 2027; de R$ 4,35 bilhões, em 2028; de R$ 5,44 bilhões em 2029.
Pedro Campos apontou que os recursos para a nova política podem vir do Regime Especial de Atualização e Regularização Patrimonial (Rearp), que prevê a atualização do valor e a regularização de veículos, imóveis, valores, títulos e ações no Imposto de Renda, caso sejam lícitos e não tenham sido declarados.
Poderá ser considerada, como fonte de custeio complementar, a receita prevista no Projeto de Lei Complementar apresentado pelo Governo na Câmara dos Deputados, que visa elevar a arrecadação federal em R$ 19,76 bilhões em 2026.
O projeto promove alterações diretas na Consolidação das Leis do Trabalho. A licença-paternidade passa a figurar, ao lado da licença-maternidade, como direito social de mesma hierarquia e abrangência. Para tanto, cria um novo benefício denominado salário-paternidade, de idêntica duração ao da licença-maternidade.
O texto diz ainda que o salário-paternidade será destinado às mesmas categorias de segurados atualmente contempladas pelo salário-maternidade, e, ressalvados os empregados em geral, será pago diretamente pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), a quem também caberá o pagamento ao empregado do microempreendedor individual.
]Conforme o texto, está prevista a concessão de incentivos fiscais para as empresas aderirem à licença. Além disso, o projeto diz que a licença pode ser suspensa pela Justiça quando houver elementos que indiquem a prática, pelo pai, de violência doméstica ou abandono material em relação a criança.
O projeto diz ainda que será permitida a manutenção simultânea de salário-paternidade e salário-maternidade, em relação a nascimento ou adoção, ou guarda judicial para fins de adoção, de uma mesma criança ou adolescente. Porém, o primeiro estará condicionado ao afastamento do segurado do trabalho ou da atividade desempenhada, sob pena de suspensão do benefício.
“A medida harmoniza, assim, o dever constitucional de proteção com a racionalidade econômica, pois o envolvimento paterno fortalece vínculos familiares, reduz desigualdades e favorece ambientes de trabalho mais equilibrados e produtivos”, pontuou Campos.
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Do Excel à IA: O Futuro da Gestão Salarial Está na Tecnologia

Forbes, a mais conceituada revista de negócios e economia do mundo.
Em um mundo que caminha em uma velocidade cada vez mais acelerada, onde mudanças se acumulam em todas as esferas da vida, é surpreendente notar que uma área tão estratégica quanto a de remuneração resistiu a movimentos verdadeiramente disruptivos dentro dos RHs.
A remuneração, que tem relação direta com o modelo de negócio, a cultura organizacional, o planejamento de futuro e a concretização de resultados, é uma ferramenta poderosa de alinhamento de interesses. Mas, historicamente, tentativas de implementar mudanças na forma de conduzir as políticas salariais geraram resistências e inseguranças. Afinal, trata-se de um tema dos mais sensíveis, que envolve motivação, reconhecimento e retenção de talentos.
Contudo, o cenário atual exige pragmatismo e ação. O mundo mudou, e não há mais espaço para hesitações. É preciso que as empresas se adaptem a esse novo ritmo e às novas demandas — ou os times mudarão de empresa em busca de modelos mais aderentes às suas expectativas.
A transformação digital e as novas expectativas das gerações Y e Z vêm demandando evoluções nos processos de RH, inclusive na gestão salarial. Não se pode mais pautar as decisões sobre a carreira das pessoas caso a caso e na base da discricionariedade. Ferramentas que garantam credibilidade, agilidade e transparência são essenciais para sustentar esse novo paradigma de gestão da remuneração.
Um movimento emblemático que retrata esse momento de transformação aconteceu na última quinta-feira (30), quando foi anunciado um inovador casamento entre duas empresas de origens distintas, mas absolutamente complementares: a How2Pay, consultoria boutique focada no desenho de soluções customizadas e flexíveis em remuneração, com robusta experiência técnica e atuação nos mais diferentes setores do mercado; e a Comp, scale-up brasileira com forte viés tecnológico, criadora de uma plataforma de gestão salarial que, em pouco tempo, alcançou mais de mil empresas e segue ampliando seu portfólio de soluções com o uso de IA.
Como a tecnologia entra no RH
Essa união reflete uma tendência clara do mercado: a incorporação de tecnologia às rotinas de RH — especialmente na área de remuneração —, trazendo agilidade, rigor metodológico e previsibilidade a processos que antes eram considerados complexos e sujeitos a interpretações subjetivas. As plataformas de gestão salarial poderão transformar o cotidiano dos profissionais de RH, ao oferecer dados em tempo real, diagnósticos de competitividade de mercado, aderência às políticas internas e análises rápidas de custos e benefícios.
Muito já vimos acontecer na automatização de processos seletivos e nas avaliações de desempenho. Enquanto isso, a remuneração continuava a ser gerida em Excel, sob o controle de especialistas que tentavam manter a coerência nas decisões entre os inúmeros pedidos de movimentação salarial dos diferentes líderes da organização. As plataformas de gestão salarial chegam para oferecer recomendações objetivas e livres de viés, sempre alinhadas às condições orçamentárias e às estratégias da organização.
O que podemos esperar desse avanço? Que os gestores de RH passem a contar com uma ferramenta que fornece insights precisos e atualizados em tempo real, facilitando a tomada de decisões com mais rapidez e assertividade — seja para ajustes salariais, promoções ou diagnósticos de mercado. A transparência salarial alcançará um novo patamar, promovendo maior equidade interna e, ao mesmo tempo, garantindo a conformidade com as regras e limites definidos pelos negócios.
Esse caminho já está trilhado. Mais do que uma tendência, a tecnologia se revelou uma aliada indispensável na conquista de uma gestão de remuneração mais justa, eficiente e estratégica. No futuro próximo, quem não acelerar essa transformação ficará para trás, enquanto as organizações ágeis se consolidarão como referências em inovação e na valorização de seus talentos.
*Fernanda Abilel é professora na FGV e sócia-fundadora da How2Pay, consultoria focada no desenho de estratégias de remuneração.
Os artigos assinados são de responsabilidade exclusiva dos autores e não refletem, necessariamente, a opinião de Forbes Brasil e de seus editores.
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