Negócios
O Que Pensa Sam Altman, Fundador da OpenAI, sobre o Futuro do Trabalho
Forbes, a mais conceituada revista de negócios e economia do mundo.
Apesar das incertezas quanto ao futuro do mercado de trabalho, Sam Altman, bilionário cofundador e CEO da OpenAI, enxerga um cenário positivo pela frente. Enquanto alguns empregos perdem relevância, Altman acredita que as transformações trazidas pela IA devem criar novas oportunidades no mundo corporativo. “Tenho confiança de que haverá muitos empregos, e que muitos deles serão diferentes dos que conhecemos hoje. Mas nunca parece faltar o que fazer”, disse durante uma entrevista com Chris Hyams, CEO da plataforma global de empregos Indeed, na Conferência Indeed FutureWorks na última semana. “À medida que as ferramentas mudam, o resultado também se transforma.”
A inteligência artificial, que começou a ser desenvolvida nos anos 1950 e é usada desde os anos 1980, ganhou popularidade com o ChatGPT, chatbot de IA generativa lançado pela OpenAI em novembro de 2022. Hoje, a ferramenta conta com 200 milhões de usuários semanais, e o Brasil é o quarto que mais usa a plataforma no ranking mundial. “Nosso modelo fez uma diferença muito maior do que imaginávamos.”
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Entre os diversos impactos da IA generativa, os empregos se destacam. De acordo com uma pesquisa do FMI (Fundo Monetário Internacional), 40% dos cargos atuais devem ser afetados pela nova tecnologia em todo o mundo. Essa previsão é reforçada por um estudo do McKinsey Global Institute, que indica que até 2030, cerca de 14% dos profissionais poderão precisar mudar de carreira devido à digitalização, à robótica e aos avanços da IA. “Acho que será incrível quando a IA puder fazer meu trabalho melhor, mas já estou fazendo isso há um tempo e, pelo menos, pude aproveitar a parte divertida”, diz Sam Altman.
Em ritmo de mudanças
Essa não é a primeira vez que a tecnologia provoca mudanças significativas no mundo corporativo. Ao longo dos anos, inovações anteriores também suscitaram preocupações semelhantes no mercado de trabalho. “Quando eu estava na escola, as pessoas diziam que a programação acabaria com muitos empregos”, diz o CEO. “No final, ela eliminou algumas funções, mas criou muitas outras oportunidades”
Uma das diferenças para o cenário atual é a rapidez das mudanças. Nos últimos oito anos, a busca por profissionais com habilidades em IA cresceu 323%, de acordo com um relatório deste ano da Microsoft e do LinkedIn, que ouviu 31 mil pessoas em 31 países, incluindo o Brasil.
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Pode parecer difícil se manter no mesmo ritmo frenético dos avanços da IA, mas o segredo está em aprender a usar essas novas ferramentas a seu favor. “Você precisa se sentir muito confortável com elas, porque não sabemos exatamente como serão os empregos do futuro.”
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Veja as Profissões em Ascensão e as que Vão Acabar até 2030
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Até 2030, 170 milhões de novas funções serão criadas e 92 milhões serão eliminadas, resultando em um aumento líquido de 78 milhões de empregos.
É o que mostra o novo estudo do Fórum Econômico Mundial, que destaca os empregos que estarão em alta e os que perderão espaço no futuro do trabalho, além das habilidades mais demandadas no mercado nos próximos cinco anos. O levantamento foi feito em parceria com o núcleo de inovação, inteligência artificial e tecnologias digitais da Fundação Dom Cabral.
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Profissões de linha de frente e setores essenciais, como cuidados, educação e construção, devem ter o maior crescimento de vagas até 2030. Já os avanços em IA, robótica e energia renovável provocam um aumento na demanda de funções de especialistas, enquanto continuam tornando dispensáveis funções como caixas, assistentes administrativos e até designers gráficos.
Futuro do trabalho e as habilidades em transformação
O mercado de trabalho passa por uma velocidade de transformações sem precedentes, impulsionada por avanços tecnológicos, mudanças demográficas, tensões geoeconômicas e pressões econômicas. “Tendências como IA generativa estão revolucionando setores, criando oportunidades sem precedentes e riscos profundos”, diz Till Leopold, diretor de trabalho, salários e criação de empregos do Fórum Econômico Mundial.
Com base em dados de mais de mil empresas, o relatório aponta que a lacuna de habilidades gerada por essas mudanças aceleradas já é o principal desafio para mais de 60% das companhias. Segundo o levantamento, cerca de 40% das competências exigidas no mercado hoje devem mudar nos próximos anos.
Se a força de trabalho global fosse um grupo de 100 pessoas, 59 precisariam de requalificação ou aprimoramento das habilidades até 2030. No entanto, o Fórum Econômico Mundial prevê que 11 delas provavelmente não receberão essa formação, o que equivale a mais de 120 milhões de profissionais em risco no médio prazo.
Acompanhando essas transformações, habilidades tecnológicas em IA, big data e cibersegurança serão cada vez mais demandadas. Mas o profissional do futuro é aquele que combina as hard skills com as soft skills, habilidades humanas como criatividade, resiliência, flexibilidade, agilidade.
A IA vai roubar o seu trabalho?
A lacuna de habilidades vai fazer com que quase 80% dos empregadores desenvolvam seus colaboradores com as competências do futuro. Cerca de 50% também devem transferir funcionários de áreas em risco de substituição para outros setores. No entanto, 41% também planejam reduzir a força de trabalho, já que a IA está automatizando tarefas.
O relatório destaca a importância da colaboração entre líderes empresariais, formuladores de políticas públicas e trabalhadores para preparar a força de trabalho e minimizar os riscos de desemprego em diferentes setores e regiões. “Chegou a hora de empresas e governos se unirem, investirem em qualificação e criarem uma força de trabalho global equitativa e resiliente”, afirma Leopold, do Fórum Econômico Mundial.
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“Ressaca Pós-Férias”: Como Voltar à Rotina de Trabalho
Forbes, a mais conceituada revista de negócios e economia do mundo.
Com o fim da temporada de festas, muitos profissionais compartilham um sentimento comum: a dificuldade de voltar ao trabalho. Esse fenômeno, conhecido como “ressaca pós-férias“, pode causar ansiedade e resistência ao sair do clima de festividade e descanso para enfrentar as exigências da vida profissional.
Depois de dias ou semanas dedicados à convivência com família e amigos, encarar a pilha de tarefas acumuladas e readaptar-se à rotina pode parecer desafiador. Essa mudança abrupta pode gerar uma sensação de perda e aumentar o estresse, já que o contraste entre o descanso das férias e as responsabilidades do trabalho dificulta ainda mais a motivação nesse período.
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No entanto, adotando algumas estratégias e mudanças de mentalidade, é possível enfrentar esse momento de maneira mais tranquila e até transformar o retorno ao trabalho em algo positivo e produtivo.
Como retomar a rotina de trabalho
Permita-se um retorno gradual
O segredo para uma transição bem-sucedida após as férias está no autocuidado e na proatividade. Enfrentar esse período requer equilibrar o reconhecimento dos desafios emocionais com o desenvolvimento de uma atitude positiva e proativa, capaz de transformar a ansiedade no trabalho em uma oportunidade de crescimento pessoal e profissional.
Em vez de se criticar por se sentir desconectado ou por não conseguir voltar ao ritmo máximo de imediato, permita-se retomar o trabalho gradualmente. Reconheça que esse sentimento de desorientação é universal e compartilhado por colegas e profissionais em geral. Ao abandonar a pressão pela perfeição e tratar-se com mais gentileza, você cria espaço mental para se adaptar de forma mais natural à rotina de trabalho.
Crie expectativas positivas
Em vez de focar nos desafios, procure criar uma expectativa positiva para o ano que está começando. Isso pode incluir metas profissionais, a visualização de possíveis avanços na carreira ou o planejamento de futuras viagens em feriados e nas férias.
Ao mapear oportunidades de desenvolvimento profissional e momentos de lazer, você transforma os meses potencialmente monótonos do início do ano em uma fase cheia de possibilidades, proporcionando motivação e algo significativo para programar e esperar.
Adotar uma mentalidade de crescimento e enxergar os desafios como chances de aprender e melhorar pode mudar sua perspectiva, fazendo com que o trabalho seja visto não como uma fonte de estresse, mas como um espaço para contribuir e crescer. Essa abordagem não apenas facilita a transição de volta ao trabalho, como também estabelece as bases para um ano mais gratificante e produtivo.
Dicas práticas para voltar ao trabalho depois das festas
- Prepare-se mentalmente: Antes de voltar ao trabalho, reintroduza gradualmente suas rotinas, ajustando horários de sono, planejando refeições ou organizando seu espaço de trabalho para entrar no clima.
- Estabeleça metas claras e alcançáveis: Para as primeiras semanas, defina objetivos simples, como concluir um projeto específico, desenvolver uma habilidade ou melhorar a colaboração em equipe. Ter um foco claro ajuda a manter o propósito.
- Pratique a atenção plena: Use técnicas como meditação, respiração profunda ou simplesmente reserve momentos para estar no momento presente. Isso ajuda a reduzir o estresse e a manter a mente calma e focada.
- Seja grato: Reconheça os aspectos positivos de sua vida profissional, como os colegas, o impacto do seu trabalho ou as oportunidades que ele oferece. A gratidão pode mudar seu foco do que você deixou para trás nas férias para o que você tem no presente.
- Reforce sua resiliência: Lembre-se de que pequenos contratempos ou dificuldades são temporários. Você já superou a “ressaca pós-férias” antes e conseguirá fazer isso novamente. Enfrentar os desafios com resiliência ajuda a manter a perspectiva a longo prazo.
- Reforce conexões sociais: Reaproxime-se dos colegas e fortaleça suas relações profissionais. A interação social no trabalho pode aumentar a motivação e o senso de pertencimento, o que te ajuda a se reconectar com o ambiente e começar o ano com energia renovada.
Ao incorporar essas práticas e atitudes, você estará mais preparado para lidar com a transição do descanso das festas para a rotina profissional, transformando desafios em oportunidades e começando o ano com o pé direito.
*Jack Kelly é colaborador sênior da Forbes USA. Ele é CEO, fundador e recrutador executivo da WeCruitr, uma startup de recrutamento e consultoria de carreira.
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CEO do Nubank: “Sempre Me Pergunto o Que Fazer de Diferente”
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Livia Chanes, engenheira formada pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo com especialização pelo Insead, passou pelo Itaú Unibanco e pela consultoria McKinsey antes de ingressar no Nubank. CEO de uma das fintechs mais bem-sucedidas do mundo, ela poderia ser uma pessoa 100% numérica, que baseia todas as suas decisões na fria realidade dos números, mas não é o caso. “Meu estilo de liderança é bastante objetivo, mas eu também tenho um lado conceitual de cuidado com as pessoas, de humanização”, diz a executiva, que está na lista Forbes Melhores CEOs de 2024.
Isso influencia diretamente seu estilo de gestão e de tomada de decisões. “Quando estamos preparando o lançamento de um produto, eu sempre questiono além do resultado que ele pode trazer. Como isso pode encantar o cliente? Como isso pode agregar na vida dele?”, afirma. Segundo Chanes, essa abordagem facilita a construção de uma empresa sustentável.
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Isso também tem influenciado a estratégia do Nubank. Apesar do “bank” no nome e da preponderância de produtos bancários, a fintech não se define exatamente assim. “Não nos definimos como apenas um banco. A gente se vê como uma empresa de tecnologia e como uma plataforma de consumo”, explica.
O Nubank é um aplicativo ao qual os clientes recorrem para resolver diversos problemas. “O problema inicial que a gente escolheu para endereçar são os serviços financeiros, mas vamos além disso. Onde houver um problema do cliente que proporcione uma oportunidade, a gente vai.” Após incorporar serviços de shopping, o Nubank está desenvolvendo outras verticais, como um serviço de compra de passagens que compensa o cliente caso os preços caiam após a aquisição do bilhete.
Outro exemplo é o espaço família, um serviço acoplado ao cartão de crédito Ultravioleta que permite estender os benefícios do portador do cartão para outros membros da família. “Serviços como cashback estão nos cartões da concorrência, e eu sempre me pergunto e às minhas equipes: ‘O que podemos fazer de diferente?’”, diz. Ao se enxergar como uma empresa de tecnologia, o Nubank considerou as decisões tecnológicas como parte da estratégia do negócio. “Optamos por construir a tecnologia a partir de equipes internas em vez de terceirizar. Isso pode ter tornado o processo mais lento, mas ele ficou mais seguro e mais escalável.”
Chanes tem 42 anos, nasceu em Santo André, na Grande São Paulo, filha de professores da rede pública estadual. Casada, com dois filhos, é violonista amadora, leitora de ficção e estudou balé na infância, tendo participado de grupos de dança na faculdade. Ainda hoje, a atividade faz parte da sua rotina sempre que possível. “Para minha sorte, o meu marido também gosta muito de dançar”, conclui.
*Reportagem publicada na edição 123 da Forbes, lançada em setembro de 2024.
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